quarta-feira, 3 de junho de 2009

stalker files - anno zero #3

Réquiem

Num dia comum de agosto
Sem pressa nem escrúpulo
De palavras vazias sem sentido
As horas rastejavam nesse momento
Numa supressão de tempo
Uma chama sem calor como vida doente
Desperta em meu peito

Desse lume sem fio
De morte e vida,
Arguto respiro ofegante
Que sobe de meu pulmão
Gosto de sangue em minha boca
O peito dolorido
Tez púrpura de resignação

Tento fugir de mim mesmo
Onde a consciência me cerca
A alma dolorida padece
Escorre no sulco do esgoto
Sacrificada em intenso anseio
Como muco pervertido
De crepitar lutuoso dos ossos de um morto


Um demônio imolado no gelo eterno
Angustiado, como incubo sulfúrico
De crenças sem resultado
De vida sem alegria
Resultado incerto do cotidiano
Que mata-se pouco a pouco
Na sua própria agonia

Sem descanso
Nem crenças
Sem nada para despertar
Do tédio intenso de tudo
Que conduz o dia a dia
Da aurora ao ocaso
Aumentando à beira da morte
O sentimento de pesar

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