quinta-feira, 29 de abril de 2010

O descompasso

O sol apareceu naquele dia às cinco e trinta e sete, os primeiros raios perpendiculares cortavam os prédios da cidade. Às cinco e trinta e oito o jornaleiro já estava na esquina à frente de onde pegava os jornais, descia rápido, estava atrasado, Sr Werner, um judeu alemão, sobrevivente de Dachau na segunda guerra, levantava-se todos os dias aos primeiros apontamentos das luzes matinais, e gostava de ler a página de esportes assim que abria a porta, ficava lá, estático a espera, e assim que chegava o jornal, lia as linhas com rapidez apesar de sua idade avançada, com uma xícara de café em uma mão equilibrando o jornal com a outra, e o jornaleiro sabia que se chegasse no horário, ganharia uma gorjeta que já livraria sua ida a padaria. Parou na porta, e o velho não estava, aguardou alguns minutos, ele não apareceu, simplesmente deixou o jornal na porta e seguiu seu caminho , imaginando que passaria sua manhã sem comer nada. Às seis horas o sol já ia atravessando as ruas, entrando nas casas, não pedindo licença enchendo os átrios, janelas e quartos de uma luz laranja comum ao nascer do sol, trazendo consigo o rufar das asas dos pássaros que madrugam ao raiar da aurora.

Dona Zilma, uma senhora conscienciosa, acordava antes da família inteira e fazia seu café e deixava tudo pronto pra seus filhos e marido, naquela manhã sentiu um grande desejo de sentar-se na varanda, sem roupa, como veio ao mundo, e lá ficar pensando em quando era criança e atirava pedras no lago para ver os círculos que se formavam… As seis ainda, os sinos da igreja e a sirene da fábrica de tecidos, não tocaram como de costume, como que se recusassem atrapalhar o sono alheio.O porteiro da fábrica simplesmente não lembrava seu nome, nem o que estava fazendo sentado ali, começou gritar por sua mãe em pleno pátio, onde se aglomeravam motoristas de frete, faxineiros e fiandeiras, que em um súbito momento começaram a chamar também por suas mães, não por chacota, mas por todos se sentirem perdidos.

Às sete horas no necrotério do hospital central o coração de Dimitri, velho russo dado como morto as três e vinte sete da manhã, com o formulário assinado pelo médico plantonista, começa a bater de novo, ele abre os olhos subitamente, se levanta e recita frases do Guerra é Paz em russo enquanto acorda os outros mortos daquela noite, que começam, cada um a seu tempo recitar poemas e citações de livros que fizeram suas vidas ter sentido, uma algaravia chamou atenção do funcionário que ficava do lado de fora que fez o sinal da cruz e gritou bem alto – Podem me levar que eu já estou preparado! -.

Às sete e meia, no décimo segundo andar de um prédio central, um velho vai até sua janela, sobe no peitoril, esgueira-se até a sacada minúscula abre os braços e salta, com os olhos fechados ele imagina seu primeiro beijo, à noitinha a beira da orla, quando era franzino e acanhado, imaginou os lábios vermelhos dela tocando os seus, o cheiro dela invadindo seu nariz, o gosto de sua saliva com bala de alcaçuz vermelho, lembrava do rosto, lembrava dos olhos trigueiros, mas não lembrava seu nome, pensou nisso enquanto planava com seus braços quase angelicais, indo direto ao encontro do concreto gritou: – Cristinaaaaaaaaaa!- Levantou vôo e seguiu em direção ao sol alaranjado que queimava a relva e fazia brilhar as pedras e cascalhos próximos à linha de trem. Às oito horas, um menino descalço caminhava sozinho, segurava em suas mãos esquálidas uma pequena caixa de música que repetia sempre a mesma nota.

Os cachorros todos uivaram em uníssono naquela manhã quente e assim que os relógios marcaram nove horas, um som agônico, com diversos tons, foi ouvido. Reconhecia-se entre os uivos os cães pequenos e os cães grandes, uma ópera canina, às nove e um exatamente, os cachorros cessaram seu coral, todos ao mesmo instante, como se o som fosse suspenso do ar sem eco ou refluxo.

Às dez horas um coronel reformado, sai marchando sozinho, coloca sua roupa, destacando todos seus galões e medalhas. A marcha solitária toma as ruas, as pessoas param em todas as calçadas, um cordão de isolamento é colocado e as vozes dão vivas ao desfile de um homem só, suas botas batem contra as pedras do calçamento e fazem o barulho compassado, o som pac, pac, pac, pac, se multiplica e mesmo tendo apenas um homem, o som é de um batalhão seguindo seu coronel, que desce a rua principal parando o trânsito. Às onze horas todos abrem seus guarda-chuvas e uma saraivada de tiros derruba milhares de pombos, que caem como uma chuva por toda a cidade, uma chuva de sangue e penas, os canos, soltam uma fumaça cinza azulada, com pausas pequenas entre um disparo e outro

