quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
psycho carnival 2010 - o rock manda
Informações sobre o festival
Line up
Festa de abertura - Esquenta
12/02/10 -Sexta-Feira - Moinho Eventos - 21hs -
Dj Francky (fr/uk)
01:45h - Hillbilly Rawhide
24:00h - Motorocker
23:00h - The Mullet Monsters Mafia(SP)
22:00h - O Lendário Chucrobillyman
Psycho Carnival
13/02/10 - Sábado - Moinho Eventos - 20hrs -
02:35h - Kães Vadius(SP)
01:30h - Ovos Presley
00:50h - Tom Tom (Burlesque show) - (Holanda)
23:35h - The Strangers (Holanda)
22:30h - Voodoo Zombie (Chile)
21:45h - krappulas
21:00h - Flatheads
14/02/10 - Domingo
16hrs - Ruinas de São Francisco - Gratuito
19:00h - Thee Lo-Hi's
18:00h - Eles Mesmos
17:00h - Anne e malagueta boys
16:00h - Radio Cadaver
20hrs - Moinho Eventos -
02:35h - Phantom Rockers (Uk)
01:30h - Sick Sick Sinners
00:50h - Tom Tom (Freak Show) (Holanda)
23:35h - The Ghost storys (EUA)
22:30h - As Diabatz
21:45h - Drakula (Sp)
21:00h - Psychodelic Jungle
15/02/10 - Segunda - Moinho Eventos - 20hrs
02:35h - Frenzy (UK)
01:30h - Skarekrows (França)
00:50h - Tom Tom (Burlesque Show) (Holanda)
23:35h -Crazy horses (Londrina)
22:30h - Missionários
21:45h - Skizoyds (SP)
21:00h - Cwbillys
http://www.psychocarnival.com.br
INGRESSOS E DEPÓSITO!
INGRESSOS:
SEXTA FEIRA - 12/02/2010
R$ 20,00
NOS OUTROS DIAS 13, 14 E 15/02/2010
R$ 25,00
PACOTE PARA OS TRE DIAS = 13, 14 E 15/02/2010
R$ 60,00
PRA QUEM QUISER GARANTIR JÁ O INGRESSO, DA PARA FAZER O DEPÓSITO EM CONTA.
SIGAM DIREITO OS PASSOS DE DEPOSITO PARA FACILITAR A CONFERENCIA.
Conta:
BANCO DO BRASIL
Vladimir Urban
ag 3511-4
cc14258-1
Métodos de pagamento:
Depósito em dinheiro por envelope nos caixas eletrônicos
Depósito direto no caixa
Transferência entre contas do Banco do Brasil
Enviar todos os dados para ingressopsychocarnival@gmail.com no corpo do e-mail ,
seguindo o seguinte formato:
Nome completo:
Data e hora do depósito:
Valor do depósito:
Quantidade de ingressos:
Se avulso, para que dia(s):
Nome dos acompanhantes (com dia do ingresso especificado):
Dados do comprovante:
Ex:
Nome completo: Fulano da Silva
Data e hora do depósito: 01/02/09 às 14:20
Valor do depósito: R$ 120,00
Nome completo dos acompanhantes, especificando o tipo e dia do ingresso:
Fulano da Silva 1 pacote
Cicrano da Silva 2 ingressos para os dias 21 e 22
Beltrano da Silva 1 ingresso para o dia 23
Dados do comprovante: Envelope número 666.666.666 (depósito no caixa eletrônico)
número do documento (depósito direto no caixa)
número da agência e conta de origem (transferência entre contas)
Dentro de uma semana um e-mail de confirmação será enviado.
DEPÓSITOS SÓ ATÉ DIA 05/02!
Links:
http://www.psychocarnival.com.br
http://www.myspace.com/psychocarnival
MAPA PSYCHO CARNIVAL 2010
http://maps.google.com.br/maps/ms?hl=...
Conheçam as bandas do Psycho Carnival 2010!
FRENZY
http://www.myspace.com/frenzyrock
PHANTOM ROCKERS
http://www.phantomrockers.com/
KÃES VADIUS
http://www.kaesvadius.com.br/
HILLBILLY RAWHIDE
http://www.myspace.com/hillbillyrawhide
MOTOROCKER
http://www.motorocker.com.br/
OVOS PRESLEY
http://www.myspace.com/bandaovospresley
SICK SICK SINNERS
http://www.myspace.com/sicksicksinners
SKAREKROWS
http://www.myspace.com/skarekrows
AS DIABATZ
http://www.myspace.com/asdiabatz
CRAZY HORSES
http://www.myspace.com/thecrazyhorses
THE STRANGERS
http://www.myspace.com/thestrangersro...
VOODOO ZOMBIE
http://www.myspace.com/voodoozombies
THE GHOST STORYS
http://www.myspace.com/theghoststorys
KRAPPULAS
http://www.myspace.com/krappulas
MISSIONÁRIOS
http://www.missionarios.com/
DRAKULA
http://www.myspace.com/drakulaband
THE MULLET MONSTERS MAFIA
http://www.myspace.com/mulletmonster
O LENDÁRIO CHUCROBILLY MAN
http://www.myspace.com/chucrobillyman
FLATHEADS
http://www.myspace.com/flatheadscuritiba
SKIZOYDS
http://www.myspace.com/skizoyds
CWBILLY
http://www.myspace.com/cwbillys
ELES MESMOS
http://www.myspace.com/elesmesmos
RADIO CADÁVER
http://www.myspace.com/radiocadaver
PSYCHODELIC JUNGLE
http://psychodelicjungle.blogspot.com/
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Psicose completa 50 anos
EUCLIDES SANTOS MENDES
da Folha de S.Paulo
Quando lançou "Psicose", em 1960, o cineasta inglês Alfred Hitchcock (1899-1980) já era um nome consagrado em Hollywood, autor de obras-primas como "Rebecca, a Mulher Inesquecível" (1940), "Janela Indiscreta" (1954) e "Um Corpo Que Cai" (1958).
Porém, "Psicose" lhe proporcionou ainda mais notoriedade, tornando-se seu filme mais célebre.
