SPLEEN
PARTE PRIMEIRA
O MONASTÉRIO
claustro de dor
latente como punhal
viés carniceiro , féretro carmim ,
desespero em tons purpúreos.
cruzes obliquas ,
passagens em longos e angulosos caminhos sem fim
ascendente comunhão de impropérios
lábaro solitário ,
descansa em um sono febril de maio
arde em chamas gélidas
prossegue à frente , inexorável
o outono chega leve
PARTE SEGUNDA
O ERRANTE
a névoa cintila na relva
viajante sem rumo
alma em transe
destro com sangue nas mãos
rosto petrificado, marmóreo
em passadas rápidas o esquecimento corroe
em cada estada uma dívida amarga
em cada boca uma palavra de dor
em cada dia uma macula na alma
envolto em seda branca
deserto de sentimentos
branco celeste e azul profundo
amargos passam os dias
lentos , arrastam-se como serpentes
areia goteja grão à grão
PARTE TERCEIRA
SOLITUDE
estrondo notável , frio cortante ,
horizonte longínquo, inatingível
segue , rumo persistente
alma clama descanso,
noite calma , lua brilha
folhas queimam na brisa
brisa essa que rasga o rosto
cada lagrima torna-se uma chaga...
(...tão longe , intocável ...)
recolhe o gládio e dorme,
olhos brilham, sono chega
sonhos ruins povoam a vida e quem sabe a morte
(monástico espúrio
murcha à sombra do estigma)
um cão uiva ao longe
PARTE QUARTA
FÓSFORO E CAL
o tambor toca , triste
a ladainha chega aos ouvidos
o homem desce ao fundo
lentamente a procissão se dissipa
cada palavra parece um rosnar
uma multidão cega e surda
o pão amanhecido parece bom o bastante
alimenta a alma crucificada
mas aumenta a sede,
um grito sobe aos céus
roga a vida além da morte
torna-se um sussurro diante do populacho
cada toque uma dor aguda
cada hora uma pontada de dor
cada minuto sufoca a voz
entornando o ultimo copo
o ultimo gole
a ultima palavra...
sofrida...
escapa.
stalker ...................................................................................................................................
Cleiner Micceno, Teu poema é de um verdadeiro caminho de horror,! É como se
ResponderExcluirEsses monges estivessem no corredor da morte ! O que de fato não deixa de ser...de certa forma, estão ali mortificando o corpo, para fortalecer o espirito...Muito peculiar tua maneira de como vez o monastério,!!! Parabéns.
Alzira Bernardino, e Erenesia Andrade são as mesmas pessoas.
ResponderExcluirNA VERDADE O COMENTÁRIO ACIMA É DE ERENESIA ANDRADE. !