já está no ar mais um programa HQ, além do balões. Nosso programa foi homenageado com o Troféu Bigorna na categoria “Grande Contribuição à HQ Nacional” e foi indicado ao Troféu HQMix na categoria “Mídia sobre Quadrinhos”.
Nesta edição mostramos a entrevista que fizemos com o quadrinhista e fanzineiro Gilberto Camargo, que acaba de lançar um livro ilustrado de sua personagem “Jadhy”, “O Mistério dos Símbolos”. Ele nos contou suas experiências editando e colaborando com fanzines, sua satisfação em ter recebido o “Prêmio Angelo Agostini” de melhor roteirista e também a trajetória de sua personagem nos quadrinhos e nos romances.
Veiculamos mais uma animação do "Tulípio", personagem desenvolvido por Eduardo Rodrigues e Paulo Stocker. Comentamos sobre as comemorações de dois anos no ar do site “Impulso HQ”, com novo visual e novo concurso cultural. Mostramos também a nova obra do André Morelli em parceira com a Editora Europa, o livro “Super-Heróis nos Desenhos Animados” e a coletânea do cartunista Sivanildo Sill, “Cordel Comix”, que lhe rendeu o “Prêmio Angelo Agostini” de melhor cartunista. E comentamos sobre o recente lançamento musical do Edgar Franco, o cd “Transhuman Reconnection Ecstasy” com capas e encartes ilustrados por ele.
Continuamos com a campanha “Via Lettera Presenteia” na qual nossos convidados e participantes são presenteados com obras da editora.
Sabe aquele filme de que você gostou muito, mas cujo título você não lembra, nem dos nomes dos atores e das atrizes? Seus problemas acabaram!
Tudo o que você quiser saber (ou lembrar) sobre filmes estrangeiros em 70 anos está catalogado e ao seu alcance. Ficha completa de filmes.
Antes de pegar filmes na locadora, consulte este site feito por uma pessoa detalhista, cinéfilo há 65 anos.
Um trabalho de alta qualidade!
70 anos de cinema, ao contrário da grande maioria dos sites sobre a Sétima Arte, cujas construção e manutenção são realizadas por uma equipe de profissionais, é o resultado de um trabalho individual iniciado em 2003 como um simples passatempo e, principalmente, sem qualquer interesse comercial.
Inicialmente denominado “60 Anos de Cinema” e completamente desconhecido do público que navega pela Internet, o site “estourou” em junho de 2007, àquela época já com a denominação de “65 Anos de Cinema”, ocasião em que ocorreram mais de 90.000 acessos em um único mês, com mais de 5.000 visitas em um só dia, feitas a partir de cidades dos 5 continentes.
Embora me considere um cinéfilo, devo esclarecer que não tenho qualquer formação nas áreas de cinema e jornalismo. Ao contrário, iniciei minha vida profissional como engenheiro de Estradas e a conclui numa grande multinacional da área de petróleo, para a qual trabalhei por 38 anos, dos quais os últimos cinco, já aposentado, executando trabalhos de consultoria e projetos.
Voltando ao site, tudo começou ainda em criança, quando passei a anotar em cadernos escolares todos os filmes que assistia. Anos mais tarde, por várias vezes tentei jogá-los fora, mas alguma coisa me impedia de fazê-lo. O advento do computador pessoal me possibilitou passar todo o conteúdo dos tais cadernos para bancos de dados, inicialmente utilizando o dBase III e, mais tarde, o Access. Por outro lado, a chegada da TV a cabo no Rio de Janeiro me possibilitou rever filmes antigos e, com isso, acrescentar informações adicionais aos bancos de dados que não paravam de crescer.
