Eu me senti tantas
vezes sozinho
Tantas vezes vil
Ao relento dos sentimentos
Buscando nas luzes da rua
Mortiças
Tantas vezes com frio
Seus olhos
Faiscando
Chamando
Meus olhos
Da miséria humana
Mortiços
Das noites mal dormidas
Das olheiras profundas
Dos vultos esquálidos
Dos seres que vagam
Sozinhos a noite
Que é sempre mais longa
E escura
Um túnel sem fim
Ilusório, sem sentido
Nem as lágrimas, nem a cicuta
Nem as dores, nem o vento frio da madrugada
Nem os amores vazios
Nessa decadência quase absoluta
Dos sentimentos
Dos desvarios
A dor pungente toma, sem pedir licença
Seu sono dormente
Te arrasta para o fundo
Do pesadelo insone
De estar vivo
Nesse
Mundo
Doente