terça-feira, 30 de junho de 2009

ROAD OF SIN - Entrevista com VLAD URBAN da banda Sick Sick Sinners


Vlad Urban

Vlad Urban é guitarrista e vocalista da banda curitibana sick sick sinners, e é o organizador do maior festival da América latina de psychobilly o Psycho Carnival, nessa entrevista feita com ele no dia 30 de junho de 2009, ele fala sobre sua trajetória, sobre sua recente turnê pela Europa e EUA assim como seus novos projetos, sobre a marca de cerveja que ele está lançando no mercado a cerveja DIABÓLICA , e também sobre suas primeiras bandas os Cervejas e os Catalépticos e logicamente sobre festivais e música.


Cleiner Micceno -Gostaria que você falasse sobre sua trajetória,de como e quando você veio a se interessar por Psychobilly? E quais são suas principais influências?


VLAD URBAN -Bom, eu comecei a me interessar por música desde muito cedo, em casa, meus pais ouviam bastante música, minha mãe sempre comprava discos, me matricularam em uma aula de violão quando eu era bem novo, então, acho que este interesse por musica vem desde de sempre. Em relação ao psychobilly, foi quando no colégio comecei a ouvir punk rock e algumas outras bandas que tocavam na radio rock da época em Curitiba, que era a Estação Primeira, ai ouvia tudo que caia na mão, desde Bauhaus até Tom Waits, passando por Cólera, Toy Dolls e mais um monte de coisas, ai um amigo meu que curtia bastante som tipo The Cure, Siouxie, me passou uma fita que tinha duas musicas do The Cramps, “Human Fly” e “The Way I Walk”, viciei naquele som , dai em diante corri atrás de outras bandas neste estilo, encontrei Meteors e Guanabatz nas lojas, e comecei a conhecer o pessoal que ja curtia psychobilly em Curitiba. Ai conheci Os Missionários e mais uma porrada de bandas, Kães Vadius, K-Billys, SAR. As minhas principais influências são estas bandas de quando eu comecei a ouvir psychobilly e também as bandas que eu conheci depois, como DAG, Mad Sin, Klingonz e por ai vai. Também no tempo que eu tocava com Os Cervejas eu comecei a fazer aula de guitarra com o pessoal que tocava em bandas de metal, daí vem essa pegada mais pesada. E também em termos de guitarra acho que a minha grande influencia sempre foi Toy Dolls.


C M - Ainda nos Catalépticos, um dia você me disse que a primeira viagem pro exterior foi mais complicada, e que os gringos olhavam com desconfiança para uma banda que vinha do Brasil que não tinha tradição no estilo, como foi essa fase e quando eles começaram a mudar esse conceito?


V U - Imagino que agora com a popularização da Internet isso deva acabar, talvez ainda tenha um pouco de desconfiança, mas é muito menos, cada vez mais as bandas brasileiras tem contato com selos e público gringo, isso já acaba com essa visão. Talvez na época o que chocou mais os gringos não era só que era uma banda do Brasil, mas também a proposta dos Catalépticos, era uma coisa que não se via com tanta freqüência.

C M - Em quais festivais vocês tocaram ainda com Os Cata? E gostaria também que você contasse alguma coisa marcante dessas turnês e sobre os contatos com as bandas e as gravadoras de fora do país.


V U - Tocamos no Big Rumble na Inglaterra, nas duas ultimas edições, 97 e 98, tocamos também num festival na Alemanha chamado "You don´t Know them from the Klub Foot", no Wreckers Balls nos EUA, depois no Psycho Meeting na Espanha, quando era em Calella e na despedida da banda nos EUA tocamos no Hollywood Showdown.

houveram várias coisas marcantes, principalmente no começo, pra gente era muito impressionante ver a quantidade de Psychos nos festivais, enquanto em Curitiba gente contava com os dedos de uma mão quantos haviam, la tinham centenas!

Todas as viagens foram muito fodas, mas em relação a selos e bandas, as coisas não eram muito diferentes do Brasil, mas como tem muito mais grana na cena, a coisa anda. É sobre as bandas, haviam bandas que o pessoal virou brother e até hoje são, e já outras não.


os catalépticos -Cox ainda era baterista

C M -E sobre os fetivais em Curitiba? Fale um pouco de onde veio a idéia inicial dos festivais e se você, ainda nas primeiras edições do Fest e depois do Carnival achava que eles tomariam o rumo e a importância que tomaram?


V U - Bom nos festivais foi a maneira que encontramos para reunir a cena, para encontrar os amigos e até fazer a cena crescer. Quem começou essa batalha foi o Wallace, que fez as primeiras edições do fest, e na época dos Catalépticos a banda começou a ajudar também. Ai eu comecei a tomar a frente nesses projetos de festivais. No começo não dava muita gente, mas, depois engrenou e agora esta bem legal. O Carnival começou completamente sem querer, era um show para uma banda de uns amigos franceses que estavam vindo ao Brasil e ai percebemos que era muito massa a idéia de fazer o show no Carnaval, e começamos a fazer todos os anos, mas nunca esperei que fosse ficar deste jeito.

C M - depois da separação dos Cata qual foi a sensação de começar tudo do zero com os sick sick sinners? você acha que a renovação foi importante para dar fôlego na carreira?

V U - Acho que ninguém tem que ter medo de começar as coisas do zero, é ai que ta a graça, não posso dizer que foi uma renovação tão grande, por que continuo cantando e tocando guitarra numa banda de psychobilly, a parceria com o Coxinha sempre foi muito boa tanto musicalmente como na relação de amizade. Acho que foi mais um desafio mesmo e com certeza deu gás.

sick sick sinners


CM - E a gravação do disco? Como é a aceitação da banda la fora, agora com os Sinners?

V U - A gravação foi ao complicada, porque começamos com uma proposta de gravação e mudamos no meio. Era para a gente ver os timbres na pós-produção, mas mudamos de idéia no meio do trabalho, então acabamos acertando alguns timbres no braço, mas no final ficou como que gente queria. Acho que a aceitação foi muito boa, vínhamos dos Catalépticos, o que já ajudou muito, principalmente nos EUA, e na Europa muita gente que torcia o nariz para Os Catalépticos acabou gostando bastante do 66Sinners. Mas acho que o espaço do Sinners não está firmado ainda, tem muita coisa para fazer, somos uma banda de um CD só, precisa muita coisa ainda.


C M - Sobre cinema e filmes de terror, tanto a capa do cd como as vinhetas que permeiam a versão brasileira, são citações a filmes de terror, os filmes ainda tem muita influência nas musicas dos sinners , e quais são seus filmes preferidos?

Cara, eu gosto muito de filme de terror, não sei se é a adrenalina, o fantástico e imprevisível, mas eu gosto muito. Mas as minhas ultimas composições não falam muito sobre isso, algumas coisas no sinners ainda tem essa característica, e pode continuar tendo mas tenho escrito mais sobre outros assuntos.

CM- Gostaria que você falasse sobre a turnê européia e nos EUA que os Sinners fizeram a pouco tempo.


V U - Foi muito massa, foi paulera pra caralho, porque haviam shows quase todos os dias, uma coisa que a gente não ta acostumado no Brasil, e tivemos um retorno animal do público, e mesmo quando tinha pouca gente no show a venda de cds e camisetas surpreendia. Dormimos pouco pra caralho, tomamos banho frio, (às vezes nem banho) comemos muito fast food, em compensação bebemos bastante cerveja boa hahahah conhecemos lugares e pessoas muito legais, muitas bandas legais também, é difícil descrever como que as coisas aconteceram la, mas foi foda, percorremos uns 10.000 kms na Europa. Nos EUA também foi foda, tivemos alguns problemas com cancelamentos, mas tanto na Europa como nos EUA fizemos a maior parte da tour como headliners então tínhamos uma responsabilidade grande.


cartaz da tour na europa

C M - E hoje em dia qual é a visão dos gringos sobre a cena brasileira, depois dos festivais estarem bem organizados e varias bandas vindo pra cá?

V U - Cara, todo mundo quer tocar no Brasil, todo mundo quer vir pra cá, acho que eles tem a melhor impressão possível, claro que as passagens são caras e temos que nos organizar ainda mais para que cada vez role mais bandas e publico gringo. Mas acho que a visão sobre a cena e os festivais ta cada vez melhor.


C M – E sobre a cena brasileira? Qual a principal evolução que você vê depois de tantos anos? E logicamente quais suas bandas preferidas no Brasil?

V U - Acho que o acesso aos instrumentos melhores, estúdios melhores, acesso a todas as bandas que a Internet possibilita, acaba ajudando bastante na evolução da cena, os festivais e os shows também acabam fazendo um intercâmbio e isso também ajuda muito, se fosse comparar o que se tem hoje para dez anos atrás é um salto gigante, e na verdade acho que a cena brasileira tem revelado grandes bandas da cena mundial e já faz um tempo, cito como exemplo Frenetic Trio, TBVC e As Diabatz.
Gosto pra caralho de uma porrada de bandas brasileiras, mas Ovos Presley, Hillbilly Rawhide, TBVC, Frenetic Trio, hoje são as minhas preferidas.

C M – Gostaria que você falasse sobre seus projetos atuais, e sobre as novidades sobre o Sinners?

V U - Meu mais novo projeto é a cerveja Diabólica, uma cerveja que eu estou fazendo aqui em Curitiba com mais 4 sócios, entre eles ta o Rafael Silveira grande ilustrador e vocalista do Los Diaños. Estamos engarrafando a nossa produção em breve, e ela ta ficando muito boa, quem se interessar da uma conferida no site: http://www.cervejadiabolica.com.br , Também fui convidado a participar do álbum da volta do Dragstrip Demons, dos EUA, tenho alguns rifes na manga e acho que vou passar para eles, fui convidado para participar na produção do álbum também. O que é muito legal porque acaba retomando aquele esquema que eu participei ai na produção do mini cd do The Reservoir Dogs! Bom, no Sinners agora estamos substituindo o batera, então estamos meio parados, estamos com convites para tocar em todo o Brasil, mas temos que acertar de volta a formação. Enquanto isso to aproveitando para começar a compor o próximo album.


cerveja diabólica


C M - E sobre os festivais alguma coisa ja acertada pras próximas edições?