Ao meio dia o relógio da estação parou, os relógios de todos se recusaram a dar mais um passo, soltar mais um minuto que fosse de sua gaiola de tempo, o sol em descompasso com sua altivez diária, se recusava a subir mais no céu, ele ainda estava alaranjado, juvenil, como se tivesse nascido há pouco. O trem não chegou na estação ficou parado alguns metros antes da gare, as pessoas como os minutos, estavam presas, não conseguiam sair de onde se fixaram, mesmo não tendo nada que as impedisse fisicamente de se livrar do cárcere invisível, o Sol libertador da manhã, tinha resolvido ser tirano; por preguiça, por vaidade ou apenas por diversão resolveu ficar ali parado, no meio do céu, enquanto o mundo entrava em uma hecatombe silenciosa, estava tudo parado como em uma brincadeira cósmica, passaram-se horas, quem sabe quantas, afinal o tempo tinha estacado, as folhas deixaram de cair na praça central. Um colibri parou seu vôo em pleno ar, nada mais se movia. A boca de José Antonio ficou imóvel no momento que ia dizer para sua Maria que queria se casar e viver com ela o resto de seus dias, da mesma forma que as palavras de um jovem executivo foram congeladas no ar, quando ia praguejar por ter suas roupas enlameadas por um carro preto que passou de seu lado chapinhando a lama da uma poça na esquina da rua Assunção. Um jovem apaixonado prestes a se jogar de uma ponte carregava nas mãos próximas ao peito, um bilhete onde ele falava em três linhas que estava se matando por amor, o vento havia ouriçado seus cabelos, tampando sua face, como que para esconder esse último momento. Foi também congelada a tristeza de uma mulher de nome Isabel, que estava com lágrimas começando a rolar por seus olhos e um telefone nas mãos, soube que sua mãe havia falecido. Um castelo de areia na praia brilhava com uma luz branca, prestes a ser destruído por uma onda que foi paralisada há poucos centímetros de sua torre principal. O fogo que ardia em uma siderúrgica agora parecia inofensivo, não existia mais movimento, nem calor ou frio. O sol invadia todos os cantos, mas não havia mais temperatura.

De repente da mesma forma que tudo parou, recomeçou sua marcha fugaz, acelerada, pois o mundo tinha de voltar a seu eixo, com suas alegrias e tristezas, com suas pressas, com suas dúvidas, os ponteiros começaram a correr mais rápido, libertando os minutos que antes estavam presos, soltava-os aos borbotões, eles corriam como se para acertar a hora na marra, fizeram as tristezas, as alegrias, as pressas e as dúvidas, assim como as repostas, correrem. O dia estranho era como uma piada, uma folga, um dia de libertação, que tinha ido longe demais, tudo aquilo que tinha saído de seus esquadros, de suas rotinas, agora haveria de correr resfolegando para sua própria linha, para o seu próprio prumo, a vida se tornou rápida, o colibri voou mais rápido que suas asas agüentavam, mas o mundo ainda estava em descompasso, estava se acertando, tudo era acelerado, as pessoas resolviam suas vidas, seus trabalhos, suas querências, tudo tomou fôlego e foi-se terminar no fim do dia.


Com a pressa, aquilo que atrasou chegou muito rápido, o dia passou em minutos, o Sol estava cansado de ficar tantas horas despejando sua luz de jovem, quis se recolher, se esconder um pouco até poder tomar fôlego. E a noite caiu magistral, ela queria a paz, como uma mãe brava com as travessuras de seu filho. Trouxe de novo a normalidade o tempo foi voltando a seu ritmo normal, todas as marchas, os vôos, as palavras, os sons, os desassossegos, os jornais não lidos e os atrasos e indiscrições, foram sendo esquecidos naquele que foi um dia de liberdade e de pouca razão, como um sonho perdido em uma noite febril, a cada corpo cansado e dolorido pelo dia longo, mais longo que os outros, pela posição estacionaria que tinham ficado, que resolviam repousar os pensamentos que eram apagados, como que nunca existido, e aos poucos iam sumindo, a chuva de pombos mortos do dia anterior, os sangues, as penas, os mortos que recitavam, a algazarra canina e todas as lembranças; e quando o último par de olhos se fechou para repousar, com eles foram também os últimos fios que regeram aquela algazarra de vida, e ao dar cinco e trinta e sete da manhã de novo, a Lua já tinha ajeitado tudo, as coisas voltaram a seguir seu rumo, e o Sol maroto, apareceu mais tarde, como se tivesse envergonhado, sua luz ia entrando de fininho nas calçadas e ruas, pedindo licença, o Sol havia se arrependido, e depois de todas brincadeiras, de todo caos que havia causado, decidiu pedir desculpas, e seus raios acariciaram aquela manhã com ternura…


escrito por Cleiner Micceno

uso sob autorização do autor

cleiner.mambo@gmail.com

terça-feira, 27 de abril de 2010

cine drops

Festival tem abertura nesta segunda feira
14ª edição do Cine PE Festival do Audiovisual pode ter sua noite de abertura nesta segunda, dia 26, mas a maratona cinematográfica começará neste final de semana, com a Mostra Pernambuco.Na noite de abertura, o diretor homenageado Guel Arraes exibirá seu mais novo longa O Bem Amado.Quincas Berro DAgua, novo longa de Sérgio Machado encerrará o Festival, no dia 2 de maio

Dos 70 longas inscritos (seis a mais que a edição anterior), seis foram selecionados por uma curadoria para entrar na competição: os dois documentários paulistas Cinema de Guerrilha, de Evaldo Mocarzel; e Sequestro, de Wolney Atalla; e as quatro ficções As Melhores Coisas do Mundo (SP), de Laís Bodanzky; Léo e Bia (RJ), com direção do cantor e compositor Oswaldo Montenegro; Não se Pode Viver sem Amor (RJ), de Jorge Durán; e O Homem Mau Dorme Bem (DF), dirigido por Geraldo Moraes.