Hoje em dia, meu computador tem uma mega capacidade, só para guardar todas essas anotações. Como dito acima, a idéia de desenvolver este site surgiu em 2003, aproveitando todas as informações garimpadas ao longo de tantas décadas. Este projeto tem previsão de conclusão para 2011 ou 2012, quando deverá conter mais de 3.200 páginas de filmes totalmente desenvolvidas, com cerca de 19.000 fotos, 2.500 trechos de trilhas sonoras e 4.500 videoclipes. Como curiosidade, em dezembro de 2009, achavam-se cadastrados os 471 filmes por mim assistidos e que constam do livro "1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER".
Finalmente, gostaria de reafirmar que o presente site:
• não envolve qualquer interesse comercial;
• seu desenvolvimento é um mero passatempo para mim;
• seu conteúdo é formado unicamente por filmes por mim assistidos.
Fundação Cultural oferece oficina gratuita para formatação de projetos
Neste sábado (26), das 9h às 12h e das 14h às 17h, acontece a primeira edição das Oficinas de Formatação de Projetos, iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba voltada aos interessados em participar dos editais do Fundo Municipal de Cultura, uma das modalidades do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba, que concede apoio financeiro para a realização de projetos nas diversas áreas artísticas.
O encontro tem como endereço a sede da Fundação Cultural (Rua Engenheiros Rebouças, 1.732 – Rebouças) e se repetirá no último sábado de cada mês, sempre gratuito e sob a orientação de José Augusto Gemba Rando. A proposta é tornar permanente a oficina, permitindo preparar os proponentes para a formatação de projetos de qualquer edital.
Autor de 'Ensaio sobre a cegueira' era vencedor do Prêmio Nobel.
Nota em seu site fala 'múltipla falha orgânica após prolongada doença'.
O escritor português José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, nesta sexta-feira (18). A informação foi divulgada pela família do escritor de "Ensaio sobre a cegueira" e confirmada em seu site oficial.
Segundo sua mulher, a jornalista Pilar del Río, Saramago passou mal após tomar o café da manhã e recebeu auxílio médico, mas não resistiu e morreu. Ele sofria de leucemia e, nos últimos anos, havia sido hospitalizado em várias oportunidades devido a problemas respiratórios.
"Hoje, sexta-feira, 18 de junho, José Saramago faleceu às 12h30 horas [horário local] na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila", diz uma nota assinada pela Fundação José Saramago e publicada na página do escritor na internet.
De acordo com a agência de notícias EFE, os restos mortais de Saramago serão levados a um cemitério de Lisboa em data ainda não especificada. Um serviço fúnebre deve ser realizado ainda nesta sexta, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
José Saramago pelas lentes do fotógrafo Sebastião
Salgado - veja mais fotos. (Foto: Sebastião Salgado)
O autor de "O evangelho segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a cegueira" vivia em Lanzarote, no arquipélago espanhol desde 1993 com sua esposa.
Expoente da literatura mundial O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea, vencedor do prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.
Entre seus livros mais conhecidos estão "Memorial do convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "A viagem do elefante". O mais recente romance publicado pelo escritor foi "Caim", de 2009. Seu estilo de escrita era caracterizado pelos parágrafos muito longos e escassez de pontuações.
"Ensaio sobre a cegueira", que conta a história de uma epidemia branca que cega as pessoas, metáfora da cegueira social, foi levado às telas em um produção hollywoodiana filmada pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles (de "Cidade de Deus") em 2008. O autor, normalmente avesso a adaptações de suas obras, aprovou o trabalho de Meirelles.
Saramago era considerado como o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX e uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época. Em 1997, escreveu a introdução para o livro de fotos "Terra", em que o fotógrafo Sebastião Salgado retratava a rotina do movimento dos sem-terra no Brasil.
No mesmo ano, uma exposição sobre o trabalho de Saramago foi exibida no Brasil. "José Saramago: a consistência dos sonhos" trazia cerca de 500 documentos originais e outros tantos digitalizados, reunidos em um formato que, misturando o tradicional e a tecnologia moderna, levavam o visitante a uma agradável e rara viagem pela vida e pela obra do escritor português.