Para o pesquisador norte-americano Philip Skerry, autor de "'Psycho' in the Shower -The History of Cinema's Most Famous Scene" ("Psicose" no Chuveiro - A História da Mais Famosa Cena do Cinema, ed. Continuum, 316 págs., US$ 19,95, R$ 36), trata-se de um filme experimental e revolucionário.
Isso se deve, diz, sobretudo à sequência de 45 segundos em que cortes instantâneos na montagem pontuam a violência com que Marion (Janet Leigh) é assassinada enquanto toma banho num hotel de beira de estrada.
Em entrevista à Folha, Skerry diz que essa cena é "a mais importante e significativa da história do cinema".
Ele lembra que, ao ver "Psicose" pela primeira vez, em 1960, ficou traumatizado com a intensidade do sexo e da violência na tela, principalmente na cena do chuveiro. Contudo, hoje percebe o quanto o filme rompeu tabus, redefiniu a relação do cinema com o público e contribuiu para a popularização de gêneros como o terror.
Reprodução | ||
Cena em que Marion (Janet Leigh) é morta enquanto toma banho num hotel; filme é o maior sucesso de Hitchcock |
FOLHA - Qual a influência da cena do chuveiro em "Psicose" na história do cinema?
PHILIP SKERRY - É a mais importante e significativa da história do cinema não só por sua descrição gráfica do sexo e da violência, que questiona o poder do código de produção, mas também pelo seu estilo de montagem, que conduz ao corte instantâneo, que é tão predominante no cinema atual.
FOLHA - Como ela alterou a sensibilidade e o estilo da narração cinematográfica e ajudou a definir o gênero do terror?
SKERRY - Pela inextricável mistura de sexo e violência e pela sua combinação com temas tabus, como necrofilia e incesto. "Psicose" transgrediu tabus e, ao mesmo tempo, fez disso algo excitante.
FOLHA - A sequência do assassinato de Marion no chuveiro levou sete dias para ser filmada, com 70 posições de câmara diferentes para 45 segundos de filme e uma dublê. Por que tanto empenho de Hitchcock nessa sequência específica?
SKERRY - Ele entendeu que ela poderia ser revolucionária e que o estilo poderia ser um experimento no cinema.
FOLHA - Em entrevista a François Truffaut, o diretor inglês disse que decidiu fazer o filme devido ao "caráter repentino do assassinato no chuveiro". A cena representa alguma ruptura na sua filmografia?
SKERRY - "Psicose" é, de fato, diferente dos outros filmes que Hitchcock fez nos anos 1950.
Devido às experiências com seu programa de televisão, "Alfred Hitchcock Presents", ele entendeu que havia um novo público, que esperava que os filmes fossem mais explícitos, mais maduros no tema.
Ele também entendeu que o código de produção perdia seu domínio sobre o conteúdo do filme. No final dos anos 1950, Hitchcock percebeu que filmes de baixo orçamento e de terror encontravam espaço em meio a esse novo público --e também davam dinheiro.
FOLHA - Quando o sr. viu "Psicose" pela primeira vez? Qual foi a sua primeira reação diante do filme? O que achou da cena do chuveiro?
SKERRY - Eu o vi quando foi lançado, em 1960 [tinha 16 anos à época] e fiquei traumatizado com o sexo e a violência, mas estimulado a escrever sobre ela muitos anos depois.
FOLHA - Nas entrevistas para o seu livro, que o sr. realizou com diretores, críticos e pessoas na rua sobre a primeira vez que assistiram a "Psicose", qual foi a reação mais comum?
SKERRY - A maioria teve a mesma reação que tive. As mulheres, principalmente, ficaram com medo de tomar banho de chuveiro. Janet Leigh, a estrela do filme, afirmou --e acredito nela-- que nunca mais tomou banho de chuveiro após ter feito "Psicose".
FOLHA - Por que analisar um filme a partir de uma única cena?
SKERRY - Meu plano original era compreender melhor o caminho pelo qual Hitchcock utilizou seu conceito de "cinema puro" nos filmes dos anos 1950.
Mas acabei me concentrando nesse filme e nessa cena enquanto eu fazia a pesquisa. Muitos livros começam com um dado tipo de estudo, mas acabam se transformando em outra coisa. Foi o que aconteceu com meu livro.
FOLHA - "Psicose" foi sucesso de bilheteria, o maior da carreira de Hitchcock. Que jogo o diretor inglês quis estabelecer com o público?
SKERRY - Hitchcock estava sempre muito consciente sobre seu público. Sabia como envolvê-lo na história e nos personagens de um filme.
Sobre "Psicose", ele sempre declarou que o estava fazendo como uma espécie de brincadeira, para assustar o público, como uma montanha-russa.
FOLHA - A cena em que Norman Bates (Anthony Perkins) limpa o banheiro após o assassinato de Marion reorganiza, por assim dizer, a história contada pelo filme?
SKERRY - Como explica o roteirista de "Psicose", Joseph Stefano, o público transfere sua fidelidade para Norman desde que Marion Crane não está mais no filme. Para que a obra trabalhe como suspense, o público deve ter um personagem "substituto" para engajá-lo.
FOLHA - A mistura envolvente entre erotismo e violência ajuda a realçar o medo?
SKERRY - Sim, definitivamente. O sexo e a violência tinham sido firmemente controlados pelo código da produção [no cinema], com o público vendo certas imagens "proibidas" para intensificar o medo _e a culpa por estarem vendo e "apreciando" o que viam.
FOLHA - "Psicose" é uma adaptação do romance homônimo de Robert Bloch, que se inspirou, por sua vez, em um crime real ocorrido nos EUA. Que detalhes Hitchcock alterou ao recriar a história no cinema?
SKERRY - No romance, Norman Bates é gordo, sem atrativos, um homem de meia-idade que é o foco principal durante o enredo. Stefano e Hitchcock o tornam jovem, "ingênuo", um personagem amigável.
FOLHA - Quando fizeram o filme, a atriz Janet Leigh, o roteirista Joseph Stefano e o diretor-assistente Hilton Green sabiam que se tratava de uma obra que iria além do já então famoso suspense hitchcockiano?
SKERRY - Todos os meus entrevistados pareciam entender que estavam comprometidos com alguma coisa bastante diversa de qualquer outra que tinham feito antes.