Mais informações: www.cine-pe.com.br


Inscrições abertas para o festival Santa Maria Vídeo e Cinema

As inscrições para as Mostras Competitivas da nona edição do Santa Maria Vídeo e Cinema estão abertas no período de 18 de abril a 18 de junho (data de postagem) para curtas-metragens realizados em todo o país, com até 25 minutos, finalizados a partir de janeiro de 2009. As categorias de competição são animação, documentário e ficção para a Mostra Competitiva Nacional e Mostra Competitiva de Santa Maria e Região.

Este ano, o festival acontece entre os dias 30 de agosto a 04 de setembro, com o tema Entre Fronteiras, para celebrar as parcerias formadas pelo festival. O Homenageado Nacional será Rosemberg Cariry, cineasta e presidente do CBC - Congresso Brasileiro de Cinema. O Homenageado Local será Jair Alan, jornalista e crítico de cinema.

No mesmo período estão abertas as inscrições para a Mostra Nacional Competitiva de Videoclipes onde podem participar trabalhos de todo o país, também finalizados a partir de janeiro de 2009.

O regulamento e a ficha de inscrição podem ser obtidos no site: www.smvc.org.br ou pelo telefone (55) 9644 3691


Festival de filmes brasileiros em Los Angeles começa próxima terça

Em sua 3ª edição, o Los Angeles Brazilian Film Festival - LABRFF 2010, terá a sua abertura no dia 27 de abril, terça, e contará com a premiere norte-americana do filme A Deriva, de Heitor Dhalia. Este ano, o festival celebra os 15 Anos da Retomada do Cinema Brasileiro, com uma seleção de filmes que marcaram o período que ficou conhecido no mundo inteiro como um dos melhores momentos do cinema nacional, comparável apenas ao Cinema Novo.

Filmes como Divã, Estranhos, Praça Saens Peña, Ouro Negro e Salve Geral fazem parte da Seleção Oficial, que é composta por mais de 60 filmes. O festival seguirá até o dia 2 de maio, quando será feita a distribuição de prêmios.

Secretaria de Cultura lança Programa de Fomento ao Cinema Paulista 2010

A Secretaria de Cultura abriu nesta semana o edital do Programa de Fomento ao Cinema Paulista. O programa é voltado para finalização e produção de filmes que já foram filmados. As inscrições vão até dia 18 de junho, os projetos devem ser entregues no endereço abaixo:

Secretaria de Estado da Cultura, NÚCLEO DE PROTOCOLO E EXPEDIÇÃO, Rua Mauá 51, Bairro Luz, São Paulo - SP, CEP 01028-900

No ano passado, esse programa distribuiu mais de 5,8 milhões de reais para finalização de obras. Os valores foram de 75 mil a 800 mil reais para cada projeto.



domingo, 25 de abril de 2010

“Twin Peaks”: 20 anos de um clássico

Série criada por David Lynch fez história na televisão e abriu caminho para uma nova geração de programas nos Estados Unidos

Foto: Divulgação

Kyle MacLachlan e o diretor David Lynch no set de filmagem de "Twin Peaks"

Há 20 anos, no domingo de Páscoa de 1990, a televisão mudou para sempre. Um mundo de mistério, fascínio e estranhamento passou a fazer parte da vida dos telespectadores norte-americanos, pelas mãos do diretor mais improvável. David Lynch, a mente genial e doentia por trás da vanguarda de Eraserhead e do excêntrico Veludo Azul, conseguiu, talvez por um milagre, convencer os executivos da emissora ABC a aprovarem o piloto da série “Twin Peaks” e, mais do que isso, engatar não uma, mas duas temporadas. Os efeitos desse experimento em rede nacional repercutem até hoje, tanto que, sem ele, programas como Arquivo X, Lost e True Blood provavelmente não existiriam.

Foto: Divulgação Ampliar

A atriz Sheryl Lee no episódio piloto da série: quem matou Laura Palmer?

O roteirista Mark Frost, que criou a série ao lado de Lynch, partiu de uma história contada por sua avó, sobre como o assassinato de uma garota do interior abala a vida da comunidade local, para chegar a Laura Palmer. Rainha da escola, namorada do capitão do time e filha modelo, Laura (Sheryl Lee) é encontrada morta às margens de um lago, enrolada em sacos plásticos. O caso traz à cidade, incrustada nas montanhas perto da fronteira com o Canadá, o agente do FBI Dale Cooper (Kyle MacLachlan, que vinha de dois trabalhos com o diretor, Duna e Veludo Azul). Detetive clássico, esotérico e engraçado, tudo ao mesmo tempo, Cooper coordena a investigação e traz à tona o submundo da pacata Twin Peaks, com drogas, sexo e prostituição.

Ninguém é o que parece e se o suspense já não era suficiente, ainda há espaço – e como – para o bizarro e sobrenatural, o que realmente dá sabor à trama. Tapa-olhos, membros decepados, anões, gigantes, a Senhora do Tronco, cenas filmadas ao contrário, demônios... Lynch forneceu todos os ingredientes para os episódios deslizarem por uma atmosfera de sonhos, característica essencial de sua filmografia. Nunca algo assim havia garantido lugar em horário nobre. O curioso é que uma série tão estranha virou fenômeno nacional. A estreia teve audiência de uma final do Superbowl e nas semanas seguintes, o cenário não mudou muito.

