de Felipe M. Guerra
Bem, essa é a primeira postagem do ano, e como ainda estou me acertando com tudo aqui, roubei essa matéria do blog "Filmes Para Doidos", sobre o novo curta de Petter Baiestorf, que ja foi entrevistado aqui.
por enquanto é isso divirtam-se com a materia e o curta que esta no final do post, e logo volto a rotina.
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Algum tempo atrás, quando o Petter me confidenciou que estava pensando em fazer um filme de bangue-bangue, eu lhe desejei boa sorte dizendo que também tinha um roteiro em forma de homenagem ao western spaghetti, e que só não havia filmado ainda devido às dificuldades técnicas (de conseguir figurinos, armas, os efeitos para fazer os tiros...). Ele riu da minha ingenuidade dizendo que o seu seria um "faroeste diferente".
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Todo o filme pode ser considerado uma brincadeira cinéfila de citação-colagem-paródia. Gurcius Gewdner interpreta Ninguém, um cowboy envolvido com a produção de filmes pornográficos sobre zoofilia. Certo dia, ele se revolta contra os produtores e abandona o set sem concluir uma cena de sexo oral com um touro (!!!). Furioso, o produtor ordena que Ninguém deve morrer! Um pequeno bando de pistoleiros é reunido para a missão, que envolve os clichês do faroeste (como o ataque à namorada do "herói"), mas logo descamba para o "Baiestorfismo".
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Em diversos momentos, por exemplo, a história é interrompida por números musicais que se passam "dentro da cabeça" dos personagens, quando os atores dançam e fingem cantar canções populares, acompanhados de homens travestidos como dançarinas dos cabarés de filmes de western.
Mais adiante, quando a missão do título finalmente é cumprida, o faroeste é deixado de lado para se transformar numa parábola místico-religiosa (em forma de sátira, claro), quando aparece um personagem tradicional do cinema de Baiestorf: o religioso hipócrita que cheira cocaína enquanto balbucia suas mensagens edificantes.
Para completar a balbúrdia, o filme nem ao menos tem uma conclusão, substituída por uma colagem de fotos do tornado que varreu Santa Catarina (e a região das filmagens) em 7 de setembro deste ano, quando NINGUÉM DEVE MORRER estava sendo gravado.
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O resultado é uma brincadeira cinéfila (como assume o próprio diretor) bastante divertida, desde que se entre no espírito da coisa. A proposta de homenagear a Boca do Lixo e seus filmes excêntricos e inacreditáveis sempre é válida.
Mas, apesar da fonte de inspiração, Petter não apela para a sacanagem que vinha como uma constante em seus últimos trabalhos ("Arrombada" e "Vadias do Sexo Sangrento"): a nova musa do diretor, Ljana Carrion, aparece travestida como um dos pistoleiros, e a única mulher em cena, Lane ABC, está sempre com roupa.
Como atração à parte, NINGUÉM DEVE MORRER reúne várias caras conhecidas da cena underground e do cinema independente brasileiro, incluindo atores já conhecidos do cinema de Baiestorf (Gurcius, Ljana, Lane, Elio Coppini, Coffin Souza, Jorge Timm) e participações especiais de Cristian Verardi, Insekto e mais uma trupe de malucos de várias partes do Brasil.
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ATUALIZAÇÃO (18/12/2009):
Acabo de receber a notícia de que o Baiestorf, através do Gurcius, "uplodeou" o filme no YouTube, dividido em três partes, conforme vocês podem ver abaixo. Agora sim que ninguém deve perder!!!
NINGUÉM DEVE MORRER - Parte 1
NINGUÉM DEVE MORRER - Parte 2
NINGUÉM DEVE MORRER - Final
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allefuckinglluiah