segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lembre os 30 anos da morte de Hitchcock com entrevistas do mestre a Truffaut

fonte:- Livraria da Folha

Filho de um vendedor de verduras, Alfred Hitchcock (1899-1980) morreu há exatos 30 anos, vítima de insuficiência renal, aos 80 anos. Ele não foi apenas o aclamado mestre do suspense: sua obra revelou um dos maiores artífices de toda a história do cinema.Era isso que o diretor francês François Truffaut (1932-1984) pretendia mostrar aos críticos americanos quando, em 1962, propôs ao diretor inglês as 500 perguntas que deram origem ao livro "Hitchcock / Truffaut: Entrevistas", publicado pela primeira vez em 1967, e republicado nos anos 80, após a morte de Hitchcock.
A vida de sir Alfred, nobilitado pela rainha Elizabeth, é de certa forma um resumo da história do cinema. Em 54 anos de atividade, entre 1922 e 1976, ele dirigiu 53 longas-metragens. Começou no cinema mudo e teve de se adaptar ao falado; foi do preto-e-branco --a seu ver o mais adequado à linguagem visual do suspense-- ao colorido, e ainda realizou experiências pioneiras com o tecnicolor e a terceira dimensão. Dos estúdios londrinos a Hollywood, Hitchcock fez de tudo: escreveu e desenhou letreiros de filmes mudos, foi assistente de direção, diretor de arte, roteirista, cenógrafo, figurante e diretor.

Lançou ao estrelato jovens até então desconhecidos como Shirley McLaine e Anthony Perkins, e trabalhou com grandes estrelas como Grace Kelly, Ingrid Bergman, Cary Grant e James Stewart. Nesta declaração de amor ao cinema, o diretor de "O homem que sabia demais" revela os truques e os efeitos visuais a que recorreu para criar cenas antológicas, como a de Cary Grant sendo perseguido por um avião num campo de trigo ("Intriga Internacional"), a dos atores dependurados no alto da estátua da Liberdade ("Sabotador"), e, sem dúvida, a mais famosa de todas, a cena do chuveiro em que Janet Leigh é esfaqueada ("Psicose"). Nas entrevistas a Truffaut, o diretor inglês também discorre sobre inovações como o jogo de planos e contraplanos, o uso do zoom, as técnicas do "fade in" e do "fade out". E descreve em detalhes a façanha até hoje incrível de filmar "Festim Diabólico" num plano-sequência. Truffaut tem razão quando diz que o trabalho da câmera hitchcockiana é sempre o astro principal de seus filmes.

Hitchcock resgata ainda seus sucessos e fracassos, os scripts abandonados, as sequências irrealizadas, e às vezes deixa escapar comentários sobre sua vida íntima, tão bem guardada. Nunca sabemos se as anedotas que conta sobre astros e estrelas - e sobre si mesmo - são verdadeiras.
"Hitchcock / Truffaut: Entrevistas" foi publicado pela primeira vez em 1986, e logo passou a ser disputado com sebos e bibliotecas. Com nova tradução e projeto gráfico, centenas de imagens e um prefácio inédito do crítico e professor Ismail Xavier, esta edição definitiva do livro é um documento único da história do cinema. Uma aula fundamental, dada pelo cineasta de cabeceira de Truffaut.
"Hitchcock / Truffaut: Entrevistas"
Autores: François Truffaut e Helen Scott
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 368
Quanto: R$ 85,50
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

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