Mas acho que não sabiam o quanto "Psicose" se tornaria realmente realmente revolucionário.
FOLHA - A trilha sonora de Bernard Herrmann contribuiu para imortalizar o filme?
SKERRY - Não há dúvida de que ela acrescentou algo imensurável ao filme. Uma falha de meu livro é não ter discutido a música em profundidade.
FOLHA - Sob o pano de fundo dos anos 1960, "Psicose" pode ser considerado um filme experimental produzido em Hollywood?
SKERRY - Sim, certamente. Quanto mais distante no tempo estamos, mais entendemos o quanto "Psicose" foi um filme experimental.
FOLHA - Quais foram as principais influências literárias e cinematográficas na obra de Hitchcock?
SKERRY - Hitchcock foi fortemente influenciado pelo trabalho do escritor americano Edgar Allan Poe [1809-49].
Certamente, o cinema expressionista alemão o influenciou na direção. Já o realismo socialista soviético e o estilo americano de estúdio o influenciaram na montagem
Filme sobre Allen Ginsberg em Sundance
Agência Reuters
O Festival de Cinema de Sundance começou quinta-feira proclamando o retorno ao cinema rebelde e anunciando o fato com as estreias de “Howl”, cinebiografia de Allen Ginsberg, e do documentário de guerra “Restrepo”.
Apoiado pelo Instituto Sundance, do ator e ativista Robert Redford, o festival começou na década de 1980 a promover filmes produzidos fora dos grandes estúdios de Hollywood, e seu tema este ano é a renovação da independência que começou por defender.
“Às vezes é renovador voltar a nossas raízes”, disse Redford ao público, que lotou o cinema. Mais cedo ele disse a jornalistas que nos últimos anos vinha sentindo que Sundance estava se afastando de sua visão original pelo fato de o cinema independente ter começado a fundir-se com os filmes de estúdios.
Na realidade, alguns dos melhores filmes independentes dos últimos anos foram produtos de divisões de estúdios de Hollywood dedicadas a fazer filmes com pequenos orçamentos. “Quem Quer Ser um Milionário”, por exemplo, foi financiado originalmente pela Warner Independent Pictures, unidade da Warner Bros. que deixou de existir.
Os criadores de “Howl” disseram que o filme tem independência em seu DNA. Ele começou como documentário em oficinas do Instituto Sundance, onde foi transformado em longa pelos co-roteiristas e diretores Rob Epstein e Jeffrey Friedman.
“Howl” relata como o clássico poema homônimo de beatnik Ginsberg, que busca retratar o cotidiano de jovens norte-americanos no pós-2ª Guerra Mundial, foi visto por alguns como indecente, tendo seu editor sido levado a julgamento na Califórnia em 1957 por distribuir pornografia. O filme difere das cinebiografias tradicionais ao fundir elementos de documentários e longas de ficção e ao recorrer à animação para ilustrar o poema.
“O próprio poema quebra tantas regras formais que achamos apropriado fazer o mesmo”, disse Friedman. Epstein acrescentou que o poema define posições sobre militarismo e anticonsumismo e que Ginsberg, em seus melhores momentos, foi um artista que afirmou sua própria verdade.
Documentário
Levando adiante o tema de assumir riscos, na noite de abertura da edição de 2010 Sundance rompeu com sua própria tradição. Em vez de exibir um filme em uma première de gala, exibiu dois longas e um programa de curtas. Depois de “Howl” veio “Restrepo” porque Robert Redford e o Festival Sundance sempre deram destaque a documentários. Para fazer esse filme, o autor Sebastian Junger (de “A Tormenta”) e o cineasta Tim Hetherington passaram um ano com um pelotão de soldados no Afeganistão, registrando a rotina deles, o trabalho e os combates.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Transgressão e subversão musical - Uma entrevista com Rai Mein
Rai Mein é um ser controverso do meio underground sorocabano e agora campineiro, sem papas na língua quando se trata de qualquer assunto polêmico.
Em seu estilo briguento e contestatório ele esta com o projeto " A Transgressão" que está causando um certo desassossego. Aproveitando-se das boas criticas e do crescente interesse pelo seu som sujo no mundo virtual, que é uma arma para aqueles que ainda respeitam o termo underground e liberdade no sentido mais amplo usado na música, ele fala sobre tudo e todos.
Com vocês Mr. Rai Mein, distorcendo seus sentidos no Stalker Shots
Cleiner Micceno - Gostaria que você falasse um pouco de você mesmo e como começou e quais foram suas principais influências?
Raí Mein - Sou Rái, J.Mauro, Junior, Tuco, Sabiá, dependendo da necessidade, local ou grupo de pessoas ou não. Sobre as influências, seria injusto citar apenas uma ou cinco, então faço uma pequena seleção: Lou Reed, The Cure, Bowie, Iggy & the Stooges, Vzyadoq Moe, The Cramps, Harry, Siouxie & the Banshees, Cocteau Twins, The Fall, Nine Inch Nails, Sisters of Mercy, the Neon Judgment, Link Wray e toda a garagêra suja e cheia de fuzz que existe pulsando por aí. Curto tudo que toca a alma, de Nelson Gonçalves à Clementina de Jesus. É aquela estória “musica boa não tem estilo”.
C M - Fale um pouco da sua trajetória na musica. Sei que vc tocou um tempo com a banda Fortunetellers de Sorocaba.
R M - Em 1998, eu estava numa merda desgraçada. Tinha quebrado um fêmur e estava fodidasso. Um amigo, o Inácio, começou a fazer umas aulas de guitarra e toda semana, ele me visitava e passava alguns acordes pra mim. Devo ter aprendido uns quatro, cinco no máximo, mas os bicordão eu aprendi, então, com todo o tempo do mundo que eu tinha pra me recuperar, pedi emprestado um teclado do Francisco (outro amigo), e mesa, microfone e pedal zoom do Inácio. E foi então que eu fiz uma demo-tape, com 5 faixas e distribuí para a galera. Fui criticado, pois era “muito dark e pesado, principalmente nas letras”, mas o Renato Bizar (wry) curtiu e me convidou a ensaiar no estúdio dos caras. Foi então que acreditei que, mesmo sem tocar bosta nenhuma, quem sabe um dia daria pra formar uma banda. Depois disso, fiz uma passagem turbulenta pelo Automatic Pilot, e após isso Marcio Bertasso me convidou pra formar uma banda rock’n roll sem imitar nada, então nasceu: The Fortunetellers. Toquei com eles de 2001 a 2006, e enchemos o saco um do outro (musicalmente falando) então, voltaremos em 2016 pra relembrar os velhos clássicos (haha), quem sabe gravar o que não foi gravado e mixar/masterizar direito aquela porra toda acelerada que está na Tramavirtual.
