Noir - ou - Uma noite de merda
Noite alta, cães vira-latas mexem
no lixo jogado nos becos. A fumaça do cigarro sai espessa, tropeço em meus
próprios passos. Vejo a sombra lúgubre em forma de vareta de Constantin, está
parado debaixo de um poste de luz mortiça. Na sua mão um isqueiro sendo virado
de lado a lado, um daqueles Zippos sem nada de especial. Não era um encontro
casual, ele tinha notícias da pequena que sumiu do bordel da central.
— E aí Constan? Quais as novas? –
acendi outro cigarro enquanto perguntava quase sem entonação.
— A pequena saiu mais cedo ontem
à noite, foi direto pro carro do figurão da jogatina clandestina, segundo me
disseram…
— Mas a fonte é quente?