Uma outra entrevista que me remeteu literalmente ao passado foi conversar com 3 figuras que marcaram minha infância, o Kojac, Machado e o Veio que é padrinho do meu irmão).
Não havia um lugar mais propicio do que ter marcado a entrevista para o documentário num boteco na praça da Arvore.
O Eddy conheceu estes caras no início dos anos 70 através de outro amigo em comum, o Tonhão (fan clube dos Ventures no Brasil). Na época eles eram os únicos que promoviam os bailes com as músicas que curtiam e queriam ouvir.
Eles tinham muitos discos importados que era muito difícil achar naquela época. Aí juntou o útil e o agradável. Uniram Casa Verde e o Jabaquara e começaram a agitar festas e mais festas.
Lembro que qualquer motivo meu pai dizia: Vamos agitar uma festa!
Eram festas malucas regadas à Cuba-Libre e muito rock & roll, sendo que muitas foram realizadas no quintal da minha casa, na Av. Mandaqui, depois migraram para a Caetano Álvares e até chegamos a fazer algumas quando mudamos para o Porto Seguro.
Para quem conheceu nossa casa na Mandaqui, se lembra que era um quintalzinho que parecia uma sela de cadeia, e os caras conseguiam fazer a proeza de colocar “400 pessoas lá”.
Nunca entendi como os vizinhos conseguiam agüentar tanto barulho, lembrando que ainda tinha o Ló na outra casa. Então quando não rolava festa na minha casa, rolava na do Ló.
Um dia, por brincadeira montaram uma banda: Eddy (guitarra e vocal), Velho (baixo), Machado (bateria) e Kojac (porque tinha acabado de entrar na faculdade e estava careca) (guitarra). Alias, todos os apelidos tinham explicação: Nessa época o Eddy, era o Pai Dú, porque era assim que eu o chamava quando era criança, o Machado porque machadava tudo que não gostava e o Velho porque só gostava de velharias.
Da brincadeira acabou surgindo o Lagarto Negro (baseado num disco dos Doors), depois Lagarto apenas. Eles se reunião de sábado de manhã e ficavam tocando até a noite, pareciam os Freak Brother´s, mais bebiam do que tocavam. Era curtição Total.
Uma história que ficou muito marcada foi no dia que resolveram quebrar tudo durante um ensaio no quartinho que tinha no funda da nossa casa, o Machado saiu da bateria e meteu o pé no meio do baixo do Veio, todos saíram quebrando, menos o baixista.
Como a casa estava lotada de amigos, entre eles um gringo que tinha ido pela primeira vez no ensaio, o cara saiu correndo e não voltou nunca mais, deve estar correndo até hoje de medo.
Outro detalhe é que cantavam em esperando, ninguém sabia falar inglês, não existia Internet para achar as letras, então o jeito era tirar de ouvido.
Depois meu pai e o Veio resolveram montar a Feirinha de discos, como uma maneira de aproximar as pessoas que gostavam de rock & roll, principalmente pela dificuldade, tinha que garimpar mesmo para encontrar alguma coisa, e quando encontravam…surgia mais uma festa.
São tantas histórias que merecia um capitulo a parte.
Na saída ainda lembramos dos programas de rádio que rolaram e não foram poucos. Então terei que me reunir novamente com esta moçada para abordarmos este assunto.
É uma pena que este documentário não de para abordar tantas coisas que já rolaram e estes caras souberam viver cada segundo da vida.
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allefuckinglluiah