C M - Eu fiz uma parceria na direção de umas imagens do clipe “Downtown”, do Fortune , como foi a recepção da galera? Ouvi falar que a história da gravação é boa.
R M - Da época que foi lançado até agora, que eu saiba, todo mundo que viu, curtiu. Ninguém sabe como foi que o Rodrigo e o Japa conseguiram editar as paradas e fazer algo tão plausível - nem eles mesmos sabem! A gravação do clipe foi diversão pura. Catamos um Landau emprestado de Um amigo, gastei R$ 70 reais de gasolina, fizemos ótimas tomadas, o Emerson Punk* deu um rolezasso com o carrão e no final da história, o Rodrigo apagou 90% das gravações na volta, filmando a gente fumar. Eu queria matá-lo aquele dia. Outro fato curioso é que era para ser a Fernanda Sbraglia no lugar da Maritza, na personagem do clipe, mas acho que ela era menor de idade na época, e ficamos com medinho dos pais dela verem algo errado no vídeo. Nas filmagens de rua, saímos procurar uma traveca pra colocar no clipe. Demos 2 voltas e achamos uma loirinha bem rock’n roll, a Alexia, atual “Paris a vaca”. Ela arrasou, virou atriz na hora e posou para o nosso fotógrafo do making-off em belas poses.
C M - Depois dos Fortunetellers, o quê mais você fez na sequência?
R M - Final de 2007 foi uma época desoladora para os roqueiros de Sorocaba, o Zug Bar fechou, o Catraca fechou e até o Black Sheep fechou! Quem diria! Somente o Supersonic sobreviveu. O patrimônio histórico (que sobrou) de nossa cidade estava todo degradado, e a única coisa que a SECULT fazia, era trazer filarmônica européia e outros direcionamentos unilaterais da grana disponível para cultura, que ficou restrito (e à mercê) de projetos da Lei de Incentivo à Cultura. O então prefeito de Sorocaba, Renato Amary (PSDB), esmagou de vez a cultura, principalmente nos últimos 4 anos de seu governo, e foi baseado nisso que fiz “Constrói & Destrói”, me inspirando diretamente no Vzyadoq Moe e na história duvidosa da nossa cidade e das nossas raízes, e só depois percebi que ela faz sentido em quase qualquer cidade que eu possa cantar.
Carreguei a musica no site Fiberonline.com.br/transgressão e somente dias depois recebi recados em meu mail me parabenizando por estar entre os 10 downloads da semana. Era “Constrói e Destrói”. Pra mim foi uma surpresa. Então, pensei, se tem quem goste, vou tomar coragem e levar isso pro palco de vez. Sempre quis fazer esse tipo de som, mas nunca achei os caras certos pra somar.., E foi então que me mudei pra Campinas em Outubro de 2007 e toquei minha vida. Não faltaram convites pra tocar em bandas daqui, como Lunettes, Grease e o Rafael (ex.Astromato). Tranquei-me no apartamento e comecei a gravar uma porrada de bases com beats programados. Com o mesmo medo de mostrar para os amigos de 1998, achei que não era plausível e nem possível um formato de banda em 2 pessoas com um computador, teclado e pedal de guita pra tudo quanto é lado.,
C M - Fale do zine “ A corda”. Era um zine nos moldes antigos e bem feito, O que aconteceu com a ideia, existe alguma possibilidade de sair novas edições?
R M - Definitivamente, Cleiner, é muito difícil reunir pessoas que tem algo a dizer ao invés de apenas preencher o espaço. Se você torna democrática a produção, não pode censurar nenhuma contribuição ou discordar de coisas que, quem sabe, nada tenham a ver com a idéia concebida. É difícil explicar isso às vezes pras pessoas não é? E se você abraçar tudo, banca tudo e assume tudo pra si, então, não há prazer algum em fazer a parada. Muito trabalho e pouca (ou nenhuma) reflexão sobre nada. Ter um fanzine na city é muito legal, mas é uma responsabilidade a mais. Não sei se a nova geração quer ouvir o que eu tenho a falar, ou qualquer um que tenha vivido nessa cidade tenha a dizer algo pra eles. Me parece que não. Então, vamos pro salve-se quem puder de novo.
C M – O Vzyadoq Moe sempre foi uma presença constante na sua vida, como é o seu contato com os caras e sobre projetos com eles?
R M - Meu contato com os caras é o mesmo de sempre, desde 89: Um privilegioso acidente.
Se eu estou em Sorocaba e sei que eles estão lá reunidos, fico doido pra rastreá-los. Tenho mais contato com o Edgard, e com o Peroba (Marcos Stefani) que foi quem fez os Beats pra gente na versão de “Spreaded”- uma ótima experiência. Se continuar sendo da vontade deles, é só eles me chamarem que eu vou correndo, senão, eu mesmo corro atrás deles. Tenho muito respeito por esses caras, eles nem imaginam como as músicas mexeram com a minha cabeça.
C M –Como você vê essas bandas que foram ícones underground nos anos 80, vinte, vinte e cinco anos depois, como o Harry, como você processa isso em sua musica?
R M - Não processo nada, é bem automático. Faço o som do jeito que eu quero, para muitas pessoas essa sonoridade é de gosto duvidoso. E se era há 25 anos atrás, não vai mudar hoje. Se reinventar é uma piada nos dias de hoje, tem que experimentar. Enquanto eu sentir prazer em fazer músicas, seja lá como elas forem, eu vou continuar fazendo o que me der na telha.
C M - A Transgressão é um projeto antigo? Explique o processo de gravação e execução que você faz do trabalho e porquê optou pela sonoridade mais “old school”, por assim dizer?