O autor José Saramago, em foto de novembro de 2009 (Foto: AFP)
Biografia
O português José de Sousa nasceu em 16 de novembro de 1922, na pequena aldeia portuguesa de Azinhaga, no Ribatejo, região central do país. Ficou mais conhecido, no entanto, pelo sobrenome de sua família paterna, Saramago, que o funcionário do Registro Civil acrescentou após seu nascimento.
Sua família mudou-se para Lisboa quando José tinha dois anos. Aluno brilhante, ele teve de abandonar o ensino secundário aos 12 anos, por causa da falta de recursos de seus pais.
Ateu, cético e pessimista, Saramago sempre teve atuação política marcante e levantava a voz contra as injustiças, a religião constituída e os grandes poderes econômicos, que ele via como grandes doenças de seu tempo.
"Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário", disse em dezembro de 2008, durante apresentação em Madri de "As pequenas memórias", obra em que recorda sua infância entre os 5 e 14 anos.
Saramago: romance 'O Evangelho segundo Jesus Cristo' gerou polêmica com Igreja Católica. (Foto: AFP)
Filiado ao Partido Comunista português
Autodescrito como um "comunista libertário", ele também provocou polêmica ao chamar a Bíblia de "manual de maus costumes". Ao longo de seis décadas de carreira literária, publicou cerca de 30 obras, entre romances, poesia, ensaios, memórias e teatro.
Saramago publicou seu primeiro romance, "Terra do pecado", em 1947. Em 1969, sob a ditadura salazarista, ele filiou-se ao Partido Comunista português. Depois de 47, ele ficou quase 20 anos sem publicar, argumentando que "não tinha nada a dizer". Na época, teve empregos públicos e trabalhou como editor e jornalista.
Entre 1966 e 1975, publicou poesia: "Os poemas possíveis", "Provavelmente alegria" e "O ano de 1993". Em 1977, publicou o romance "Manual de pintura e caligrafia". Depois, vieram os contos de "Objeto quase" (1978) e a peça "A noite" (1979).
Mas o reconhecimento mundial só chegou com "Memorial do convento", de 1982, a que se seguiu "O ano da morte de Ricardo Reis", dois anos depois. Os dois romances receberam o prêmio do PEN Clube Português.
Nobel e Camões ao desafeto da Igreja
Seu romance "O evangelho segundo Jesus Cristo", de 1991, provocou polêmica com a Igreja Católica e foi proibido em Portugal em 1992.
O romance mostrava um Jesus humano, com dúvidas, fraquezas e conversando com um Deus cruel. Em um dos episódios, Jesus perdia sua virgindade com Maria Madalena.
Um ano depois disso, ele decidiu se mudar para a ilha de Lanzarote, no arquipélago espanhol das Canárias, onde ficou até morrer, sempre acompanhado pela sua segunda mulher, a jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río.
Em 1995, ganhou o Prêmio Camões pelo conjunto da obra e publicou "Ensaio sobre a cegueira".
Em 1998, ele recebeu o Nobel de Literatura. Na justificativa da premiação, a academia afirmou que o português criou uma obra em que, "mediante parábolas sustentadas com imaginação, compaixão e ironia, nos permite captar uma realidade fugitiva".
Seu último romance foi "Caim", de 2009, também bastante criticado pela Igreja Católica por conta de sua visão pouco ortodoxa do Velho Testamento.
Cleiner, Vebis, Tony Campello e Luiz Teddy (Tony esta com uma camiseta da Scania que ganhou do Eddy)
Neste último final de semana tivemos o prazer de entrevistar um dos maiores nomes no que diz respeito ao Rock & Roll nacional, digo isso porque até hoje, com 74 anos continua fazendo rock & roll.
Sérgio Birilli Campello, mais conhecido como Tony Campello, nasceu em 24/2/1936 em Taubaté / SP. Cantor e produtor, iniciou carreira artística como vocalista do grupo Ritmos OK. Em 1958 foi a São Paulo
junto com a irmã, Célia, também cantora, para se lançarem profissionalmente.