V U - Já sim, já fechamos a data do próximo Psycho Fest vai ser nos dias 10 e 11 de outubro e também o line up desejado, e estou em contato com várias bandas de peso para o psycho carnival.


C M - Para finalizar, fale alguma coisa pra galera que está começando agora.


V U - A mensagem é ter confiança no que faz e fazer o que gosta.


CM - Valeu Vlad !


album - road of sin

Acessem o my space da banda Sick Sick Sinners
www.myspace.com/sicksicksinners

clipe da banda sick sick sinners -

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Abertas inscrições para a V Mostra Produção Independente

Abertas inscrições para a V Mostra Produção Independente

Já estão abertas as inscrições para a Mostra Competitiva da V Mostra Produção Independente da ABD&C/ES. Poderá participar qualquer obra audiovisual capixaba que não tenha sido selecionada em nenhuma das mostras anteriores da ABD&C/ES.

O título da Mostra deste ano é “Cinema em Negro & Negro” e abordará a produção audivisual do cinema negro envolvendo o circuito cultural Brasil e África. O evento será realizado de 13 a 17 de outubro, no Cine Metrópolis-Ufes.

O prazo para enviar os trabalhos é o dia 10 de agosto (valendo a data da postagem). O Regulamento Geral da V Mostra Produção Independente e a ficha de inscrição já estão disponíveis no nosso site (www.abdcapixaba.com.br)

A lista com o nome das produções selecionadas para a Mostra Competitiva será divulgada no dia 17 de agosto de 2009 no site da ABD&C/ES. Os dois filmes premiados na V Mostra Produção Independente serão divulgados na última sessão da Mostra que acontecerá no Cine Metrópolis-Ufes, no dia 17 de outubro, a partir das 20h.

As produções selecionadas concorrerão ao prêmio de melhor filme capixaba e ao prêmio especial para obras audiovisuais que tratem do tema do evento. As obras da Mostra Competitiva também farão parte do DVD Coletânea, que será distribuído gratuitamente e sem fins comerciais, desde que os diretores e produtores autorizem. Os premiados estarão ainda automaticamente pré-selecionados para o V FAIA - Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual que acontecerá em janeiro de 2010.

V Mostra Produção Independente

A V Mostra Produção Independente da ABD&C/ES, que acontecerá de 13 a 17 de outubro de 2009, traz como tema desta edição o cinema negro. Com o título “Cinema em Negro & Negro”, o evento exibirá em sua mostra não competitiva produções relacionadas com a temática produzidas no Espírito Santo, no Brasil e em países africanos. As exibições e o restante da programação da Mostra acontecerão no Cine Metrópolis, na Ufes.

Entre os destaques do evento, está o cineasta Zózimo Bulbul, que fará a curadoria da programação de uma das noites e estará presente para debater a sua cinematografia.

A V Mostra Produção Independente continua com a sua Mostra Competitiva. Os realizadores locais podem inscriver os seus trabalhos até o dia 10 de agosto através do nosso site www.abdcapixaba.com.br. Este ano, os filmes que trabalharem a temática racial concorrerão a uma premiação especial. O Regulamento Geral da Mostra e a ficha de inscrição também já estão disponíveis no site da ABD&C/ES.

Além das exibições, a Mostra terá em sua programação um seminário para tratar da produção audiovisual do cinema negro, envolvendo o circuito cultural Brasil e África. Para isso, contará com a presença de realizadores convidados que debaterão os seus filmes com o público.

Durante o evento, serão lançados a 2ª edição da revista Milímetros, que trará um panorama do cinema negro no Brasil, e o DVD Coletânea com as produções exibidas na Mostra Competitiva. Um seminário temático, oficinas de realização e cineclubismo também serão oferecidas para público do evento. Toda a programação da V Mostral Produção Independente é gratuita.




João Baptista Pimentel Neto
Assessor de Imprensa da Mostra


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João Baptista Pimentel Neto
Diretor de Articulação e Comunicações do CBC - Congresso Brasileiro de Cinema
Secretário Geral do CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Relações Institucionais do Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual

Cel: 11.8492.7373
Msn: pimentel439@hotmail.com
Skype: pimentel43

FILMES SÃO FEITOS PARA SEREM VISTOS!

Visite:
www.cineclubes.org.br
www.pec.utopia.com.br
www.festivaldeatibaia.com.br
www.difusaocineclube.org.br

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Show de Johnny Cash em prisão há 40 anos integra festival de documentários em SP


Em janeiro de 1968, Cash e sua banda, The Tennessee Three, se apresentaram na prisão Folsom para cerca de 2.000 detentos. O álbum desse show se tornou um dos mais populares do "homem de preto" (“man in black”, como ele era conhecido, por sempre se vestir assim), e marcou a retomada da carreira do cantor, que esteve em baixa durante boa parte dos anos 60.

Foi em 68 também que Cash, pioneiro do rock'n'roll na década de 50, se casou com a cantora June Carter, que mudaria sua vida ao ajudá-lo a se livrar das drogas e ao torná-lo cristão. Essa história rendeu um filme bem mais conhecido, “Johnny e June” (2005), com Joaquin Phoenix e Reese Whitesrpoon.
O documentário “Johnny Cash at Folsom Prison" conta, por meio de entrevistas e fotografias, a história do evento, da vida do astro country e de como o show interferiu na vida de dois dos detentos que viram a apresentação, com destaque para o preso Glen Sherley, que viria a ter uma carreira musical impulsionada por Cash e June Carter. Não há filmagens do show na prisão.

Nesse show, houve uma empatia entre os presos e Johnny Cash, já que o cantor havia tido problemas legais devido às drogas, ainda que não tivesse sido preso. Era parte do mito que o músico sabia o que era viver atrás das grades. A essa cumplicidade com os fora-da-lei somam-se canções sobre temas conhecidos por boa parte da plateia, como "Folsom Prison Blues", "Busted", "The Wall", "I Got Stripes" e "25 Minutes to Go", e temos um momento histórico da música.


No documentário, tão importante quanto o show e o próprio cantor é a história de Glen Sherley. Preso por assalto a mão armada, Sherley teve uma de suas canções, "Greystone Chapel" --sobre a capela da prisão--, interpretada de surpresa por Cash no show. Um dos grandes momentos do filme é a exibição da imagem em que Cash estende a mão ao detento, que estava sentado na primeira fileira.

A relação entre Sherley e o casal Cash é contada pelos filhos do ex-condenado e por vídeos da época. Johnny Cash intercedeu junto ao governador da Califórnia para que Sherley conseguisse a liberdade e o levou à estrada no começo dos anos 70. Problemas com drogas e a incapacidade de se ressocializar levaram Sherley ao suicídio em 1978. No filme, depoimentos em vídeo de Sherley --quando ainda estava preso e depois que foi solto-- deixam clara a admiração e gratidão do músico pela ajuda de Johnny e June Carter Cash.

Entre os demais entrevistados, estão os filhos de Johnny Cash, Rosanne Cash e John Carter Cash, o baixista do Tennessee Three Marshall Grant, o fotógrafo Jim Marshall, o ex-detento Millard Dedmon e ex-policiais que trabalhavam na penitenciária --que é retratada também em cenas atuais. Cash aparece em depoimentos em áudio nos quais conta histórias de sua infância e de sua vida.

Das 16 canções lançadas no álbum original, cerca de cinco ganharam belos clipes de animação com imagens dos detentos e do show, além de outros recursos visuais.

"Se Johnny tivesse dito 'vamos fugir daqui', os detentos o teriam seguido", afirmou o fotógrafo Jim Marshall, responsável por todas as imagens do show que aparecem na tela. Já para a filha do cantor, Rosanne, foi justamente na prisão de Folsom --com toda a carga negativa que uma prisão pode ter-- que seu pai se tornou quem realmente era. Essa é a importância da apresentação em Folsom para Johnny Cash e os homens que tiveram, ainda que por algumas horas, sua rotina alterada há 40 anos.


trailer do documentário sobre johnny cash at folsom prison




In-Edit Brasil

In-Edit, festival dedicado a documentários musicais criado em Barcelona em 2002, acontece pela primeira vez em São Paulo entre os dias 25 de junho e 5 de julho, e exibe 47 filmes, 29 estrangeiros e 16 brasileiros. Cinco salas de cinema exibirão 47 filmes, entre eles os documentários convidados "Cantoras do Rádio" e "Um Homem de Moral", além de quatro curtas, todos a preços populares. No dia 9 de julho, o festival segue para o Rio de Janeiro, no Cine Santa Teresa. Veja a programação no site do festival.

Até o dia 5 de julho em São Paulo, as salas do MIS (Museu da Imagem e do Som), HSBC Belas Artes, Galeria Olido, CineSesc e Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso exibem a programação. Dos 16 filmes nacionais exibidos, seis estarão em competição. O vencedor será decidido pelo voto popular e apresentado em Barcelona, em outubro.

Entre os filmes nacionais, há o documentário sobre Ratos de Porão, Bicho de Pé, a cena heavy metal de Minas Gerais, o movimento manguebeat e a história do compositor Jards Macalé. Elvis Presley, Ramones, Nina Simone, Public Enemy, Rolling Stones e Sigur Rós figuram entre a programação internacional.