R M - A Transgressão é um projeto antigo e desacreditado. O processo de gravação que usei em 1998, passo uma receita pra quem quiser voltar no tempo, ou simplesmente quem não tem equipamento certo pra fazer esse tipo de música:
- Um 3x1 com duplo deck
- 2 fitas k-7
- 1 pedaleira Zoom
- 1 distorção “T-Bone” Danelectro
- 1 teclado Casio toskão
- 1 microfone do Paraguai
- 1 mesa wattsom 4 canais
Daí equilibrava guitarra e beat, gravava um take de guita bem grave (parecendo um baixo) + beat do tecladão. Colocava o k-7, gravava e conforme mais takes, invertia as fitas, e assim subsequentemente (não podia gravar sobre montando mais de 4 takes, que ficava abafadasso) Depois metia modulação da pedaleira zoom infernal na guita, e por último, os vocais (mic ligado na pedaleira zoom). Agora gravo tudo no computador com uma mesinha Xenix, pedais de efeito, baixo e a “novidade”: Pedal de phaser e delay no tecladão Yamaha toscasso de feira (meu atual).
C M - Fale sobre o recém-lançado “Expo Dirty v2”. Por que “Spreaded” ficou fora do disco?
R M - Quatro dessas músicas perduraram em minha mente 10 anos: ‘Sickman’, ‘Down Screams”, “Hey You” e “I Told You”, e é um alívio tê-las gravado. Menos 4 fantasmas na minha vida. “Spreaded” ficou de fora, pois me comprometi a fazer nossa versão para o Ghost do selo virtual Phantasma13. Quem quiser é só ir lá no phantasma13.com e baixar no Tributo ao o Harry and the Addicts.
C M – Das bandas novas, quais você gosta?
R M - Das nacionais: We Have Some, Escarlatina Obcessiva, Plastik Noir, The Name, Zarbosa, Os Pontas, L.A.B., Modus Operandi, Lunettes e o reformulado H.A.R.R.Y. and The addict. Das gringas: The Warlocks, The Tamborines, TV on the Radio, The Black Angels, Parabólica…
C M - Como a mídia digital auxilia as bandas independentes na sua opinião? As majors estão fadadas ao fracasso?
R M - A indústria fonográfica é um tiro no pé atrás do outro. Só agora que estão começando a olhar para o underground. Saturou. Não tem mais pra onde correr. Prova disso é o milésimo ano que NxZero, Fresno e essas bostas ganham todos os prêmios na MTV, por exemplo. Tá pago, tem que dar o prêmio pros meninos ué. A mentalidade, quem sabe, está mudando agora. Desde cedo mamãe dizia que tinha que trabalhar se quisesse ganhar uma grana. Agora, você acha que eu, que enfiava 600 pau no bolso e ia pra SP na galeira da 24 de maio, fazia orçamento do que dava pra levar mais (não exatamente os itens que eu queria levar) segundo o custo-benefício, vou defender gravadora major? Por mim, que o mp3 seja um vírus incontrolável, mutante, selvagem e sem controle.
C M - Como você vê a relação do público que ouve musica hoje, comparado à época dos k7 e vinis?
R M - Ah cara, isso é a carne de vaca mais falada da praça, pense, antigamente a gente riscava uma música do disco, se não conseguisse tirar a porra do risco, fodia a musica, fodia o disco. Não é que nem hoje em dia, que se riscar o disco, vai lá no computer e baixa outra... Hoje, na questão de curtir um som, ninguém mais que tem um computador tem desculpas, é clicar e conhecer coisas novas sem medo! Antigamente dependia da loja trazer os discos, do preço, da disponibilidade... o album chegava 10 meses atrasado em Sorocaba, na Farao’s, e aquela lojinha com uma portinha com uma escada pra subir, na dr. Braguinha, depois veio o paraíso: A Transa-Som, alugando CD’s e vendendo só o fino da arte! Gastava todo o meu pagamento lá. Hoje? Galera vai ali baixar o Radiohead “à quanto eu quiser”, 2 minuto, tá no pente.
C M - Você é amigo dos caras do Wry, como você vê o retorno deles pro Brasil , o que muda com eles no comando do bar Asteroid em Sorocaba ?
O Wry é uma banda louca. Todo tipo de coisa acontece com esses caras, e quem sou eu pra falar o que aconteceu em Londres? Eu nunca fui pra lá, e sei o que todo mundo sabe. Pra quem nunca viu ao vivo, os vídeos dos caras tocando por lá falam por si. Só não curte quem é do contra, porque o clima “Wry” prevalesse nas musicas, nos shows e soam exatamente como aqueles gloriosos shows do passado do Dr.N, do Sorocaba Club, com Pin Ups... só que agora um pouco mais alto com o pequenino equipamentinho que trouxeram. Eles são uma banda diferentíssima aqui no Brasil. O bar Asteróid está em boas mãos. O Mario é o cara dos contatos e vai trazer tudo que for de melhor, com certeza. Não vai mudar, já mudou o conceito na noite sorocabana.
C M - Agora fale-me dos projetos futuros, o que mais você tem nas mangas?
R M - Estamos incorporando um novo elemento na banda, o Gal. Ele me ajudará a controlar os beats, e intercala guitarra e teclado comigo, além de tocar maracas e meia-lua em algumas musicas, mas isso só no próximos shows, pois o cara toca muito... 2 anos de musica na UNICAMP e tal, mas ainda não conseguiu tirar as guitarras do primata-master da guitarra aqui.
C M – Deixe um recado para a galera que acessa o blog.
R M - Próximo sábado, vão ao show e se divirtam na pista dark do Tequillas Bar - dia 23 de janeiro. A Transgressão toca o set completo, luzes e fumacêra além da Jam com a convidada de São Paulo: MODEM. 22hs $7 Pista ao som dos bolachões de vinil da mais alta classe 80’s!
links :
transgressão music - http://fiberonline.com.br/transgressao
trama virtual - my space
fortunetellers - trama virtual
my space
tributo virtual ao harry - phantasma 13
constói & destroi video
show na estação de sorocaba projeto gerador - spreaded
Clipe Downtown da banda fortunetellers
harvey - um curta de amor?