Tony Campello
Contratados pela gravadora Odeon (mais tarde EMI), iniciaram sua discografia cada um em um lado de um 78 RPM, com composições e acompanhamento do acordeonista Mario Gennari Filho: “Handsome Boy” com Célia e “Forgive Me” com Sérgio.
Tony e Celly Campello
Foi durante uma entrevista de pré-lançamento deste disco para o programa Parada de Sucessos, apresentado por Hélio de Alencar na Rádio Nacional de São Paulo, que foram criados os nomes artísticos dos irmãos, Celly e Tony.
Luiz Teddy e Tony Campello
Entre os sucessos de Tony estão músicas como Pobre De Mim, Louco Amor, Boogie do Bebê e Pertinho do Mar (com vocais do grupo Teenage Singers, incluindo iniciantes como Rita Lee e Suely Chagas).
Tonny e Lelo Cadillac
De todos os artistas nacionais que começaram a fazer rock no Brasil, muito antes da Jovem Guarda, Tony foi o cara que mais tive contato, afinal conheceu o Eddy Teddy no final dos anos 70 numa das feirinhas de disco.
Tony e sua filha Mariana (Feirinha de Disco 93)
Era muito comum encontrar o Tony Campello em eventos feitos pelo Eddy Teddy. Criou-se então uma amizade que perpetuou até hoje, afinal o carinho que temos por ele vai além da música.
Tony, Vebis e Cleiner
Essa prova de amizade e respeito, ficou registrada no lançamento do disco Rockabilly Bop, onde o Eddy agradece e condecora o Tony como “A legenda Viva do Rock & Roll”.
Luiz Teddy, Daniel, Tony Campello, Fernando "Jack" e Deni
Tony ainda guarda com o maior carinho uma flâmula da Collection Rock Fair, os postais, as fitas cassete, os compactos do Coke Luxe e a camiseta da Scania que ganhou do Eddy Teddy (camiseta que estava vestindo).
Tony Campello, Piga e Eddy Teddy
Em nossa entrevista para o documentário que rolou sobre um clima muito descontraído no estúdio Garagem de seu filho “Luiz”, pudemos além de relembrar de várias passagens em sua trajetória, escutar lances que rolavam em meados dos anos 50 em São Paulo quando o rock & rolll começava a surgir por aqui, os encontros na Rua Augusta, as gravações, os programas de televisão, sua parceria com a Celly, os encontros com o Eddy Teddy (Feiras de Disco, Shows, etc) e principalmente escutar entre um bate papo e outro algumas músicas que marcaram sua carreira, como Pobre de Mim, Baby Rock, Advinhão, etc.
Tony campello
Confesso que escutei uma das melhores versões de “Pobre de Mim”. Ter a honra de entrevistar o Tony para o documentário, foi voltar ao tempo e ter a certeza que o Tony Campello continua sendo um autentico rocker.
Compacto do Coke Luxe com dedicatória ao Tony Campello
Infelizmente nesse país a maioria das pessoas só valorizam o artista quando esta morto, ou nem isso, ou preferem idolatrar artistas de outros países sem valorizar grandes astros que temos por aqui.
Tony, Cleiner e Luiz Teddy
Esse é o Brasil !!!
As fotos realizadas durante a gravação e postadas no blog foram tiradas pela Carol (http://kitschchic.blogspot.com)
É um site bastante interessante para todos profissionais ou não da area de cinema e vídeo, onde pode-se ter acesso q roteiros, livros e muito mais informação e inclusive para quem está começando a escrever roteiros, existe a possibilidade de baixar roteiros e ver os resultados, recomendadissimo para quem gosta de cinema seja por curiosidade ou por pesquisa
O roteiro é manjado: espaço cinematográfico paulistano reabre sob novo nome comercial, trazendo para o foco determinada empresa patrocinadora. Desta vez, a novidade do enredo é que o nome não é um banco, um provedor de internet, uma empresa aérea ou uma companhia telefônica. A Sabesp - empresa de economia mista responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 366 municípios paulistas - terá, a partir de hoje, seu cinema - o Cine Sabesp.