O diretor espanhol Fernando Trueba vai apresentar seus filmes "El Milagro de Candeal" e "Calle 54" no sábado (27), no MIS, em São Paulo.No In-Edit também terá shows, palestras, debates e outras atividades.

Mais documentários em SP

Além da programação do In-Edit, São Paulo tem no momento outros documentários musicais em cartaz nos cinemas, principalmente dedicados a artistas brasileiros.

"Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei" conta a história do cantor Wilson Simonal, que fez grande sucesso nos anos 60 e viu a carreira entrar em decadência após ter sido acusado de delação durante a ditadura militar.

Já "Lóki" retrata a carreira do músico Arnaldo Baptista, um dos criadores do grupo Os Mutantes, por meio de depoimentos do artista e figuras como Tom Zé. Outros nomes que são temas de documentários são os sambistas Walter Alfaiate, em "A Elegância do Samba", e Paulo Vanzolini, com "Um Homem de Moral".

No dia 10 de julho, chega às telas "Kurt Cobain - Retrato de uma Ausência", filme baseado no livro "Come as You Are: The Story of Nirvana". O documentário condensa 25 horas de entrevistas com Cobain, nas quais o músico fala sobre a vida, fama e carreira.


mais informaçõs sobre o festival em
http://www.in-edit-brasil.com/

quarta-feira, 24 de junho de 2009

entrevista com paul fenech - em inglês -sem saco pra traduzir

Interview - The Meteors - Paul Fenech - Potsdam PSYCHOMANIA.RUMBLE.NO.3 - 29. Mai 2009



Iceman: "Hi Paul, nice to meet you, at first Gratulaions for the new Record "Hell Train Rollin´" - I think this contains the "usual" trademarks of THE METEORS, power and energy, what can we expect this evening?"

Paul Fenech: "We will do songs from all stages of THE METEORS, from the first album rightup to the new one!"

Iceman: "Allright, how long do you gonna play tonight? Two hours?"

Paul Fenech: "Nearly, two hours, it depends how fast we play!" (laughs)

Iceman: "I see there a lot of tattoos, what was your first one and what is the meaning of it?"

Paul Fenech: "This one I did, when I was about 15 years old (Hillbilly Rockers), it wasn´t very good tattoed, but I keep it as a memory!My latest one was that one (Mexico) and here is a funny one in german (Inselaffe)!

Iceman: "A Fan wants to know - is it correct that you want to do a "Patent" for the word "Psychobilly"?"

Paul Fenech: "It is patented! I have the copyright, but I dont use it, I copyrighted it 25 years ago, I think that THE METEORS are the only Psychobilly Band!"

Iceman: "You are the "Godfather" of this genre!?"

Paul Fenech: "No, I dont mean it like that, not me personaly, even all the members that came before made the Psychobilly, I´m still here, after 25 years, I get the most glory for the work, but the band is the thing, you know? It´s not me! But this band is the best I´ve ever worked with, we chanced the sound a little bit harder!"

Iceman: "You are on the road since 25, 30 years, hard-working, hard-rocking, hard-drinking band...

Paul Fenech: "I dont drink! But "hard" - everything else!" (laughs)

Iceman: "What do you think about this modern popmusic genre, castingshows and stuff like that?"

Paul Fenech: "I dont really like popmusic, I think Rock N Roll is the exact oposite of pop, that´s what it is supposed to be! I dont mean just Psychobilly Bands, I mean hard bands, guitarbands! I like a lot of differend kind of music, but is has got to be Rock N Roll! I like Motörhead, they are good friends of mine, I like The Ramones, Creedence Clearwater Revival and all this kind of music. I have my own studio, I have to listen to a lot of stuff to educate my mind, but I really only like hard rocking stuff! I dont like Jazz or Pop or fuckin´Disco! I cant live with that!
In my opinion Rock N Roll is here to fight soft music! Rock N Roll should be a Pop Killer!!"






Iceman: "In the internet somebody posted "Paul Fenech kicks the members out of his band, just he likes to do it!" What do you think about this?"

Paul Fenech: "The people talk a lot of shit!" (laughs)

Iceman: "Thats why I ask you for! One more lie in the internet?"

Paul Fenech: "Yes, because this is not the way it works! I have been working with him since 25 years! Ok, it is difficult to work with me, I understand that, because I like to say the truth! If you ask me a questions, I´ll give you a straight answer!"

Iceman: "That´s the way it should be!"

The_Meteors_Bln_29.05.2009_IV_11Paul Fenech: "In Music-Business it´s not the usual way...everybody..."

Iceman: "Tries to tell you "You are the best, the greatest blabla!?"

Paul Fenech: "Yeah, that´s the way! THE METEORS are three people, has always been three people, unfortunaly, we had some good other members, but a couple of them been assholes!
The forget how to talk to me! You know, I´m nothing without the audience, my bandmates came from the audience, and if I´m going to be an asshole, my friends will stop me!
I never said something like that,"If I dont like somebody - I´ll do my best to run over them with a car!" (laughs), normally, if the dont fit into the band, they dissapear!
I just think its like in a gang or in a club, it´s not how tough or crazy you are, it´s about beeing a brother, how much you can be part of something!"

Iceman: "Ok, when we are talking about the Internet..."

Paul Fenech: "I read so much shit in the net! You know, I´ve done a lot of things, I said a lot of things, but not as much they pretend in the net!"

Iceman: "For example: A girl outside told me something and I want to know if this is true! She told me that YOU "gave the order, that a Psychobilly Girl should NOT colour her hair!!???"




Paul Fenech: "WHAT??" (laughs) I dont give fuck! I got no hair!! My agenda has always been: It doesnt matter what you look like, long hair, short hair, if you like us, thats what we are playing for!

Iceman: "I asked her if that is a REAL Questions and she said "Yeah I want to know why he made this rule!"

Paul Fenech: "I don´t make rules!! (laughs) I can´t make a rule for you, or anybody! If you are nice to me, I´m nice to you! I´m not going to tell anybody what to read, what to write! All I say is that I hope that you enjoy music, if you don´t, so I can´t help you!"

Iceman: "I read in the net that Mark David Chapman, the Killer of John Lennon, is your "Hero"? Is that true?"

Paul Fenech: "Not a "Hero", you know? I don´t like The Beatles, because I always loved The Rolling Stones, for me it is was divided, The Beatles made Pop and The Rolling Stones made Rock! Thats what for me divided Pop and Rock! And James Brown made fucking Disco!! (laughs)
Chapman is not a hero, he would have been a hero if he had shot all four of the bastards! ;-)
I don´t have a hero!"

Iceman: "But what do you think in the modern days, when musicians like Dimebag Darrel (R.I.P.) gets shot on stage?"

Paul Fenech: "I have been stabbed twice, people always treatend to kill me!"

Iceman: "Really? Why?"

Paul Fenech: "I don´t know, people are fucked in the head, I guess!"

The_Meteors_Bln_29.05.2009_IV_02Iceman: "I don´t like your music, so I´m gonna stab you????"

Paul Fenech: "Yeah, or they think we play "Horror-Musik", so they have to prove how "Horror" they are...but back to the internet - I mean the Internet is a brillant, excellent thing for the world, but it can be so bad, I put my name into "Google" and there are a million of fucking pages! I mean, I´m not Elvis, I just play a fucking guitar, I would never dream about telling a woman what to do with her hair! As long as MY girlfriend looks good to me, everything is ok! Hair is not a part of my life (laughs) Politics are also not a part of my life, I have my own politics, but it´s not my job to teach people, so I don´t sing about it, I don´t talk about it!"

Iceman: "Fans outside, from the audience told me "Oh, when you talk to Mr. Paul Fenech, you´ll get a real problem, because Paul Fenech is not friendly to journalists!"

Paul Fenech: "You ask me in the right way, why should I be not friendly? I got a problem when journalists are arrogant, or call me an asshole, than I have a problem!!"

Iceman: "People told me, that you are always arrogant, don´t answer in sentences, just answer "Yes" or "No", but now we are sitting here, drink some beer, we smoke a lot of cigarettes and everything is easy!"

Paul Fenech: "Because they don´t know me! You come here, to interview us, wich is really good for my band, then I answer your questions, but I cant talk to everybody, you know?
When I move to my car and somebody, a fan or whatever asks my something "by the way", so I just say "Yes" or "No"! I´m just a normal man! A lot of people mistake confidence for arrogance"

Iceman: "I think this is the "bad" side of the internet, because anybody can upload anything?!"

Paul Fenech: "Yeah! And than it becomes a kind of "fact"!"

Iceman: "For example - when I look at YouTube, to watch some videoclips from THE METEORS, it is a fine thing to get an impression about bands, but when I look at the comments....I mean, each 5th user pretends to "Know" you!" "I "Know" that Paul Fenech said this, I "know" Paul Fenech´s point of view about that...blabla"! Isn´t it some kind of risky for a band? Rumours are very quick!"

Paul Fenech: "Yes!! Its is not very good, I meet a lot of people, but I can count my friends at one hand! You know, when the people come to see us an stage, spend their money, they worked hard for, so I´ll try to them give my best!
If they can catch me and they wanna talk to me, as long as they ask me the right questions, they will always get the right answer, but if they want to show me how crazy or "Psycho" they are, how drunk they are, then they will get "the other half" of me!You know?
Imagine a complete stranger will come to your dinner-table and start talking to you!
The people cross the streets to talk to me, and so they get a reaction, this is a normaly way, isn´t it?
Ok, I´m maybe a little fucked up in the head, but not 24 hours a day! Sometimes I go shopping, sometimes I´m out with my dog, sometimes I wanna stay with my girl-friend, it depands where you catch me, what reaction you´ll get, like everybody else!!"

Iceman: "Ok, but the people in the net...you know..."Yeah" I meet him, and he was so arrogant!"