Um amigo meu, Rodrigo Chagas, integrante das bandas baianas the Futchers e the Honkers me mandou esse curta via e mail, eu a princípio achei que fosse mais uma das piadas dele, até que me deparei com a obra surrealista do australiano Peter McDonald, que foi uma grata surpresa, pois fazia um certo tempo que não via um curta que me fizesse sentar e escrever algo, e achei esse em especial um que merecia uma resenha. O filme fala sobre as escolhas, sobre o amor e sobre as incompatibilidades humanas, onde a busca do amor idealizado através do platonismo voyeurista,visto através de uma fenda na porta, não é concretizado com a proximidade do ser amado. Ou seja, resumindo isso, os amores platonicos deveriam ficar apenas nesse nivel, pois assim que se divide a vida com o obejto de desejo ele desce de seu pedestal e assume a rudeza da aura humana, e o convívio longe da deificação do outro pode ser uma interminavel tortura psicologica para ambos, principalmente por quem nutre o amor irreal baseado em pureza e perfeição inexistentes.
Partindo dessa irrealidade chegamos ao argumento simples de Harvey, com técnicas modernas de intervenção digital, mas sendo feito da forma mais autoral possivel, o filme não se descaracteriza com o processo de digitalização nesse caso necessária, conseguindo uma estética e uma força pungente na sua estrutura e sua forma, atingindo o espectador com imagens aterradoras e belas, como em uma obra de Buñuel , que sempre dizia que o bizarro tinha uma beleza elementar.
Lily (Lisa Angove) mora em apartamento simples, e ao seu lado mora um estranho e soturno vizinho, Harvey (Nicholas Hope) que a vigia. Até ai tudo bem mas Harvey procura sua cara metade, seu complemento no mundo, e através de sua porta ele visualiza aquela que é seu amor platonico Lily.
Ai entra a poesia surrealista e psicológica do amor e das escolhas, lily esta alheia ao fato de seu vizinho nutrir uma paixão por ela e quando é confrontada com a sua metade no banheiro, cai e desmaia, a junção dos dois carne com carne, não supre a falta de amor de Lily por Harvey, e o caos reina na vida dividida dos dois, até a inevitável separação, com todas as cicatrizes, Lily refeita, está assutada, mas está se recompondo, mas Harvey que idealizou seu grande amor, esta apenas pela metade, incompleto, e provavelmente sempre estará.
Uma fábula triste das relações humanas e da eterna busca de seu complemento, visto de forma magistral em um filme muito simples mas com uma grande idéia.
Mas o alento é que sempre continuamos tentando e ás vezes , somente ás vezes, nós conseguimos acertar nossas escolhas.
Aqui você pode baixar o vídeo disponibilizado pelo proprio autor
harvey disponibilizado pelo diretor
esse post é dedicado atodos os Harveys do mundo.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Galeria de fumantes famosos a saga
Bem ai vai mais uma coleção de fumantes famoso para o albúm de figurinhas do stalker shots. Como sempre aqui podem fumar sossegados os famosos, os não famosos, e que sejam bem vindos todos os fumantes e os não fumantes.
Mr Johnny Cash
Tom Waits
Shane MacGowan
Robert De Niro
Nicholas Ray
José Mojica Marins ( com o qual já fumei mais de um cigarro junto)
Mick Jones
Marcello Mastroianni
Luis Buñuel
Jack Kerouak
John Waters
John Ford
James Dean
Iggy Pop
Harvey Keitel
David Lynch
Bob Dylan
Glauber Rocha
Johnny Depp
Jean Luc Godard
Jim Jarmusch
Charles Bukowski
Albert Camus
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Johnny Cash terá novo álbum póstumo
American VI: Ain't No Grave, nova parceria de Cash com o produtor Rick Rubin, sairá em fevereiro, quando o músico completaria 78 anos
O produtor Rick Rubin (Red Hot Chili Peppers, Gossip, Shakira) usou gravações de 2003, ano em que Cash morreu, para o disco. Na época, Rubin tinha chamado o artista para integrar o cast de sua gravadora, a American Recordings.
A notícia do novo álbum - o sexto de Cash na série American Recordings, iniciada em 1994 - foi confirmada pelo editor do site oficial do artista. O site da loja virtual Amazon também divulga o álbum, mas adianta em três dias o lançamento: 23 de fevereiro.
Cash morreu aos 71 anos, quatro meses após a esposa, June Carter. Na época, trabalhava em sua quinta parceria com Rubin, preenchida por inéditas e covers de Frank Sinatra e Bruce Springsteen, entre outros. O quinto volume da série American saiu três anos depois, em 2006.
O novo título usaria material das mesmas sessões em estúdio. O site TwentyFourBites listou canções possíveis, entre elas "First Corinthians", "Satisfied Mind" (na trilha de Kill Bill) e um cover de Sheryl Crow em "Redemption Day". O site oficial de Jonnhy Cash, no entanto, desaconselha pôr fé na lista, que havia sido mencionada na Amazon e já não está mais lá.
Tracklist:
* 1. Ain't No Grave (Gonna Hold This Body Down) (Claude Ely)
* 2. Redemption Day (Sheryl Crow)
* 3. For the Good Times (Kris Kristofferson)
* 4. First Corinthians 15:55
* 5. Where I'm Bound (Gibson)
* 6. A Satisfied Mind (Red Hayes/Jack Rhodes)
* 7. I Don't Hurt Anymore (Robertson/Rollins)
* 8. Cool Water (Bob Nolan)
* 9. Last Night I Had the Strangest Dream (Ed McCurdy)
* 10. Aloha Oe (Queen Lili'uokalan)
* 11. Can't Help But Wonder Where I'm Bound (Tom Paxton)
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Morre Eric Rohmer - um dos criadores da Nouvelle Vague
Morre o cineasta francês Eric Rohmer, um dos expoentes da Nouvelle Vague
Diretor de 89 anos fez longas como 'O raio verde' e 'Minha noite com ela'.
Museu em SP promove ciclo de filmes do cineasta até o final do mês.