Marcada para as 19 horas, a abertura prevê coletiva de imprensa e posterior exibição do filme "Meninos de Kichute" - ainda inédito no circuito comercial - de Luca Amberg. Apenas para convidados. Público em geral mesmo só a partir de sexta-feira.
O endereço já é velho conhecido dos cinéfilos paulistanos. Ali, na Rua Fradique Coutinho, 361, em Pinheiros, funcionava o Cine Fiametta - inaugurado em 1959. Na década de 80, o local foi alugado pela Companhia Cinematográfica Franco-Brasileira e, em seguida, rebatizado como Sala Cinemateca. Com o boom da internet de 2000 para cá tornou-se o cinema dos provedores (chamado primeiramente de Sala Uol, depois de iG Cine).
Atualmente era o Cinema da Vila. Fechado em maio para reforma, reabrirá hoje como Cine Sabesp. A definição da programação da nova casa, cuja sala tem capacidade para 271 pessoas, ficará a cargo do Circuito Cinearte - que, entre outras iniciativas, toca os cinemas do Espaço Unibanco e realiza a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Segue uma entrevista que o Marcio do Alternar Zine e do Blog Rockabilly Psychosis, fez com o Paul Roman, guitarrista, vocalista e dono do Quakes.
The Quakes – Entrevista
Por: Márcio * ( Combat Rock Discos )
*colaborou: Paula Harumi
Negative Charge, o último álbum, parece um “ best of ” da carreira da banda, com músicas que lembram um pouco cada álbum anterior. Você concorda com isso?
Sim, algumas músicas com certeza são assim. Como “ Ready For a War ”, que poderia estar em “ Voice of America “ e “ Straight to Valhalla ”, que foi escrita logo após o lançamento do primeiro álbum. Eu tenho meu estilo e acho que isso reflete nas minhas músicas.
Você ficou totalmente satisfeito com esse disco?
Eu nunca estou satisfeito (risos). As músicas nunca saem do jeito que você pensou. Algumas ficam melhores, outras nem tanto. Eu tenho um orçamento muito limitado, então eu tendo a deixar as coisas assim do que ter que consertar ou regravar.
E também tem algumas participações bem especiais nele...
Eu chamei Wasted James e Jeff Roffredo, do Tiger Army, em “ Straight to Valhalla ”. Kristian e Peter Sandorff, do The Nekromantix, fizeram excelentes backing vocals na mesma música. Vic Victor, do The Koffin Kats, fez o backing em “ Seven Seas Alone ”; Nick Feratu, do The Limit Club, fez o backing em “ Time Wasters”. Eu gosto dessas colaborações e estou fazendo mais disso agora. Tenho vários projetos em andamento.
Como foi a tournê do ano passado na costa leste/oeste dos EUA para divulgar o álbum? Esse ano vocês vão para a Europa para promovê-lo?
Correu muito bem. Vamos fazer muitos shows na Europa esse ano.
Todo catálogo da banda está disponível no seu selo?
Não. Os dois primeiros discos do Quakes estão fora de catálogo e só disponíveis para download. Todos os álbuns da Orrexx Records (4) estão a venda em cd e o New Generation está no itunes.
Lançar tudo pelo seu selo é um meio de ter controle da sua arte?
Sim, hoje em dia faz mais sentido um artista desse nível fazer isso por conta própria e eu também sou um pouco controlador quando o assunto é o Quakes. (risos)
Já li umas entrevistas suas em que disse que teve problemas com selos no passado, desde falta de distribuição, falta de apoio etc. Assinaria com um selo novamente, tipo Hellcat Records?