Paul Fenech: "Yeah, maybe at 4 o´Clock in the morning and I don´t want to talk to anybody?" (laughs)
Or sometimes - its weird when people ask for an autograph, because I don´t feel that I´m anything special! It´s really hard to explain, I just go to work, like everybody else!"







Iceman: "In Germany we have a guy, his name is right out my mind at the moment, but it doesn´t really matter - so, this guy calles himself a "Star-Hunter", whereever a famous musician, Movie Star, whatever arrives somewhere, he is there and trys to catch a picture with the Star, even at 2 O Clock in the morning! Isn´t is insane? To try to "Catch a little bit of the Starshine?, for me it makes no sense!!??"

Paul Fenech: "This is totaly fucked up! It´s different to like somebody or to chase him! Totaly crazy!
I live in Germany and to be honest, I think the most German People are very polite! That´s why i moved to Duisburg, I can be myself, the got good maners here, mostly! And Germany has good beer!"

The_Meteors_Bln_29.05.2009_IV_10Iceman: "German Beer!! Nothing more to say!" ;-)

Paul Fenech: "By the way - the fridge is full of beer, feel free! One more beer won´t kill you!" :-)

Iceman: "What about you, A beer too?"

Paul Fenech: "No, I don´t drink alcohol, I use to drink a lot of coffee!"

Iceman: "Ok, what do you think about all these "hard-drinking, livin´on the road" Storys that some bands never get tired of telling?"

Paul Fenech: "Well, I lived that, apart from the drinks, I lived hard!"

Iceman: "We talked about MOTÖRHEAD, Lemmy without drugs - he would die!"

Paul Fenech: "Me too! Wait a minute, lets get a cigarette!"

Torsten´s lighter was running out of duty, so Paul Fenech throw his Zippo across the table....

Torsten" Cool old Zippo, Paul!"

Paul Fenech: "Yeah! A Zippo, a knife and a Stratocaster, that´s all a man needs!"

Iceman: "Yes, but they took away my knife at the entry, I forgot to leave it at home!"

Paul Fenech: "Really? But they will give it back to you, hm? If there is a problem, getting your knife back, tell me, I´m gonna care for that!"

Iceman: "Thank you! So, back to business! I read in Lemmy´s Biographie that he wanted to chance his blood - "

Paul Fenech: "I guess, when they look at his veins, there is only powder in it!" (laughs)








Iceman: "And the doctor told him "If we would give you fresh blood, without alcohol, without drugs you will die! And if we give your blood to somebody else, this man will die!!"

Paul Fenech: "The next ten men!" (laughs) I met Lemmy a lot of times, he has been to gigs, he also came to my studio in London to do some work and I think he can never die!! Or maybe he is dead and he just can´t stop movin´!(laughs)
Because I don´t drink, doesn´t mean I´m anti-drink! For some reason I never started, I moved from school to the Army and then to the band! I´m not pissed when somebody gets a drink, but for me it´s too late to start with!
I can´t get the taste for it anymore, I like Tequilla, don´t like the taste of it, but I like the effect of it!
I´m not "Anti-Drugs" or "Anti-Drink". People can do whatever they want, I don´t like "Needle-Drugs", but if the people want to do that - it´s not for me to tell them that! It´s not to me to say "Don´t drink two Bottles J.D. a day!"

Iceman: "Ok, Paul - I have to say, I don´t understand why the people told us that you are so arrogant and always "pissed off"! It was nice talking to you!"

Paul Fenech: "First of all - your job feeds my job, so I´ll give the best I can, secondly - I feel comfortable because you are talking to me nicely! So, the way you talk to me, I´ll talk to you!"

Iceman: "Allright! So, Paul - is there anything left you want to tell our readers?"

Paul Fenech: "Yeah! Just make up your own mind! Come and see THE METEORS! If you like us, we are really happy, if you don´t - what the fuck can I do about that? And it got nothing to do with "hair"! Enjoy yourself!"


Web Links
www.myspace.com/themeteorstruepsychobilly


CONCURSO FILMA BRASIL

ncentivo
O concurso de roteiros premiará com R$ 40 mil o melhor projeto de curta metragem
Chegou a hora de deixar de lado a sua câmera fotográfica e o telefone celular e partir para a produção profissional de um filme. Ao invés de postar aquelas montagens amadoras nos sites de compartilhamento de vídeo, ou nos videologs, é hora de criar roteiros, como os grandes cineastas “de verdade”, e disputar prêmios de R$ 40 mil e R$ 70 mil, com projetos de curta e média metragem, respectivamente, no concurso Filma Brasil.
A iniciativa é da empresa de consultoria especializada em projetos culturais Muzy Corp. Entre os incentivadores do concurso estão a Volkswagen Caminhões e ônibus, Terra Networks, Icatu Hartford, o Instituto Hedging Griffo e a MRS Logística. O concurso também conta com o apoio do Ministério da Cultura, da Nextel e da Supergasbras.
O concurso de roteiros, além de fomentar a produção do cinema nacional, contribui para uma causa social, uma vez que todos os filmes devem abordar temas sobre qualidade de vida. Conforme o presidente da Muzy Corp, Jorge Martins Muzy, o Filma Brasil surgiu como uma continuação do projeto de cinema itinerante realizado em 2008. “Na época, nós tentávamos levar cultura para os jovens de comunidades carentes, assim gerando conteúdo e desvendando novos talentos para o cinema”.
Cada pessoa tem direito a participar com um projeto. Todos os roteiros inscritos seguirão um padrão, cujo esquema está no site do concurso. “Essa idéia de padronizar o modo que os candidatos mandam os roteiros faz com que não exista uma vantagem para os mais caprichosos”, explica Muzy. Junto com os roteiros, todos os participantes deverão enviar uma prévia do que será o filme, com duração de 90 segundos. A qualidade desse vídeo não faz parte dos quesitos de julgamento. “um concurso de roteiros, com apenas uma prévia, que pode ser gravada até com celulares, não têm custo nenhum para os participantes e, sobretudo, é uma oficina de cinema para gerar conteúdo de qualidade”, explica Muzy. Os roteiros dos curtas-metragens devem ser para filmes entre cinco minutos e 14 minutos. Os médias devem ter no mínimo 15 minutos e no máximo 52 minutos.
Especialistas da área audiovisual formarão a comissão julgadora, entre eles o cineasta André Carrera, o jornalista e publicitário Celso Sabadin, a roteirista Mara Mourão e a produtora Sylvia Abreu. Serão analisados dentro de cada projeto o cronograma de execução, que é um planejamento detalhado sobre a produção do filme, a viabilidade da produção, que consiste em uma estratégia de gastos de todo o trabalho. Também fará parte da súmula dos jurados a qualidade artística expressada no roteiro.
O público, que pode votar nos roteiros por meio do site do concurso, será responsável pela seleção dos 100 semifinalistas. Desse grupo, os jurados escolhem os 10 melhores roteiros, que disputarão os prêmios. Apenas o melhor roteiro de curta e o de média metragem levam os prêmios.” Os valores de R$ 40 mil e R$ 70 mil são o suficiente para finalizar os filmes vencedores. Depois da premiação, faz parte de nosso planejamento dar todas as orientações para viabilizar a produção”, explica Muzy.
A decisão final sobre os vencedores está prevista para o dia 5 de dezembro. A participação é livre para pessoas físicas e jurídicas, contando que sejam brasileiras. As inscrições, que são gratuitas, estão abertas no site www.filmabrasil.com até o dia 31 de julho.





O CONCURSO

Chegou a sua vez!

FILMA BRASIL é o maior concurso ONLINE de ROTEIROS do país!

A dinâmica é bem simples. Você se cadastra e manda um roteiro junto com um vídeo “preview”.

São duas categorias: curta (5 a 14 min) e média-metragem (15 a 52 min.)

Depois de uma avaliação, seu material ficará disponível no portal. Assim, internautas e jurados podem ler e votar.
Se o seu projeto for escolhido, a produção fica garantida com um dos prêmios abaixo:


R$ 40.000,00
Curta-Metragem
para o melhor texto de curta (até 14 min)



R$ 70.000,00
MÉDIA-Metragem
para o melhor texto de média (15 a 52 min)


A idéia da Muzy Corp, responsável pelo concurso, é promover o cinema brasileiro com destaque de novos talentos, além de incentivar e democratizar a produção de curtas e médias em formato digital. Desta maneira, pessoas do Brasil inteiro, físicas ou jurídicas, podem participar.
O tema escolhido para esta edição é QUALIDADE DE VIDA. Vamos usar o poder que a cultura tem de disseminar conhecimento para mostrar às pessoas que alguns cuidados são simples e só fazem bem! Os portadores de diabetes são um bom exemplo, com uma infinidade de recursos à disposição.

Capriche! A comissão de jurados reúne feras do meio audiovisual!

Agora é com você! Confira nosso EDITAL e faça sua inscrição!