O cineasta francês Eric Rohmer, um dos expoentes da Nouvelle Vague, morreu nesta segunda-feira (11) em Paris aos 89 anos, informou a agência de notícias France Presse citando a produtora do diretor Margaret Menegoz.
Entre os filmes assinados por Rohmer estão "A colecionadora" (1967), "Minha noite com ela" (1969), "O joelho de Claire" (1970),"Noites de lua cheia" (1984), "O raio verde" (1986) e a série "Contos das quatro estações", filmada ao longo da década de 1990. Confira a filmografia completa do cineasta
Um dos maiores expoentes do cinema de arte contemporâneo na França, Rohmer já foi premiado nos principais festivais do cinema indepentende europeu, incluindo Berlim, Veneza e Cannes. Em 1971, foi indicado ao Oscar pelo roteiro de "Minha noite com ela". Sua longa filmografia revelou numerosos atores da nova geração, incluindo Arielle Dombasle, Pascal Greggory e Fabrice Luchini.
Nascido Jean-Marie Maurice Schérer em 1920, Rohmer foi contemporâneo de Jean-Luc Godard, Jacques Rivette, François Truffaut e Claude Chabrol na prestigiada revista de crítica "Cahiers du cinéma", da qual foi editor de 1957 a 1963.
Considerado por muitos um conservador, Rohmer não seguia a moda. "Os filmes de Rohmer nunca contêm artifícios óbvios para chamar atenção, com violência, enquadramentos incomuns ou mesmo trilha sonora", escreve o biógrafo Terry Ballard. "Ele faz filmes que lidam com idiossincrasias e relacionamentos de pessoas realistas e introspectivas", completa.
Seus filmes não eram para todos os gostos. Ao descrever o trabalho do cineasta, o ator Gene Hackman uma vez afirmou: "Eu vi um de seus filmes uma vez; era como assistir a uma pintura secando".
Em resposta a quem o acusava de fazer filmes tediosos, o diretor chegou a dizer: "Se tivesse atores mais caros, se empregasse mais ferramentas técnicas, se tivesse um equipamento mais pesado, meus filmes seriam menos bons".
Ciclo de filmes em São Paulo
No último sábado (9), o Museu Brasileiro da Escultura (Mube), em São Paulo, estreou um ciclo de filmes com a obra do diretor francês. Durante todo o mês de janeiro, sempre aos sábados, são exibidos filmes de Rohmer. No dia 16 é a vez de “Conto de inverno”, às 19h, seguido por “Provas de apoio aos 120” às 21h20.
O ciclo, com exibições grátis, ainda tem "Conto de outono" e "O joelho de Claire" no próximo dia 23 e "Conto de verão" (1996) e o documentário "A fábrica do conto de verão" (2005), de Jean André Fieschi, no dia 30.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Tim Burton deve vir ao Brasil este ano
A data da exposição ainda não foi anunciada, mas ela está incluída na programação de 2010 do CCBB, que tem também unidades em São Paulo e Brasília. Um investimento de R$ 41,5 milhões vai garantir mais de 130 projetos ao longo do ano.
A mostra de Burton está atualmente em cartaz no MoMa, de Nova York. Entre os itens expostos estão desenhos, cartazes, roteiros gráficos, fotografias, marionetes, maquetes e roupas originais de seus filmes, como Edward Mãos de Tesoura, Peixe Grande e O Estranho Mundo de Jack, entre outros.
No momento Burton está finalizando Alice no País das Maravilhas, que estreia no Brasil no dia 6 de março
V FAIA - Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual
A quinta edição do FAIA - Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual, acontecerá no período de 12 a 16 de janeiro de 2010, no Centro de Convenções Victor Brecheret e no Atibaia Residence Hotel, em Atibaia, São Paulo e além de reunir em sua Mostra Competitiva "Troféu Sapuari" os curta-metragens e vídeos digitais premiados nos principais festivais brasileiros realizados em 2009, apresentará ainda Mostras Paralelas com produções premiadas nos Festivais de Contis (França) e FIKE - Festival Internacional de Curta Metragens de Évora (Portugal). Neste ano o Festival homenageará a Cineasta Suzana Amaral.
Consolidando-se como um dos mais importantes espaços de reflexão e debate sobre os rumos do audiovisual brasileiro, o FAIA 2010 traz ainda dentro de sua programação um encontro que reunirá representantes das 54 entidades filiadas ao CBC - Congresso Brasileiro de Cinema e de várias outras entidades do setor, além de personalidades e os principais dirigentes dos organismos federais e estaduais relacionados ao setor. Segundo Rosemberg Cariri, presidente do CBC, a reunião objetiva promover um balanço geral das atividades desenvolvidas durante o ano de 2009 e estabelecer um temário consensual que deverá nortear a programação do 8 Congresso Brasileiro de Cinema previsto para acontecer em julho de 2010 em Porto Alegre, RS. A reunião conta com o apoio da SAV - Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura.
Reafirmando também seu caráter cineclubista e internacional, a programação do V FAIA - Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual contemplará ainda a realização do V EIAC - Encontro Iberoamericano de Cineclubes e do I Encontro Internacional dos Direitos do Público. Organizado em parceria com a FICC - Federação Internacional de Cineclubes e do CNC - Conselho Nacional de Cineclubes estas reuniões contaram com a participação de lideranças cineclubistas de cerca de 15 países. Segundo o Vice-Presidente da FICC e Presidente do CNC, Antonio Claudino de Jesus estes eventos pretendem fortalecer e consolidar a integração e parceria entre os movimentos cineclubistas dos países ibero-americanos e a campanha mundial pelos Direitos do Público que vêm sendo empreendida pela FICC e que tem o movimento cineclubista brasileiro como um de seus principais protagonistas. A realização dos encontros contam com apoio da SPC - Secretaria de Políticas Culturais do Minc, através de sua Diretoria de Direitos Intelectuais.
O Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual é uma realização da Associação de Difusão Cultural de Atibaia / Difusão Cineclube em parceria com Prefeitura da Estância de Atibaia, através da Secretaria Municipal de Cultura e Eventos de Atibaia e conta com o apoio do Ministério da Cultura através da SAV - Secretaria do Audiovisual e da SPC - Secretaria de Políticas Culturais.