A pergunta que rondava os Estados Unidos era “Quem matou Laura Palmer?”. Festas temáticas, camisetas, capas de revista, uma por febre da torta de cereja (favorita do agente Cooper), paródias na Vila Sésamo e no Saturday Night Live, não se falava de outra coisa. As propagandas se aproveitavam da ansiedade do público: “Se você perder hoje à noite, não vai saber o que todo mundo vai estar falando amanhã”. O elenco – afiadíssimo, com destaque para Ray Wise e para beldades como Sherilyn Fenn e Lara Flynn Boyle – só recebia cenas picotadas e descobria o andamento da série junto com os espectadores.

Tanta atenção acabou sendo a própria desgraça da série. A emissora e os fãs pressionavam para que o assassino fosse revelado. Lynch e Frost cederam e o enigma foi resolvido logo no início da segunda temporada. A partir daí, nada foi como antes. O público perdeu interesse, assim como Lynch, envolvido nas filmagens de um novo longa-metragem, Coração Selvagem. Quando o diretor resolveu retomar as rédeas do programa, nos últimos episódios, já era tarde demais para garantir um terceiro ano. Coube à equipe dar um final digno – sem respostas, mas com ganchos e reviravoltas excepcionais, que garantiram a paixão pela atração acesa até hoje.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

para quem é de porto algre ou que queira expor la

SEU – SEMANA EXPERIMENTAL URBANA

Inscrições até 10 de maio de 2010

Enquanto artistas em busca de abordagens sensíveis sobre a cidade, concentramos esforços para organizar um encontro que se proponha a interferir, através de ações e gestos, no acontecer dos impulsos do espaço público. SEU – SEMANA EXPERIMENTAL URBANA surgiu como uma proposta experimental em artes – vivência, rua e relação -, idealizada por artistas_produtores independentes de Porto Alegre. O projeto propõe o encontro e o intercâmbio entre artistas do Brasil, com a intenção de fomentar o trabalho coletivo, compartilhando percepções e experiências.

Esta ocupação temporal, emocional e coletiva da cidade de Porto Alegre para a convivência intensiva, pretende reunir durante os dias 19 e 25 de junho de 2010, um grupo de artistas que se proponha a vivência, ao questionamento dos meios e modos de fazer e pensar em arte, e ao alargamento dos limites do que se atribuí como obra de arte. O espaço público da cidade de Porto Alegre, elemento constitutivo das propostas que buscamos acolher, será o laboratório e lugar de relação e a convivência do SEU.

CONVOCATÓRIA

REGULAMENTO

Poderão inscrever-se artistas, grupos, coletivos, agrupamentos e/ou redes de trabalho, desde que especificado o responsável. A realização dos projetos deverá ocorrer durante o período do SEU – SEMANA EXPERIMENTAL URBANA, de 19 a 25 de junho de 2010.

As inscrições são gratuitas e estarão abertas no período de 24 de março a 10 de maio de 2010, através do email: portoalegreseu@gmail.com

O interessado em participar deve encaminhar, no ato de envio do projeto, ficha de inscrição, disponível no http://portoalegreseu.wordpress.com. Os projetos deverão conter currículo, descrição da proposta, forma de execução, materiais a serem utilizados e material complementar, como imagens, textos e sons. Apenas serão aceitas as propostas recebidas até o dia 10 de maio.

Ao inscrever-se, o artista, grupo ou rede autoriza a organização do encontro a reproduzir total ou parcialmente o material enviado, bem como os resultados do trabalho.

É de responsabilidade única, exclusiva e irrestrita do artista ou grupo inscrito a veracidade das informações por ele prestadas no ato da inscrição (no que se refere à documentação encaminhada), bem como a observância e regularidade de toda e qualquer questão concernente à Lei de Direitos Autorais (Lei Federal Nº 6.910/98) relacionada com os projetos inscritos e realizados durante o SEU.

Serão selecionadas 12 projetos e a divulgação ocorrerá dia 15 de maio de 2010, através do blog. Os projetos selecionados serão notificados por e-mail, correio ou telefone.

A seleção das propostas será feita pela organização do encontro.

Os projetos selecionados terão apoio da organização do SEU, mas é de responsabilidade exclusiva do artista ou seu representante, a sua execução. A organização do SEU disponibilizará um pró-labore no valor de R$600,00 [seiscentos reais], à título de apoio, além de hospedagem durante a semana. O artista, grupo ou representante do projeto selecionado arcará com as demais despesas, tais como transporte e alimentação.

O apoio é destinado aos projetos selecionados que devem ter suas atividades realizadas prioritariamente em espaços públicos de Porto Alegre pelo artista ou por alguém designado por ele e será disponibilizado após a confirmação da execução da proposta selecionada.

A organização do encontro não se responsabilizará pela segurança e manutenção dos trabalhos selecionados, nem por danos físicos ou morais que possam ocasionar aos participantes ou a terceiros.

É de responsabilidade dos selecionados todo e qualquer material e/ou equipamento utilizado para a realização de seu projeto, bem como a obrigatoriedade da retirada dos mesmos ao final do encontro. A organização do encontro não se responsabilizará pela segurança e manutenção dos trabalhos selecionados, nem por danos físicos ou morais que possam ocasionar aos participantes ou a terceiros.

O acesso às ações contempladas deverá ser obrigatoriamente público e gratuito.

Não serão aceitas propostas que gerem qualquer tipo de risco ou constrangimento à comunidade, que possam comprometer o patrimônio ou a integridade física das pessoas, ou que impeçam o direito de ir e vir.