BOA SORTE!
http://www.filmabrasil.com/

sábado, 20 de junho de 2009

entrevista exclusiva para o blog stalkershots com guto lacaz





quinta-feira, 18 de junho de 2009

japão disponibiliza material de kurosawa na net

DEU NO FILME B - roubado do blog do reichenbach

A Universidade de Ryukoku, no Japão, anunciou que acaba de disponibilizar pela internet um acervo com mais de 27 mil itens, entre fotos, roteiros, storyboards, notas, desenhos e rascunhos, do cineasta Akira Kurosawa utilizados durante a criação de 30 filmes do diretor. O acervo foi digitalizado em uma parceria da universidade com a Kurosawa Productions, liderada pelo filho do cineasta, Hsiao Kurosawa, que passou a se encarregar da preservação do acervo pessoal do cineasta, que vinha se deteriorando desde a sua morte, em 1998. Os arquivos estão disponíveis, em japonês, no site:
http://www.afc.ryukoku.ac.jp/Komon/kurosawa/

I SP TERROR Festival Internacional de Cinema Fantástico

I SP TERROR
Festival Internacional de Cinema Fantástico

Entre os dias 25 de junho e 02 de julho, as luzes da Avenida Paulistas brilharão mais forte nas salas da Reserva Cultural. As telas do cinema serão tomadas pelo que há de mais fantástico: São Paulo tem um novo Festival, o SP Terror – Festival Internacional de Cinema Fantástico.
Serão apresentados cerca de 30 títulos, entre longas e curtas, filmes brasileiros e internacionais, trabalhos já premiados e produções absolutamente inéditas no País. Duas mostras competitivas serão realizadas: a internacional e a iberoamericana. Os vencedores, que serão julgados pelos cineastas José Mojica Marins e Dennison Ramalho, além de Erico Borgo e Leopoldo Tauffenbach, receberão troféus. Haverá ainda a mostra especial de filmes considerados definitivos e consagrados na produção nacional e internacional.
‘’O cinema é a mídia mais perfeita para a expressão do fantástico e o cinema fantástico tem apelo a uma grande variedade de públicos que curtem os seus vários subgêneros - do sobrenatural ao terror, de vampiros, zumbis, herói de quadrinho, mitológico, ficção cientifica ao psicotrônico’’, afirma Betina Goldman, idealizadora e diretora do Festival. E completa , “o SP Terror pretende criar uma vitrine eclética indo desde o cinema de arte ao totalmente trash, do sublime ao berrante‘’.
O SP Terror tem, em sua programação, alguns filmes inéditos. Entre outras produções nunca exibidas no Brasil antes estão: Eden Log (dir.: Frank Vestilel), elegante filme francês de ficção científica que tem polarizado a crítica internacional; o britânico Os Matadores de Vampiras Lésbicas (dir.: Phil Claydon); os americanos independentes Dead Girl (dir.: Marcel Sarmiento a Gadi Harel) e Strange Girls (dir.: Rona Marks); Solos (dir.: Jorge Olguin), novo filme do diretor chileno apadrinhado por Guillermo del Toro, o japonês Yoroi Samurai Zombie, (dir.: Tak Sakaguchi) e Os Aparecidos (dir: Paco Cabezas).
Outro grande destaque do Festival é o sueco Deixe Ela Entrar (dir.: Tomas Alfredson), vencedor de 48 prêmios e 11 nominações, inclusive o Melies de Ouro da Federação de Festivais Fantásticos.
Outros filmes incluem o trabalho de jovens Iberoamericanos que vem despontando com novas produções. Um exemplo é o brasileiro Mangue Negro, inusitado filme de zumbis com mensagem ecológica que já conquistou importantes prêmios internacionais para o jovem diretor capixaba Rodrigo Aragão (Prêmio Audiência do Rojo Sangre, na Argentina; Seleção Oficial do Sci Fi London; Melhores Efeitos Especiais e Melhor Novo Diretor Fantástico de Santiago). Outras produções são o argentino Visitante de Inverno (dir.: Sergio Esquenazi) e o inusitadissimo O Gigante Japonês (dir.: Hitoshi Matsumoto).
‘’A experiência do terror no cinema é uma espécie de catarse nervosa. Nos mais importantes festivais internacionais como Sitges (Espanha), Bruxelas (o BIFFF) e Amsterdam (Imagine), que nos inspiraram bastante, é freqüente a platéia reagir com risadas coletivas às cenas mais violentas”, brinca Betina Goldman. Para ela, o Cinema Fantástico chega na hora certa em São Paulo, “cidade que tem grande número de sua população jovem, urbana, informatizada, que assiste cinema de terror como diversão e não como violência”.
O SP TERROR Festival de Cinema Fantástico está sendo realizado pela VERAS IMAGINÁRIO, novo braço no Brasil da agência de cinema ONE EYED FILMS baseada em Londres, e pela ROCK Comunicações, empresa especializa em marketing promocional. As sessões serão apresentadas na Reserva Cultural.

(Em Primeira Mão - Para os fiéis)
Competitiva Internacional
Strange Girls - Rona Mark
Deadgirl -Marcel Sarmiento e Gadi Harel
Matadores de Vampiras Lésbicas - Phil Claydon
Os Descendentes - Jorge Olguin
Yesterday - Rob Grant
Humanos - Jacques-Olivier Molon e Pierre-Olivier Thevenin
Yoroi: Zumbi Samurai - Tak Sakaguchi
Eden Log - Franck Vestiel
Deixe ela entrar - Tomas Alfredson

Competitiva Ibero-Americano
Os Aparecidos - Paco Cabezas
36 Passos - Adrián Garcia Bogliano
O visitante de inverno - Sergio Esquenazi
Mangue Negro - Rodrigo Aragão
O proprietario - Javier Diment
O Fim da Picada - Christian Saghaard

Especial
Pervert - Mike Davis
Sex Galaxy - Mike Davis
O Gigante Japonês - Hitoshi Matsumoto
Golem - Carl Boese e Paul Wegener

Mostra de Curtas da Catalunha
Panorama de Curtas

SERVIÇO:
SP Terror – Festival Internacional de Cinema Fantástico
Data: 25 de junho a 02 de julho
Ingresso: R$ 13,00
Sala de exibição: Sala 3 (120 lugares) e Sala 4 (110 lugares)
Classificação indicativa: 10 anos
Sujeito à lotação da sala

Endereço: Avenida Paulista, 900.
Térreo Baixo (entre as estações Trianon Masp e Brigadeiro do metrô)
Tel: (11) 3287-3529

Site do Festival
http://www.spterror.com

terça-feira, 16 de junho de 2009

Dicas de como desenvolver roteiros de forma simples

Dicas de como desenvolver roteiros de forma simples
Por cleiner micceno


é um exercício que é bastante funcional.
eu uso isso com alunos de cinema e vídeo com bons resultados, é uma introdução básica, mas funciona muito bem até com quem não tem nenhuma experiência, quem já tem ,evoluirá mais rápido no oficio dificílimo que é escrever bons roteiros.


passos a seguir


se você conhece a seqüência básica de um roteiro linear, pra começar, é o melhor:

apresentação do personagem - apresentação da história e desenvolvimento - objetivo e antagonista para o conflito- desenvolver conflito - ponto de cruzamento de antagonista e personagem principal - situação após iniciar conflito, (continuar desenvolvimento do conflito)- confronto, superação e finalização com ou sem catarse -(em um roteiro mais formal a catarse é esperada)com final em aberto ou final fechado com resolução de enredo.


como desenvolver isso:


simples, pegue um filme de roteiro formal, com personagens e situações bem definidas.
posso indicar filmes nesse molde aos montes , filmes mais simples americanos, geralmente tem essa estrutura , independente do gênero - de ROCKY I até comedias tipo CURTINDO A VIDA ADOIDADO, GOONIES, CONTA COMIGO, filmes simples, mas com roteiros que funcionam em sua simplicidade .

os roteiros nesses filmes tem personagens bem definidos, em papéis bem definidos, que você sabe pra quem torcer. Nos WESTERNS, é comum ter personagens nesse estilo, como em ERA UMA VEZ NO OESTE do SERGIO LEONE,mesmo que o herói em questão seja um herói negativo, Charles Bronson nesse caso, outro exemplo de herói negativo SAM SPADE no Falcão Maltês com Humprey Bogart de JOHN HOUSTON, um dos icones do cinema noir. o roteiro tem algumas reviravoltas, mas em uma analise mais simples, eles se reduzem a isso.

em filmes menos complexos com a estrutura do personagem reduzida a ações exteriorizadas sem muita profundidade levam a estrutura basica bem ao pé da letra (acho filmes até bem ruins, salvo raras exceções) os roteiros são reduzidos ao mais básico, não tem muitas nuances em nenhum sentido, o mau é mau mesmo ,como em : RAMBO, GRANDE DRAGÃO BRANCO E FILMES DE KARATE, onde alguém mata um irmão, uma namorada ou um amigo e o cara vai atrás do assassino,e coisas tais como uma situação simples que sai do controle. geralmente tem uma confronto direto, depois do Herói apanhar muito ,vence a batalha de alguma forma.

Temos os casos de roteiros idênticos, mudando elementos como os usados nos desenhos tipo PIXAR,que transformam um roteiro em vários, mudando apenas locais e personagens,como em uma receita de bolo só mudando a cobertura, exemplos: PROCURANDO NEMO, ERA DO GELO, MONSTROS S A são todos o mesmo roteiro, filhos ou crianças que perdem pais, por um motivo ou outro e existe uma jornada para devolver as crianças aos seus pais tendo varias dificuldades pelo caminho.


qual é o exercício a ser feito:


use os roteiros básicos como molde, e estruture um roteiro seu, mudando as situações e personagens, ( isso, com o tempo, você irá notar que é mais comum do que imagina, você vai começar a ver isso em muitos filmes e notar suas semelhanças gritantes) ou até faça um roteiro e compare com filmes do mesmo estilo, e tente ver o que falta no seu enredo. preste muita atenção nos diálogos que eles fazem diferença na qualidade do roteiro, um bom roteiro tem diálogos bem desenvolvidos e idéias espertas mesmo em coisas banais, evite diálogos desnecessários, e cenas sem motivo aparente como diria Andrei Tarkovski e corroborado por Truffaut, as cenas tem que ser necessárias, se a cena não for necessária não tem porque estar no filme, não fará nenhuma falta. Observe em filmes que você assiste, e localize cenas supérfluas, que estão ali apenas para preencher tempo e fazer o filme ficar mais longo e enfadonho.


Um bom roteiro :
o importante em um bom roteiro é ter uma linha bem definida na história, ser claro nas idéias e logicamente não ficar pontas soltas ou situações não resolvidas durante o percurso. Tudo aquilo que você propor deverá ser resolvido.

