quinta-feira, 14 de junho de 2012

anno zero - solilóquio

Solilóquio 



Tal qual anjo redentor
Que dos céus plana
Pousa em meus ombros flagelados
E amaina a dor que fere o coração


Seus braços envolvem meu corpo cansado
Que, de batalhas, mostra chagas profundas.


Delírios de mortal reles como sou
Que em uma miragem vagueia
Mas que encontra porto seguro finalmente
Naufrago de terra firme, de longa jornada.
Que toca aquilo que julgava ser mais uma imagem que apenas engana os olhos
Mas cai em prantos ao descobrir ser verdadeira
Redenção augusta e valiosa, profunda na alma,
Alegria volta aos dias antes escuros


O corpo se solta em um vôo rasante
O vento sussurra seu nome
E um sorriso juvenil vem nos lábios
Em pensamentos que se perdem
Entre as asas do anjo redentor
Anjo esse que aparece como uma musa
Inspiradora dos maiores sonhos


Sílfide tão bela e delicada
Que abre as portas que estavam fechadas
E sua voz ecoa, hipnotiza,
Como um silvo irresistível e doce
Arrebata esse naufrago
De tormentas, cansado
E leva pra mansidão
De seu acalento


E em cada passo da jornada
A alma se liberta, e o frio some aos poucos.
As nuvens escuras dissipam
E a luz invade, branca e diáfana
Em seus braços de musa, o naufrago chega
E o mundo explode cores cristalinas...

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