A organização do SEU se dispõe a fornecer informações sobre a cidade (veja mapeamento no blog) e a auxiliar no que for necessário para a obtenção de autorizações, em caso de utilização de espaços ou prédios públicos que envolvam documentação prévia.

Cabe a organização da Semana Experimental Urbana decidir sobre casos omissos.

Inscreva-se já!


CRONOGRAMA

Inscrições: 24 de março a 10 de maio de 2010

Divulgação do resultado: 15 de maio de 2010

Realização do SEU: 19 a 25 de junho de 2010


INFORMAÇÕES

www.portoalegreseu.wordpress.com

email: portoalegreseu@gmail.com

segunda-feira, 19 de abril de 2010

entrevisca comigo no tw midia terça as 19 horas assistam

Nesta terça 19h ao vivo, assista Econet com Diretor e Produtor de vídeos, Cleiner Micceno focando nessa fase a sustentabilidade, vai nos falar de suas propostas em seus Projetos.
Acesse www.twmidia.com 19h em ponto e vamos conversar pelo msn econet@twmidia.com, add

para quem gosta de HQ, Além dos balões

já está no ar mais um programa HQ, além do balões. Nosso programa foi homenageado com o 1º Troféu Bigorna na categoria “Grande Contribuição à HQ Nacional” e foi indicado ao 21º Troféu HQMix na categoria “Mídia sobre Quadrinhos”.

Nesta edição mostramos a conversa que tivemos com o quadrinista, cartunista e vencedor de vários salões de humor Marlon Tenório, que nos falou da quadrinização e publicação de uma revista em comemoração ao ano da Astronomia no Brasil e de seus projetos para 2010 e 2011. Veremos também o bate-papo com os colaboradores da primeira edição da revista “Jam”, Edu Mendes (idealizador do projeto), Daniel Esteves, Will, e o Marlon Tenório (revista que conta com histórias também do Gil Tokio e do Jozz).

Veiculamos mais uma animação do "Tulípio", personagem desenvolvido por Eduardo Rodrigues e Paulo Stocker. O quadro “Notícias do 4º Mundo” engloba as duas entrevistas citadas. Comentamos e mostramos “Bone # 14” personagem criado pelo americano Jeff Smith, mais um volume da saga de 17, revelamos a data do próximo “HQ em Pauta” e mostramos a edição da Disney Italia que tem como personagens jogadores de futebol brasileiros.

Continuamos com a campanha “Via Lettera Presenteia” na qual nossos convidados e participantes são presenteados com obras da editora.

Para acessar o HQ, além dos balões é só digitar e entrar no endereço www.hqalemdosbaloes.com ou www.tvtatuape.com.br/hq (caso o link não funcione, é só digitar os endereços em seu navegador). Confira também o quadro HQ, além dos balões no programa Mask (http://www.tvtatuape.com.br/mask.htm.

O programa HQ, além dos balões tem o apoio do site especializado em quadrinhos www.bigorna.net.

Muito obrigado e um grande abraço,

Fábio Sales

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Diretor de Cinema, aspirinas e urubus seleciona elenco para novo filme

Atores e atrizes interessados em integrar o elenco de próximo longa-metragem do diretor Marcelo Gomes (Cinema, aspirinas e urubus) podem se inscrever por e-mail ou na REC Produtores, até 16 de abril.

Para participar da seleção para o filme Era uma vez Verônica, é necessário enviar um breve currículo e duas fotos em formato JPG, com resolução mínima de 300 dpi. DVDs com atuações dos profissionais também podem ser anexados.

O material deve ser enviado para o e-mail elencoveronica@recprodutores.com.br ou para a REC Produtores Associados, que fica na Rua João Ivo da Silva, 249, bairro da Madalena, no Recife.

Outras informações no site www.recprodutores.com.br

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Entrevista com Cleiner Micceno (Reverend Stalker)

Entrevista com Cleiner Micceno (Reverend Stalker)

Cleiner Micceno ou Reverend Stalker como é mais conhecido, é diretor de vídeo clipes, tem uma banda de Psychobilly chamada The Reservoir Dogs, documentarista e escritor, tem um blog chamado stalker shots (stalkershots.blogspot.com). Um outsider que tem no underground sua principal referência. Independentemente do estilo, acha que o rock´n´roll no Brasil não é valorizado da forma que deveria ser, mas que existem formas de conseguir espaço mesmo nas adversidades com as ferramentas de internet, e mostra que vídeo clipes podem ser feitos com qualidade e com custo reduzido, só ter criatividade e boas idéias. Com vocês Cleiner Micceno

Rock Now – Fale sobre a valorização das bandas e sobre o underground.


Cleiner Micceno - Eu acredito no valor das pessoas que fazem a cena underground em nosso país, cara, aqui é um lugar onde as bandas têm pouco ou nenhum espaço para tocar, os bares nem sempre vêem as bandas de som próprio com bons olhos, e geralmente os caras não pagam um cachê decente, nem bilheteria os caras querem dar para as bandas, o que é ridículo, o cara ganha todo lance do bar, a banda atrai público e nem isso os caras valorizam, ainda mais no interior, para eles a desculpa de sempre é “vocês estão mostrando o trabalho da banda”, pô mas até quando vamos ficar só mostrando o trabalho ahahahaha. Essa não é uma realidade de todas as bandas, mas garanto que de uma boa parcela delas é, infelizmente esse é o nosso país, que tem tradição de samba, pagode, sertanejo, funk e sei lá mais o quê, mas rock é um estilo que nunca foi totalmente assimilado por aqui, e principalmente nunca foi respeitado, já enjoei de ouvir pessoas falando: “-você toca em banda de rock? Ih cara você ta perdendo tempo, isso não dá grana!”. O que essas pessoas que dizem isso não sabem, é que você ta tocando rock porque isso é sua vida e isso que você gosta de fazer e ta pouco se lixando, porque para você isso não é perda de tempo e é o que te move a vida toda, rock´n´roll é um estilo de vida, quem tem banda sabe o que eu to dizendo.