Assista filmes de diversas nacionalidades, note as diferenças estilísticas, mas note também as semelhanças de estrutura, que são universais.volto a repetir preste atenção nos diálogos e como é desenvolvido cada cena antes e após os diálogos, como é a fluência e entonação das replicas.

o exercício de reconhecer roteiros e estilos, é a melhor escola que você poderá ter, é puro feeling entender como e qual situação automaticamente terá que se seguir após uma cena. escrevendo com base nos roteiros que estudou, você poderá ver a lógica e exercitar, assim fica mais fácil notar as coisas a serem melhoradas, ajuda a dar mais dinâmica, estruturar melhor as idéias e as tornarem mais claras para o publico que vai ver, assim como para quem for dirigir o filme ter mais elementos para trabalhar. ver a funcionalidade das idéias que você construiu é uma coisa importante, se tem lógica, se são possíveis de executar no orçamento proposto,(isso é importante, não adianta ter uma ótima idéia se não for possível por em pratica).

No final quase todos os roteiros tem a mesma estrutura , com mais elementos , com mudanças de elementos, com mais ou menos coisas mas a formula :
– apresentação – desenvolvimento – conflito –desenvolvimento final , é quase uma regra (eu disse quase, cinema surrealista, experimental e transgressor geralmente quebram algumas ou todas as regras e usam outras mas é um exercício de estética), mesmo que, em ordem modificada ou diluída no roteiro proposto, o grande segredo é como você organiza as idéias para elas funcionarem você pode até contar uma história linear e na estrutura final embaralhar as situações para tornar o roteiro mais atraente, um exemplo disso é PULP FICTION de Quentin Tarantino.

Roteiros complexos ou com construção não linear.

Depois de estudar estruturas de roteiro mais simples,passe para roteiros mais complexos, com varias reviravoltas, tempo não linear, com cenas desconstruídas, situações em diversas camadas de tempo, elipses, camadas de espaço separadas, com diálogos análogos a situações aparentemente separadas, mas que tem uma unicentricidade na cena. Ai entra a criatividade e o domínio da técnica da linguagem, diga-se de passagem que exige mais do conhecimento geral do roteirista, pois para quebrar regras é preciso ter conhecimento muito grande delas, senão você pode cometer erros básicos e desnecessários.

Roteiros mais complexos como CIDADÃO KANE de ORSON WELLES, PULP FICTION do TARANTINO (ja citado aqui), 2001 do KUBRICK, ANO PASSADO EM MARIEMBAD do RESNAIS, UMA MULHER PRA DOIS do TRUFFAUT, O BANDIDO DA LUZ VERMELHA do ROGÉRIO SGANZERLA, NÓS QUE NOS AMAVAMOS TANTO do ETTORE SCOLA, OITO E MEIO do FELLINI, são exemplos de roteiros não formais , muito bem executados, com varias reviravoltas, ações temporais e elipses, assim como formas diferentes de contar e construir(ou desconstruir) uma personalidade, situações que vão até o surrealismo, mas que se tornam bem reais para o publico, existe essa inter atividade do espectador, que acredita sem questionar no que é proposto, apenas se envolve e entra na realidade colocada na tela, e isso faz a diferença, como você maneja as cenas para elas se tornarem plausíveis para quem assiste, sem se tornarem exageradas ou bobas, quantas vezes você assiste a um filme ou uma cena que você se pergunta: essa cena era necessária? Isso ficou ridículo! Aquela cena da lancha explodindo e arremessando o personagem em uma moto em movimento estragou o filme!
Mas um judeu na antiga Roma cair em uma nave espacial em MONTY PYTHON – A VIDA DE BRIAN – é totalmente plausível e muito divertida, tudo depende de como você desenvolve a proposta, o que vale mesmo é saber definir o que você quer com o roteiro, lembre-se sempre disso, coloque-se no lugar do espectador e imagine qual efeito terá. Autocrítica já é um grande passo para o acerto.

Assista filmes sem preconceito.

cinema é uma ótima escola, desde que você consiga decodificar o que cada diretor quer dizer, e conhecer as escolas de cinema é importante, é uma ótima maneira de conhecer as culturas e como elas vêem o mundo e como situações que dizem muito em uma localidade nem sempre diz muito a outra, que valores e costumes são bastante mutáveis, e que situações e costumes de um lugar nem sempre é entendido perfeitamente em outro, o grande feito é conseguir ser claro na proposta em qualquer lugar, e facilita usando um tema que seja bem decodificado e bem desenvolvido em qualquer parte,filmes sobre costumes por exemplo geralmente tem vida mais curta que filmes que falam sobre relações de poder,sobre amor e paixões desenfreadas, sobre dinheiro, vícios, guerras e violência ou seja situações atemporais que acometem qualquer época, afinal os costumes mudam o ser humano não.

As pessoas gostam de ter identificação com o filme, com os personagens, com as situações: uma boa obra sempre tem elementos que serão identificáveis com a essência humana, não importa onde elas tenham sido feitas,inclusive em obras poéticas, simbológicas ou filosóficas, até em documentários sobre vida animal, coloca-se sentimentos e elementos humanos de identificação. Logicamente tem uma parcela de público que você vai atingir, isso é importante,porque nunca agradará a todos, mas, se você conseguir fazer algo coerente e bem desenvolvido atingirá seu publico alvo de forma satisfatória, desista da unanimidade, mire e desenvolva algo certeiro, atirar para todos os lados acabará não acertando ninguém.

Cinema e sua diversidade de roteiros mundo afora.


Russos gostam de poesia e montagem por causa de EISENSTEIN E DZIGA VERTOV, os alemães e nórdicos tem relacionamento com estética e interiorização de personagens onde olhares dizem mais que palavras, luz, sombra fazem as vezes de personagens, o cinema de FRITZ LANG, MURNAU , HERZOG, BERGMANN E DREYER exemplificam bem isso, no oriente as coisas são ditas com movimentos, uma relação intensa com símbolos, cores e atuações diferentes das ocidentais, com emoções mais contidas e mais sutis, como no cinema de KUROSAWA, OZU E MIZOGUSHI. E tem cinema de estética mais crua, mais direto e com símbolos menos aparentes, como o cinema iraniano, que tem sua estética calcada no neo realismo italiano,onde gostam de sentimentos mais simples e histórias com dramas existenciais,coisas e elementos do dia a dia,com pessoas comuns. dramas reais mas poéticos, bons exemplos encontrados nos filmes de ABAS KIAROSTAMI, MOHSEN MAKHMALBAF, JAFAR PANAHI, SAMIRA MAKHMALBAF.

Esses são apenas alguns exemplos básicos, existe muita diversidade a ser explorada pelo aspirante a roteirista. muito trabalho, leitura e observação ajudam muito, você só terá verdade nos roteiros que escreve se souber observar as coisas ao seu redor.

Um filme interessante sobre roteiristas e suas dificuldades, foi feito pelos IRMÃOS COEN no filme BARTON FINK - DELÍRIOS DE HOLLYWOOD, o drama do escritor com bloqueio, que quer fazer uma obra artística e que entra em conflito com o produtor de filmes,que quer apenas um filme que dê dinheiro.

Palavras finais:

O melhor treino são os roteiros básicos, se conseguir desenvolver um roteiro básico bem feito, é um passo para reconhecer os signos e desenvolver roteiros mais complexos.

não queime etapas

Leia o manual de roteiro do GABRIEL GARCIA MARQUEZ, ele é muito bom, bem desenvolvido e muito interessante.

leia sobre cinema,é muito importante ter a visão de diretores e como eles se relacionam com os roteiros e com as idéias isso ajuda muito.

E sempre observe em filmes as soluções que o diretor e roteirista deram pra varias cenas, se preciso for repita assista de novo, escrever um roteiro é uma arte de resolver problemas, se possível compre roteiros nas livrarias sempre tem livros com ROTEIROS de filmes que já foram feitos, como TRAINSPOTTING E COVA RASA do DANNY BOYLE isso ajuda a ver no papel o que foi pra tela, livros que foram adaptados ajudam também pra sentir como um roteiro pode ser diferente de um livro, e notar as diferenças de escrever um livro e um roteiro, pra funcionar nas telas. RAYMOND CHANDLER era um ótimo escritor e roteirista leia-o.

Faça roteiros com coerência e bom senso, com o tempo você pode abandonar a coerência e o bom senso, mas pra isso, você tem que dominar toda a técnica para poder quebrá-la com maestria, bons exemplos disso estão nas obras de LUIS BUÑUEL, CARLOS SAURA E JODOROWISKY.

do mais boa sorte e bons roteiros

Cleiner micceno

leituras recomendadas


De Gabriel García Marquez: Como Contar um Conto.e os livros da série Oficina de Roteiro de Gabriel García Márquez

De Sidney Lumet: Fazendo Filmes. Ed. Artemídia Rocco.

