Latão e enxofre
Horas a fio, em camadas de espaço híbrido.
O céu em colapso cai em cacos, estilhaços...
Descendentes de um caos telúrico
Com dentes afiados de latão e piche
Reclamam seu pedaço de carne
Fumaça, fumo e enxofre sob o firmamento
Como almas penadas sem descanso
O sol alaranjado de maio se põe à oeste
Triste como um réquiem profundo
A noite cai em seu traje de luto
Decrepitude... na fome nada é belo
Olhos rasos dágua, fogo fátuo na escuridão abissal
Esqualidez , lampejo de sabedoria tardia
Crânio liso quase sem cabelos
E uma flor selvagem brota em uma cruz através da estrada
Grama dourada, terra incandescente
A lua se quebra em três
O bailar do morto corrompido é grave como a lua
Não se encontra porto, não se encontra ascensão
Ao inferno se desce sem paradas ou estadias
Ao céu inatingível roga-se um ultimo pesar
“Sem rumo a prosa continua, cadeira balança em seu rosnar constante
Das mãos cálidas sente-se uma brandura incomum
A janela apenas mostra um quadro tedioso e continuo
A delicadeza do ressonar não é abalada
O respirar leve não é nunca desfeito
E o mundo desliza em seu fado ...”
Querem ir para os céus, pois estão todos no inferno! Respiro o enxofre de seus versos! Digo outro tanto! Amém!
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