E mesmo com todas essas adversidades dando murro em ponta de faca, as bandas tão ai, acreditando na força da própria música e da própria cena, e essa força é que move a galera, e que os faz não se conformarem e continuar a lutar pelo espaço que lhes é devido, afinal os músicos de rock só querem respeito o resto eles mesmos fazem, como sempre fizeram e com o lance de Internet, Myspace, YouTube, etc as coisas estão melhores hoje que a dez, quinze anos atrás, as Majors já não são mais necessárias, a indústria fonográfica formal está praticamente definhando e isso é irreversível; as bandas hoje podem se auto gerir e conseguir divulgar sua musica, só ter iniciativa e correr atrás, sem intermediários para encher o saco e lucrar com seu trabalho, o lance hoje é saber utilizar as ferramentas que tem a disposição e usar a criatividade. Felizmente o mundo perdeu as fronteiras e você ter uma banda em qualquer parte do país não impede de mostrar seu trabalho.

3 copy

R N – Como você trata cada clipe, considerando os diferentes estilos e referências de cada banda?

C M – Bem ai é um caso interessante, eu venho da cena Psychobilly, que é um estilo pouco conhecido, mas antes de tudo eu gosto de diversas vertentes do rock, gosto de Punk Rock, Metal (geralmente as linhas mais pesadas como thrash, death, grind, splatter, Power, crossover, etc), Hardcore(old school), Rockabilly, Garage Rock, Alternativo e por aí vai, sou bem eclético nos estilos, e como sempre ouvi muita coisa, já escrevi muito sobre música também, então conheço geralmente algumas referências das bandas, pelo menos um básico quando é um estilo muito diferente do que eu gosto, e também sentando e conversando com a banda vemos várias bandas e clipes que são usados como ponto de partida para fazermos o roteiro e eu observo principalmente a estética, que tem que ter a ver com a estética e proposta da banda, procuro sempre que cada vídeo clipe tenha a cara da banda, que ela complemente a música, pois eu acho que o clipe tem que passar verdade sobre a banda, não da para fazer um clipe que fique muito longe do que a banda é, não quero que a proposta pareça fake ou fabricada, gosto de mostrar a atitude das bandas nos vídeos e isso sempre tem dado certo.

clipe banda instinto

R N – Fale um pouco sobre a produção de um clipe?


C M – A produção de um clipe sempre passa por algumas fases, o primeiro passo é o desenvolvimento da idéia e concepção de roteiro básico. Eu sempre faço essa fase junto com a banda, muitos produtores excluem a banda nessa parte, já chegando com idéias próprias, com um roteiro fechado, ou quando falam com a banda eles pegam algumas coisasa apenas, mas procuram sempre que prevaleçam as sua própria concepção; já no meu caso eu gosto de direcionar as idéias que a banda já tem para o clipe, viabilizar o máximo dentro da proposta. Muitas bandas nunca participaram da produção de um vídeo e não tem muita idéia de como é o processo, mas eles já sabem mais ou menos o que querem como resultado, pelas referências de clipes das bandas que gostam, a minha função é chegar a um resultado que agrade a banda no final.

Aí entra a fase mais importante da viabilidade de idéias, ver aquilo que é possível executar dentro do orçamento, ver tudo aquilo que será necessário para a execução, escolher a locação para ser feito o clipe, se será necessário contratar atores para alguma cena, ou seja o clipe antes de tudo tem q ser resolvido uma boa parte no papel, para quando começar a gravar já estar tudo certinho e bem direcionado para não se perder tempo nem grana.

Após tudo certo, aí vem a gravação, cada local tem características que podem ajudar a gravação ou dificultá-la, e com isso a gravação pode se estender por mais dias levando mais tempo para execução, mas é raro na maioria das vezes um clipe básico consegue ser gravado em um ou dois dias, na maioria das vezes.
Acho importante ressaltar que para o primeiro clipe da banda acho sempre importante mostrar a banda e os integrantes, pode-se ter mais cenas, contar uma história e tals, mas é bem importante marcar bem os integrantes, afinal essa é sua apresentação para todos que não te conhecem.

gravação documentario eddy teddy

R N – Além de clipes, no que mais você trabalha relacionado com audiovisual?