De Christopher Vogler: A Jornada do Escritor. Editora Ampesand

de François Truffaut - o cinema segundo François Truffaut

de Andrei Tarkovsky - esculpir o tempo

de Sergei Eisenstein - a forma do filme, o sentido do filme,

manual de roteiro disponivel para download
de syd field
http://megaalexandria.blogspot.com/2008/07/manual-do-roteiro.html

segunda-feira, 15 de junho de 2009

anno zero -#5

Agnes Dei


Como Werther,
Alucinado,
Incubo fosfóreo ,
Vítreo despertar da insônia.
Em sua essência decadente e tropista,
Levando ao fundo,
Consigo
A verve
Que solidifica a alma;
Marmórea e escamosa de pesar...
Consolo falso como a luz do dia
Cada palavra despeja vil lamaçal !
Decrépito rasteja como uma serpente,
Encanta os obstinados bastiões da ignorância.
Moral cega e surda,
Como todo resto;apodrece,Cada dia...
Mais e mais...
Mais e mais.
Essência dominadora de bárbaros,
Mas,
Usando a barbárie como arma infecta e maliciosa,
Domando revoltas hostes de cadáveres
Decaindo mais e mais...
Abissal termo olente,
Despeja dos sete céus sua infecunda e dogmatária escória de infames e rudimentares formas de Pensamento.
Enclausurado na ignóbil vilania,
Cada geração é amaldiçoada,
Desfa-se à a vida em sua essência...
A liberdade não é mais bem vinda é um vicio,
Que corrompe e idiotiza.
Então cala-te e aceita o flagelo !
Imposto todos os dias na mesma badalada,
Para que lembre sempre,
Que a dor sonora é mais facilmente lembrada.
E a cada grito ou estrondo sentirá a força e se curvará como cordeiro a espera da faca,
Que selará com sangue,
A obediência que foi oferecida
E um Réquiem
Toca uníssono ,
Hora a hora
Sempre
Mais e mais...
Mais e mais...
Até o fim ...
...Da fé ou da vida...

by rev. stalker

quarta-feira, 10 de junho de 2009

- números - você acredita neles?

Nesse mundo permeado por números, anseios por ganhos ou perdas, previsões econômicas e de mercado, estatísticas políticas ou simples números que convencem você a fazer uma compra. quem esta falando a verdade? quem esta mentindo? todas as pesquisas estão corretas? ou estamos imersos em um monte de números sem sentido manipulados por sabe-se la quem e sabe-se la como? mas sabemos exatamente porque. pra te fazer acreditar em algo que lhes convenha, para corroborar qualquer coisa , independente de o quão torpe isso venha a ser.
os numerólogos mágicos dominam o mundo, fazem aparecer números ao seu bel prazer, e nós sentados em nossas cadeiras durante o horário nobre, somos entupidos com números de todas as procedência de todas as formas possíveis, como um kamasutra numérico, uma orgia pouco científica. Reconheço que os amontoados de números me deixam confuso, e não só a mim tenho certeza. Aproveitando-se dessa fraqueza aparente de pelo menos 90 por cento da humanidade (não sei de onde tirei esse número, mas é tão bom quanto qualquer outro mostrado na tv)somos apresentados a números absurdos, como um horóscopo onde cada base apresenta o que lhes é mais proveitoso. você acredita nessa loteria de números? números não mentem? não os números não mentem mas quem os manipula sim. desconfie de tudo.

por cleiner micceno

penn e teller bulshit - manipulação numérica - nem tudo é verdade

parte 1


parte 2



parte 3

terça-feira, 9 de junho de 2009

o cinema etílico de Petter Baiestorf - por cleiner micceno



petter baiestorf - cineasta underground

Petter Baiestorf é um ícone do underground brasileiro, é diretor , produtor, roteirista e ator. É a prova viva que é possível fazer cinema com pouco dinheiro, manter uma produção continua e fazer sua própria distribuição. Nesse sistema DO IT YOURSELF, Petter Baiestorf , que mora em uma cidade minúscula ( e improvável ) de Santa Catarina, chamada PALMITOS, tem uma produção invejável com mais 30 filmes, entre curtas, medias e longas. Desde que começou a fazer seus primeiros projetos, com câmeras simples de VHS no começo dos anos 90, foi desenvolvendo uma obra considerável e diversificada que transita por vários gêneros. Baiestorf tem um estilo agressivo e irônico, com influência de filmes de terror extremos, cinema experimental e surrealista, seus filmes são reflexos de seus gostos musicais e filosófico.
Anarquista, ateu, vegetariano e dono de um humor acido e etílico, incomoda os moralistas e é festejado por pessoas que entendem o que ele quer dizer com seus filmes baratos e divertidos.
O trabalho de Petter, ganha cada vez mais notoriedade e é citado por diversos autores nacionais. Hoje já é possível ver seus filmes em diversos festivais e mostras importantes por todo País.
Baiestorf vem Arrebanhando cada vez mais fãs, e o diretor esta longe de se acomodar e ainda continua em ritmo acelerado com suas novas produções, a cada filme ele testa ao extremo suas possibilidades.




equipe canibal - cesar souza, gurcius e petter

CM- Fale um pouco de sua trajetória Petter, o que levou você a fazer filmes em um local improvável como palmitos em s c?
PB- Não acho que seja improvável fazer filmes em Palmitos. Talvez tão improvável quanto fazer filmes fora do eixo Rio-São Paulo. Nos dias de hoje é bobeira você ficar restrito às grandes cidades. Um filme produzido em São Paulo muita vezes faz um público de 5000 pessoas que é mais ou menos o número de público que assiste minhas produções sem qualquer tipo de marketing que não seja o boca a boca. A maneira de se chegar ao público mudou e tento me manter atualizado, sempre buscando novas maneiras de fazer meus filmes serem vistos. Comecei a fazer filmes aqui em Palmitos em 1992 e, falando em filmes independentes radicais brasileiros, são produções que sempre encontraram seu público. Inclusive neste ano rolou uma retrospectiva de seis dias com uma seleção de meus filmes mais significativos na Mostra do Filme Livre do Rio de Janeiro com lotação de público todos os dias. O primeiro filme que fiz que rodou todo o Brasil foi o longa “O Monstro Legume do Espaço” (1995), foi exibido em várias mostras de cultura underground, vendeu mais de mil fitas VHS e deu o suporte que eu precisava para fazer filmes cada vez mais radicais. “Eles Comem Sua Carne” (1996), “Blerghhh!!!” (1996), “Zombio” (1999), “Raiva” (2001), “Cerveja Atômica” (2003), “A Curtição do Avacalho” (2006), “Arrombada” (2007) e o último, “Vadias do Sexo Sangrento” (2008), foram todas produções lucrativas e que tiveram uma distribuição independente direcionada ao mundo do underground musical onde minhas produções recebem uma acolhida digna de obras cults. Acho que por serem obras vindas de uma cidadezinha do interior de Santa Catarina, que é um estado sem tradição cinematográfica nenhuma, já os torna obras meio curiosas.

CM - Seus filmes sempre versam sobre sexo, escatologia, terror , de onde vem sua inspiração? em que estilo se encaixariam seus filmes?
PB- Acho que sou um dos únicos produtores de exploitation movies que restou no Brasil. Meus filmes exploram temas muitas vezes ligados a violência, só que como não gosto de violência pura e crua, encho meus roteiros de humor, demências e absurdos. Talvez desta mistura, pouco usada nos filmes brasileiros que venha o interesse do público pelas minhas produções. Acho que meus filmes se encaixam no, como definiu o cineasta Christian Caselli, estilo Baiestorfiano. Não fico preso à regras de gêneros, nem narrativos, nem estéticos. Acho que os filmes precisam ser repensados e é isso que tento fazer. Não tenho o menor interesse em fazer filmes bonitinhos, comportadinhos. Minha inspiração vem da vida, do dia a dia, dos noticiários da TV, das coisas que vejo. Pego este material e exagero ele. Só isso,algo tão simples que todos poderiam estar fazendo o mesmo em seus quintais.

CM - Você tem parcerias ai pra ajudar seus filmes , como vcs criaram essas parcerias?
PB- Cada produção é uma nova história. Estou sempre começando do Zero. Aliás, adoro começar sempre do zero, não gosto de ter a falsa impressão de ter aprendido algo com a idade. Desde 2005 fechei parceria de co-produção com a Bulhorgia Produções do Gurcius Gewdner. Agora, para os relançamentos de meus filmes antigos em DVD estou mantendo parceria com a Cauterized Productions que é um selo de música extrema do Rio Grande do Sul. Quando se é um nanico tu precisa de parceiros financeiros prá sua produção continuar.

CM- o que é KANIBARU SINEMA?
PB- Vou resumir de uma forma direta que nunca resumi antes: O Kanibaru Sinema é você parar de reclamar e fazer sua própria produção, independente de ser um filme, música ou qualquer outra expressão artística. É você arregaçar as mangas e criar qualquer coisa com o que você dispõe de mais barato: sua criatividade.

CM-Como você vê o cinema nacional hoje e quem são seus diretores nacionais q você respeita?
PB- Tenho achado que tem surgido muitos cineastas novos, independentes, bons. Tenho visto muito curtas-metragens excelentes e que não custaram quase nada para serem feitos. Diretores nacionais? Sou mais pelo pessoal estilo Tony Vieira, que fazia seus filmes com grana própria e distribuía esses mesmos filmes pelo interior do Brasil. Quero ser o novo Tony Vieira do Brasil.

CM-Qual seu filme de maior sucesso?
PB- Minha produção que mais deu grana foi “Zombio” (1999) seguido de perto de produções como “O Monstro Legume do Espaço” (1995) e“Arrombada – Vou Mijar na Porra do Seu Túmulo!!!” (2007). O filme novo, “Vadias do Sexo Sangrento” (2008) já está dando lucro e vai render bem. “Zombio” é meu filme mais comercial,o fiz pra pegar um público mais adolescente que não pode assistir às sessões de meus filmes mais pesados. “Raiva” (2001) também é mais comercial e rendeu uma grana esperta, mas gastei mais na produção. Depois de 2001 fiquei produzindo quase que só filmes experimentais carregados de muito sexo. Estou pensando que talvez seja a hora de voltar a produzir alguns filmes com apelo mais popular porque me divirto bastante produzindo eles. De 2001 até 2006 fiz produções que não estavam preocupadas com o retorno comercial, queria experimentar novas formas narrativas. De 2007 em diante voltei a pensar em como produzir filmes de baixíssimo orçamento que poderiam ser lucrativos e estou ainda testando isso. Não fiquem surpresos se de uma hora pra outra eu surgir com algum filme de teor bem popular no estilo dos filmes de Mazzaropi ou Teixeirinha.