A programação completa pode ser acessada em: www.festivaldeatibaia.com.
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terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Novo curta de Petter Baiestorf - NINGUÉM DEVE MORRER
de Felipe M. Guerra
Bem, essa é a primeira postagem do ano, e como ainda estou me acertando com tudo aqui, roubei essa matéria do blog "Filmes Para Doidos", sobre o novo curta de Petter Baiestorf, que ja foi entrevistado aqui.
por enquanto é isso divirtam-se com a materia e o curta que esta no final do post, e logo volto a rotina.
No final da sessão de estréia de NINGUÉM DEVE MORRER, novo filme (na verdade curta) do catarinense Petter Baiestorf, fui saudar o vivente e recomendei, brincando, que ele parasse de usar drogas na hora de fazer suas mirabolantes produções cinematográficas. Para meu espanto, Petter garantiu que já não usava há tempos. Ou seja, é um doido varrido por natureza! E esse seu novo trabalho, aquele tipo de brincadeira bizarra que parece ter sido feita sob efeito de entorpecentes, se encaixa como poucos no rótulo FILMES PARA DOIDOS que dá título a esse blog.
Algum tempo atrás, quando o Petter me confidenciou que estava pensando em fazer um filme de bangue-bangue, eu lhe desejei boa sorte dizendo que também tinha um roteiro em forma de homenagem ao western spaghetti, e que só não havia filmado ainda devido às dificuldades técnicas (de conseguir figurinos, armas, os efeitos para fazer os tiros...). Ele riu da minha ingenuidade dizendo que o seu seria um "faroeste diferente".
Pois a forma mais simplificada de tentar descrevê-lo é dizer que NINGUÉM DEVE MORRER é um western musical (!!!). E apesar do título e da ambientação lembrarem o clássico ciclo do western spaghetti (principalmente o filme "Meu Nome é Ninguém", de 1973, com Terence Hill), a inspiração de Baiestorf não veio dos faroestes produzidos na Itália, mas sim dos escalafobéticos e ultrajantes filmes realizados na Boca do Lixo, como "Um Pistoleiro Chamado Papaco" (1986), de Mário Vaz Filho.
Todo o filme pode ser considerado uma brincadeira cinéfila de citação-colagem-paródia. Gurcius Gewdner interpreta Ninguém, um cowboy envolvido com a produção de filmes pornográficos sobre zoofilia. Certo dia, ele se revolta contra os produtores e abandona o set sem concluir uma cena de sexo oral com um touro (!!!). Furioso, o produtor ordena que Ninguém deve morrer! Um pequeno bando de pistoleiros é reunido para a missão, que envolve os clichês do faroeste (como o ataque à namorada do "herói"), mas logo descamba para o "Baiestorfismo".
Em diversos momentos, por exemplo, a história é interrompida por números musicais que se passam "dentro da cabeça" dos personagens, quando os atores dançam e fingem cantar canções populares, acompanhados de homens travestidos como dançarinas dos cabarés de filmes de western.
Mais adiante, quando a missão do título finalmente é cumprida, o faroeste é deixado de lado para se transformar numa parábola místico-religiosa (em forma de sátira, claro), quando aparece um personagem tradicional do cinema de Baiestorf: o religioso hipócrita que cheira cocaína enquanto balbucia suas mensagens edificantes.
Para completar a balbúrdia, o filme nem ao menos tem uma conclusão, substituída por uma colagem de fotos do tornado que varreu Santa Catarina (e a região das filmagens) em 7 de setembro deste ano, quando NINGUÉM DEVE MORRER estava sendo gravado.
Este novo trabalho de Baiestorf é engraçado por ser totalmente débil mental. Ninguém deve assisti-lo esperando por uma narrativa séria. Além dos bizarros números musicais que entrecortam a história, os figurinos são propositalmente pobres; a cor do sangue que sai dos ferimentos nos personagens muda de vermelho para verde e azul; um carro suspenso em uma árvore (protesto "anti-carro" feito pelo próprio diretor no prólogo) invade o filme numa cena-chave; os cowboys fingem cavalgar cavalos invisíveis, à la Monty Python (simplesmente porque a produção não tinha cavalos para utilizar!), e quase todos os "atores" são dublados com diálogos impagáveis tirados de filmes da Boca (o já citado "Papaco" e "Fuk-Fuk à Brasileira"), e da dublagem nacional do clássico "Comando para Matar", com Schwarzenegger (de onde saíram frases tipo "Cortar a garganta de uma menina é como cortar manteiga quente" e "Ele é um gigante pra ninguém botar defeito!", entre outras).
O resultado é uma brincadeira cinéfila (como assume o próprio diretor) bastante divertida, desde que se entre no espírito da coisa. A proposta de homenagear a Boca do Lixo e seus filmes excêntricos e inacreditáveis sempre é válida.
Mas, apesar da fonte de inspiração, Petter não apela para a sacanagem que vinha como uma constante em seus últimos trabalhos ("Arrombada" e "Vadias do Sexo Sangrento"): a nova musa do diretor, Ljana Carrion, aparece travestida como um dos pistoleiros, e a única mulher em cena, Lane ABC, está sempre com roupa.
Como atração à parte, NINGUÉM DEVE MORRER reúne várias caras conhecidas da cena underground e do cinema independente brasileiro, incluindo atores já conhecidos do cinema de Baiestorf (Gurcius, Ljana, Lane, Elio Coppini, Coffin Souza, Jorge Timm) e participações especiais de Cristian Verardi, Insekto e mais uma trupe de malucos de várias partes do Brasil.
Nesses tempos inglórios em que o cinema independente brasileiro tem descambado para um experimentalismo chatíssimo, sempre resta a esperança de aguardar com ansiedade pela próxima loucura (sem efeito de drogas) de Petter Baiestorf.
ATUALIZAÇÃO (18/12/2009):
Acabo de receber a notícia de que o Baiestorf, através do Gurcius, "uplodeou" o filme no YouTube, dividido em três partes, conforme vocês podem ver abaixo. Agora sim que ninguém deve perder!!!
NINGUÉM DEVE MORRER - Parte 1
NINGUÉM DEVE MORRER - Parte 2
NINGUÉM DEVE MORRER - Final