C M – Eu sou documentarista, já lancei um documentário longo sobre o PSYCHO CARNIVAL em Curitiba, sobre a história do festival, e estou com material para lançar mais um ano que vem como um complemento. E atualmente estou fazendo um documentário em conjunto com dois amigos (Luiz Teddy E Vebis Jr) sobre a cena Rockabilly Brasileira e sobre o musico Eddy Teddy da banda Cokeluxe, vamos falar sobre o Eddy que foi um músico fantástico dos anos 80 que fomentou muita coisa legal na época, e disseminou o estilo Rockabilly pelo Brasil, é um documentário que já está em andamento com muitos entrevistados legais, como Kid Vinil, Clemente e Ronaldo dos Inocentes, Fábio da banda Olho Seco, os guitarristas André Christovan e Nuno Mindelis, o cartunista Angeli, o critico musical Ayrton Mugnaini Jr, Albert Pavão, Tony Campelo, os Incriveis, The Jordans, e o radialista que trouxe o rock´n´roll para o Brasil nos anos 50 Sossego, ou seja é um material legal que estamos ainda em fase de captação de imagens. Mas o lançamento fica previsto para o próximo ano.
E na área eu faço qualquer trabalho ligado a vídeo, como gravação de shows, produção de show para DVD de bandas. Registros e making of de gravações de CDs, e vídeo de apresentação para fechar shows, gravação de ensaios , o que for preciso.


R N – O fato de você também ser músico deve ajudar a entender as necessidades e dificuldades das bandas independentes ao buscar um material de qualidade, como você procura oferecer uma solução viável aos loucos como nós que ainda insistem nessa correria do Rock Undeground Independente?


C M – Esse acho que é um dos meus maiores diferenciais, porque eu sei das dificuldades que uma banda independente tem para conseguir fazer qualquer coisa, e por isso eu sempre procuro fazer clipes com qualidade com as possibilidade das bandas, sempre conseguimos chegar a um acordo legal, um preço que seja possível pagar, pois videoclipe é um investimento, quando você ouve uma banda que gosta a primeira coisa que faz é ir no YOUTUBE e ver se tem algum registro dela lá, ou seja, vídeo clipe passa uma seriedade e profissionalismo quando bem executado.
Eu sempre procuro adequar o orçamento para fazer o melhor trabalho possível, eu tenho um bom diálogo com a banda quanto a isso, e por também ser músico então acho que estamos todos no mesmo barco, e que só com um ajudando o outro que a cena cresce e prospera e todos saem ganhando, minha mentalidade sempre foi essa, eu prefiro fazer um lance legal, que a banda fique feliz e tenha próximos clipes, que simplesmente cobrar um absurdo e ai não ter nenhum, que é a mentalidade da maioria das produtoras, que para eles é indiferente se você é de uma banda independente ou uma banda contratada da Sony, eles não tem noção da realidade, e nessas condições as bandas independentes ficam sem muitas opções, a não ser caras que trabalham com vídeo amador que cobram muito barato, mas, o vídeo sai horrível e você joga dinheiro fora.

Ai eu entro nesse meio termo, porque o trabalho sai profissional, mas com um preço que é acessível,e eu ainda divido o pagamento em duas três vezes , coisas que facilitam muito a vida das bandas, que nem sempre tem a grana toda na mão, ou seja é um diálogo aberto que sempre mantenho com as bandas, que visa sempre que todos saiam ganhando e mais material legal seja colocado no ar.

R N – Qual é a maior dificuldade que as bandas enfrentam ao produzir o clipe?


C M – Bem para ser sincero é o primeiro passo, ver que é necessário ter um clipe, colocar o clipe nas prioridades da banda assim como gravar as músicas. M

uitas bandas ainda não sabem como isso é uma ferramenta importante na divulgação, no diferencial do trabalho, na valorização de sua imagem e o retorno que ele dá algumas pessoas o encaram como um gasto desnecessário, quando é exatamente o contrário é um investimento importante.

Para produzir o lance, é simples, tem que por a idéia a diante, se todos da banda estiverem empenhados, as dificuldades são pequenas, o que é necessário é criatividade, se todo mundo se comprometer e por mãos à obra nada impede de fazer um clipe semana que vem, por exemplo, basta ter o som gravado com qualidade que o clipe é um passo, só sentar e conversar, ver as possibilidades e começar a fazer. A maioria das bandas que eu produzi os clipes por exemplo colocam o clipe de bônus no cd que lançam, que é um valor agregado ao produto, e o retorno sempre é bem legal com certeza.

fuck off

R N – Qual é o estilo que você curte produzir?


C M – Cara se o gênero for rock´n´roll de verdade, eu me divirto fazendo, já dirigi clipe de bandas punk, metal, glam rock, psychobilly, guitar bands, e com todas sempre foi muito bacana, cada estilo acrescenta novas coisas para mim, novas referências, cada trabalho sempre me traz muita satisfação, eu respeito muito o esforço e o trabalho de cada banda, e poder fazer parte da história dos caras de alguma forma já me deixa muito feliz. Cada banda que trabalho, quando já não são meus amigos, ficam sendo depois do clipe e isso é o que importa na vida, fazer amizades, e cada pessoa tem seu estilo e é a diversidade que torna tudo mais interessante, preconceitos e divisões por que o cara curte isso ou aquilo é besteira.

R N – Deve rolar muitas histórias cômicas ao longo de todas essas produções, tem alguma que poderia citar?