CM - E musica? sei que você tem uma relação estreita com as musicas que você usa nos seus filmes, quais seus gêneros musicais preferidos e em q eles influenciam em seus filmes?
PB- Eu sou um fanático pelo gore-grind, é o estilo musical que escuto em casa e sou amigo de quase todas as bandas brasileiras do gênero. Sou influenciado por este subgênero musical e as bandas do estilo são influenciadas pelos meus filmes. O grindcore político também me interessa muito. Crust é outro estilo que tenho prazer ouvindo. Mas nos meus filmes costumo colocar todo tipo de som, principalmente de bandas independentes, underground, pouco conhecidas.

CM - Fale sobre suas influências e quais seus filmes e diretores preferidos?
PB- Sou influenciado por caras como Koji Wakamatsu, Ted V. Mikels, Jesus Franco e outros produtores underground. Nem vou ficar listando aqui os nomes de vários diretores que admiro porque, a maioria do pessoal acaba não conhecendo a obra de caras como Dusan Makavejev, Jan Svankmajer, Vera Chytilóva, Fernando Arrabal, Goerge Kuchar e outros que são minha influência. Acho que dos mais conhecidos que me influenciam são Russ Meyer e John Waters (filmes antigos dele).



com cesar souza amizade e parceria de longa data

CM- Como é sobreviver fazendo filmes no Brasil, quais são suas maiores dificuldades? Você tem problemas com censura,como é a aceitação de seus filmes?
PB- A maior dificuldade no Brasil ainda é a distribuição. Censura não tem tanto, não me acho prejudicado por censura. Agora, distribuição é algo que precisa ser repensado, principalmente entre os independentes. Tenho tentado várias parcerias em todas as regiões do Brasil e geralmente esbarra na falta de visão dos envolvidos. Faço a distribuição de meus filmes pela minha produtora mesmo mas ainda não tenho suporte financeiro pra fazer tudo como deveria ser. Meus filmes são lucrativos, mas como uma distribuição feita direito, seriam muito lucrativos. O problema maior no Brasil é que cinema virou diversão de uma elite, os filmes são feitos pensando na classe-média alta brasileira, a distribuição também é feita direcionada à classe-média brasileira. Temos que voltar a ter cinema popular, ingressos à 3 reais, cinco reais e fazer os filmes lotarem cinemas de bairro ou interior novamente. Não vou entrar em detalhes sobre isso, mesmo porque quando eu re-editar meu livro “Manifesto Canibal” (Ed Achiamé, 2004, esgotado) vou dedicar todo um novo capítulo às questões da distribuição de filmes no Brasil.

CM - Quais são seus últimos trabalhos e quais projetos que esta trabalhando atualmente?
PB- Meus últimos trabalhos que tiveram uma distribuição boa foram “Arrombada” (2007) e o “Vadias do Sexo Sangrento” (2008). Mas tenho uma produção muito grande, simultâneo a esses dois filmes, fiz vários curtas experimentais como “Que Buceta do Caralho, Pobre Só se Fode!!!” (2007) “O Nobre Deputado Sanguessuga” (2007), “Manifesto Canibal – O Filme” (2007) e “Encarnación Del Tinhoso” (2009). Agora estou trabalhando na pré-produção do meu novo filme que se chamará “Ninguém Deve Morrer”, um Faroeste Musical Gore.

CM- o que vc diria pra quem quer enveredar pelo caminho do cinema ?
PB- Não roube dinheiro público na sua produção e não fique só reclamando. Se possível faça somente filmes independentes com sua própria grana.

perguntas rápidas

uma mulher: Anna Falchi.
um filme: “Yuke, Yuke, Nidome no Shojo”.
um diretor: George Kuchar.
qual filme vc gostaria de ter feito: “Fuk Fuk à Brasileira”.
fala uma coisa qualquer ai : Seja autêntico.


Entrevista feita com Petter Baiestorf 06 de junho de 2009 por cleiner micceno


encarnácion del tinhoso por petter baiestorf

sábado, 6 de junho de 2009

stalker video works - maquiagem de terror- arterror sorocaba ,

esses videos eu produzi com um amigo daqui de sorocaba q faz maquiagem para filmes de terror e para festas de halloween assim como mascaras para outros fins

pra quem quiser aprender um pouco mais sobre efeitos especiais e maquiagens especificas


parte 1



parte 2

david gilmour - autor de o clube do filme





texto roubado da net


Autor de 'O Clube do Filme' explica seu processo de criação

David Gilmour assume que teve momentos de dúvida. Houve noites em que, deitado na cama, não conseguia conciliar o sono, pensando se estaria fazendo a coisa certa ou se, ao contrário, não estaria sendo irresponsável, a estragar a própria vida e a do filho? O que Gilmour não sabia é que, ao criar o clube do filme, estava lançando os fundamentos do que seria seu maior êxito editorial e, mais importante, ajudando a traçar um futuro para Jesse. É bom esclarecer quem são essas pessoas.

David Gilmour, crítico e escritor canadense, é autor de "O Clube do Filme", e Jesse é seu filho. O garoto, aos 15 anos, era rebelde, como costumam ser os adolescentes. David, que atravessava mau período, sem trabalho fixo, sentia que estava a ponto de perdê-lo. Jesse não queria saber de escola e, como filho único, preferia se isolar. Foi quando David lhe fez a proposta que outros pais, mais convencionais, poderão até achar indecente.

David disse ao garoto que, se não gostava da escola, ele poderia abandoná-la. Mas teria de aceitar uma educação alternativa. Já que o pai era crítico de cinema, ex-crítico, eles iam fundar o Clube do Filme, assistir a três filmes por semana (clássicos, modernos, de diferentes procedências) e iriam conversar, obrigatoriamente, durante algumas horas, após cada projeção. O garoto topou. Começou o que talvez seja sonho de todo pai. A possibilidade de ter uma conversa franca, aberta, com o filho, neste caso midiatizada pelo cinema. Em geral, por mais calorosa que seja a relação familiar, há coisas que os filhos, principalmente na adolescência, preferem debater com os amigos.

Anos mais tarde, partiu de Jesse Gilmour a sugestão para que David escrevesse um livro relatando a experiência de ambos. David Gilmour escreveu "O Clube do Filme", que sai agora no Brasil (pela Intrínseca, 239 páginas, R$ 24,90). O sucesso foi tão grande que o pai resolveu destinar ao filho o valor de 25% das vendas - afinal, a ideia foi do garoto. Mas o que o enche de alegria é o que revela ao repórter, na conversa por telefone. O clube do filme deu um rumo à vida de Jesse e ele agora dá seus primeiros passos no cinema, como ator e roteirista Um final feliz, como Hollywood gosta de mostrar.



P - Como o cinema surgiu em sua vida?

David Gilmour - Eu via filmes como todo mundo, mas tive a revelação em 1972, quando assisti a "Último Tango em Paris", de Bernardo Bertolucci. O filme me marcou tanto que resolvi, instantaneamente, que queria ser ator. Sou canadense, mas fui para Nova York, em busca de uma carreira. Não deu certo, porque era muito ruim como ator, mas a paixão pelo cinema continuou e consegui um trabalho como crítico no Canadá.

P - E o filme de Bertolucci, continua uma paixão?

David Gilmour - "Último Tango" foi importante para mim, num determinado momento, como obra de descoberta. Aliás, dupla descoberta. Me descobri e descobri o cinema, mas a obra, embora lindamente filmada, possui seus limites. Há um lado infantil muito forte em "Último Tango" e toda a parte com Jean-Pierre Léaud e aquela câmera me parece hoje constrangedora. Em compensação, os solilóquios de Marlon Brando continuam sendo, talvez, os mergulhos mais profundos de um ator na complexidade da natureza humana. Quando Brando está ali no chão e fala sobre a vida, a morte para Marie Schneider, como se estivesse sozinho, não creio que alguma vez o cinema tenha atingido, antes ou depois, aquela intensidade.

P - O propósito do clube não era didático, era?

David Gilmour - Não, porque o didatismo seria um retorno à escola, que Jesse não queria encarar. Os filmes podiam ser bons ou ruins, não importa, o importante era a qualidade da nossa conversa. Mas acredito que consegui lhe inculcar alguma coisa. Quando lhe mostrei "Ran", de Akira Kurosawa, deixei claro que ele poderia gostar, ou não, mas aquele é um filme que faz a diferença. A arte, e o cinema, fazem bem para a alma. Em compensação, errei ao lhe mostrar "Os Incompreendidos". Ele não estava preparado para o cinema europeu e só conseguiu gostar do filme de (François) Truffaut mais tarde.

P - Você tem um filme, ou filmes, favoritos?

David Gilmour - Os dois primeiros "Chefões". Com eles, Francis Ford Coppola atingiu a perfeição da arte de narrar no cinema. Depois, tenho a impressão que a tragédia de sua vida, a morte do filho, se refletiu na obra e ele nunca mais fez nada tão marcante.

P - Se você tivesse me dito isso há um mês eu concordaria, mas assisti no festival de Cannes ao novo Coppola, "Tetro", e é o melhor filme dele em anos. "Tetro" foi feito na Argentina e trata da relação entre pai e filho, trata de luto, um filho que enterra o pai e outro que assume a sua paternidade. É maravilhoso...

David Gilmour - Fico muito contente de ouvir isso e já acredito, antecipadamente, que possa ser verdade, porque os temas do luto, da relação entre pai e filho, podem ter permitido a Coppola exorcizar a dor de sua perda. Como pai, sempre fui muito sensível à sua amargura, mesmo que não me satisfizesse como artista. Será gratificante vê-lo ressurgir.(