Bob Tourtellotte
Agência Reuters
O Festival de Cinema de Sundance começou quinta-feira proclamando o retorno ao cinema rebelde e anunciando o fato com as estreias de “Howl”, cinebiografia de Allen Ginsberg, e do documentário de guerra “Restrepo”.
Apoiado pelo Instituto Sundance, do ator e ativista Robert Redford, o festival começou na década de 1980 a promover filmes produzidos fora dos grandes estúdios de Hollywood, e seu tema este ano é a renovação da independência que começou por defender.
“Às vezes é renovador voltar a nossas raízes”, disse Redford ao público, que lotou o cinema. Mais cedo ele disse a jornalistas que nos últimos anos vinha sentindo que Sundance estava se afastando de sua visão original pelo fato de o cinema independente ter começado a fundir-se com os filmes de estúdios.
Na realidade, alguns dos melhores filmes independentes dos últimos anos foram produtos de divisões de estúdios de Hollywood dedicadas a fazer filmes com pequenos orçamentos. “Quem Quer Ser um Milionário”, por exemplo, foi financiado originalmente pela Warner Independent Pictures, unidade da Warner Bros. que deixou de existir.
Os criadores de “Howl” disseram que o filme tem independência em seu DNA. Ele começou como documentário em oficinas do Instituto Sundance, onde foi transformado em longa pelos co-roteiristas e diretores Rob Epstein e Jeffrey Friedman.
“Howl” relata como o clássico poema homônimo de beatnik Ginsberg, que busca retratar o cotidiano de jovens norte-americanos no pós-2ª Guerra Mundial, foi visto por alguns como indecente, tendo seu editor sido levado a julgamento na Califórnia em 1957 por distribuir pornografia. O filme difere das cinebiografias tradicionais ao fundir elementos de documentários e longas de ficção e ao recorrer à animação para ilustrar o poema.
“O próprio poema quebra tantas regras formais que achamos apropriado fazer o mesmo”, disse Friedman. Epstein acrescentou que o poema define posições sobre militarismo e anticonsumismo e que Ginsberg, em seus melhores momentos, foi um artista que afirmou sua própria verdade.
Documentário
Levando adiante o tema de assumir riscos, na noite de abertura da edição de 2010 Sundance rompeu com sua própria tradição. Em vez de exibir um filme em uma première de gala, exibiu dois longas e um programa de curtas. Depois de “Howl” veio “Restrepo” porque Robert Redford e o Festival Sundance sempre deram destaque a documentários. Para fazer esse filme, o autor Sebastian Junger (de “A Tormenta”) e o cineasta Tim Hetherington passaram um ano com um pelotão de soldados no Afeganistão, registrando a rotina deles, o trabalho e os combates.
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