C M –Vixe com certeza, cada clipe tem uma história, já gravei em uma locação que era um prédio de uma empresa que estava totalmente ferrado, que só tinha um ponto de luz que uma parte da iluminação foi feita com luzes de farol de um carro, e ainda fomos brindados com uma tempestade torrencial que literalmente desencadeou verdadeiras quedas d’água e poças em todo lugar, mas no final foi um resultado muito bom, mas no dia foi caótico.
Em outro clipe precisávamos de uma cena em um motel bem barato, depois de muito rodar, conseguimos a locação, mas não podia falar que iríamos gravar as cenas pois ai eles iriam cobrar o triplo do preço, foi uma empreitada levar todo equipamento sem ninguém ver, mas o motel era muito fuleiro mesmo, nem tomada para ligar as luzes tinha, tivemos q arrancar a proteção da TV que tem geralmente em hotel e puxamos de lá a luz, a cena era uma cena de assassinato para o final do clipe a mina tinha que esfaquear o cara, mas pra fazer a cena retiramos lençóis e eu fiz um ângulo que a garota esfaqueava próximo a lente, só que nessa ela perfurou todo colchão, o travesseiro e depois o sangue falso melecou o todo o quarto, ahahaha, aí recolocamos todos os lençóis e fronhas no lugar ara parecer que nada havia acontecido, fomos embora rápido antes que alguém descobrisse.
Em outro estávamos em um mosteiro abandonado (a galera adora fazer clipe em lugar fdp ahauahaua) e fomos invadindo o local quando já tínhamos montado tudo, aparece um cara do nada, com uma arma na cintura, era um policial civil que fazia um trabalho para um condomínio que ficava ao redor do mosteiro, o cara olha pra todo mundo e a primeira coisa que fala: “vocês ai, que gostam de rock, como é que tão as drogas ai?”, o batera da banda que tava arrumando uns lances da bateria no chão falou assim: “olha droga não tem não, mas se quiser uns lanches tem ali no canto vai fundo pega lá!” Ainda bem que ele não se invocou com a gente que estáva lá sem autorização de ninguém, no final levou na esportiva eu enrolei ele na conversa e o clipe saiu. Ahahaah
Fora esses casos ai, todo clipe tem pelo menos uma história engraçada, às vezes mais de uma, mas sempre é divertido.

capa barbershop

R N – E o lance da sua banda de Psychobilly conte-nos um pouco sobre ela


C M – Bem eu toco desde 1989, minha primeira banda foi uma das bandas punks pioneiras de Sorocaba chamava Estado de Putrefação, era bem agressiva, e tals mas eu já gostava de Psychobilly, vivia ouvindo Cramps, Demented are Go, Meteors, e do Brasil Kães Vadius, S.A.R , A Grande Trepada e os Kbillys, e isso me levou a formar o Joe Coyote que foi a primeira banda do estilo do interior junto com outra banda que é da mesma época o Mongolords que era de Sta Isabel, e o estilo psycho é algo que sempre esteve em minhas principais referências, ai em 2002, o Joe Coyote termina e eu fico quase dois anos sem tocar, mas não agüentava mais subia no palco em toda banda de amigos que ei só pra cantar uma ou duas músicas até que formei o The Reservoir Dogs(nome retirado do filme Cães de Aluguel do Tarantino) e dei continuação a saga psicótica.

, trdogs release.3

A banda tocou nos principais festivais brasileiros do estilo, gravamos dois CDs, o segundo “ Barbeshop” foi produzido pelo Vlad, da banda Catalépticos e Sick Sick Sinners, esse ano a banda deu uma parada por falta de baterista que goste do esquema, mas logo voltaremos a ativa de novo, ressuscitando dos mortos , como em um filme do George A Romero. O importante é nunca parar. Quem quiser conhecer o som da banda entra no my space: www.myspace.com/thereservoirdogspsycho

R N – Deixe suas considerações finais para os leitores do Rock Now!


C M – Bem o que posso dizer é, mantenham a garra, o pique e acreditem no potencial da cena independente e lembrem-se sempre, nós somos a cena é isso aí.

Contatos:

cleiner.mambo@gmail.com

www.stalkershots.blogspot.com


Myspace

www.myspace.com/thereservoirdogspyscho

canal do youtube


http://www.youtube.com/reverendstalker

vídeos

hunger

lipstick explicit


bad luck gamblers em conjunto com vebis jr

Making of gravaçâo cd The Reservoir Dogs

Instinto

Ateróides trio

Pugna

plot de chamada do psycho carnival 2010

domingo, 11 de abril de 2010

Tom Waits e um vagabundo...

Para começar a semana
Essa música tem uma história no mínimo interessante
em 1971 Gavin Bryars, que estava participando com a trilha sonora de um documentário de Alan powers, gravou uma música de um andarilho que ficava sempre pelas imediações, captou esse rápido registro, e resolveu colocar em loop e uma orquestra de fundo,e se surpreendeu como resultado, o resultado foi hipnótico,ele ficou impressionado com a reação das pessoas com aquela voz lugubre e cansada, porém otimista, como um pequeno sopro que arrebatava à todos que a ouviam. O pobre andarilho veio a falecer pouco antes do trabalho ter sido finalizado, seu nome ficou incógnito e seu personagem é enigmatico como sua canção redemptória, que ele nunca chegou a ouvir, tanto que Gavin disse na época: "... o pedaço permanece como um eloquente, mas moderado testemunho dele (o vagabundo) e de seu espirito e otimismo."
E em 1993 Tom Waits ofereceu sua voz de acompanhamento ao velho vagabundo sem nome, e revitalizou essa canção, tornado-a uma peça única de rara beleza intrínseca, que nem mesmo o sentido religioso dela não a faz ficar menor ou perder seu valor, bem, tirem suas próprias conclusões.

P S . - vi uma peça curta, há uns 15 anos atrás e a trilha sonora era essa música,fiquei com ela na cabeça por dias, fiquei muito tempo querendo saber que canção era essa que havia grudado em meus neurônios. Um dia ouvindo um disco do Waits, eis que me deparo com ela, foi como encontrar um velho amigo há muito tempo ausente.