Provavelmente eu nunca assinaria com uma gravadora hoje. Eu tenho curiosidade em saber como uma gravadora promoveria a banda... Nós não somos exatamente uma banda de Psychobilly e nem de Rockabilly. Do ponto de vista do selo, é muito mais fácil promover uma banda que já se encaixa em um gênero específico. Eu nem sei como descrever nosso som.
Uma banda americana na cena européia deve ter chamado muito a atenção das pessoas nos anos ‘80. Isso facilitou as coisas?
Ajudou como um fator curioso porque as pessoas queriam ver como seria o Psychobilly de uma banda americana, já que não tinha nenhuma.
Segundo a letra de “Stranbeded In The Streets”, parece que não foi muito fácil aqueles tempos em Londres, sem dinheiro e apoio...
Essa música é sobre a época em que eu estava em Londres para fazer uma gravação solo (1989). Nessa viagem específica, eu acabei tocando com o Demented Are Go numa pequena turnê depois que meu acordo não deu certo.
A banda gravou excelentes discos, tocou em todos os grandes festivais europeus, lado a lado com as maiores bandas da época. Como foi tocar no Klub Foot e nos grandes Psycho Fests pela Europa?
Foi e ainda é fantástico! Vocês tem que lembrar que nós somos grandes fãs de música, então conseguir tocar com as bandas top da cena é muito bom. Todo mundo se dá bem. Acho que é um pouco como uma fraternidade porque todos estão lá há mais de vinte anos.
Quais bandas dos anos 80 você curtia? Alguma realmente chamava sua atenção mais que as outras?
A maioria delas – naquele tempo as bandas tinham mais BILLY no PSYCHO. Com certeza Restless e Frenzy são minhas favoritas.
Na volta dos Stray Cats aos palcos, ainda no final dos anos 80, vocês fizeram algum contato com eles para tentar abrir os shows, assim como os Guana Batz conseguiram?
Eu estava naquele show de Londres ( Stray Cats, Guana batz e Midniters ) sentado do lado dos pais do Pip. Gavin Cochrane, que fez as fotos do primeiro disco do Stray Cats, me deu algumas entradas e passes para o backstage. Foi na turnê do Blast off, em 1990. Acho que o Stray Cats não colocaria a gente para abrir os shows. Eu sei que os Batz e o Midniters tiveram que pagar para isso.
O que os Stray Cats acharam da homenagem que vocês fizeram na capa do primeiro disco?
Creio que eles acharam engraçado – Slim Jim Phantom disse que pendurou na parede da casa dele. Mas eu não imaginava que eles fossem gostar da música. (risos)
O Stray Cats foi a principal inspiração para a carreira do Quakes? ( Sair dos U.S.A para tentar a sorte na Inglaterra, musicalmente, visual, etc)
Sim, mas antes vocês tem que entender que ninguém sabia o que era Rockabilly e nós tocávamos Psychobilly. Não tinha nenhuma outra banda nos EUA fazendo o que fazíamos naquela época. Nós sabíamos que tinha uma grande cena na Europa porque eu fui para Londres em 1985 e 86 para tentar e começar uma banda.
As letras do Quakes sempre fugiram dos clichês do estilo, nada de zumbis, vampiros ou mortos-vivos, por exemplo...
Não, tem muitas músicas assim no primeiro disco – foi em 1988 e esses temas já era velhos e clichês. Dito isso, foi uma das coisas que atraíram a gente para a cena porque achávamos legal. Foi aí que eu descobri que Psychobilly é um som e não importa sobre o que você está cantando ou o quão grande é seu topete. Tem a ver com o estilo, o som. Daquela época pra cá, minhas idéias amadureceram e meu vocabulário também (risos).
Vocês foram uma das primeiras bandas a fazer versões para clássicos dos anos 80 da música pop, de bandas como Depeche Mode e Echo And The Bunnymen. Hoje isso virou moda e muita gente anda fazendo. Essa é uma das razões de você ter parado de gravar músicas no estilo?
Esse é exatamente o motivo. Nós fomos criticados por fazer isso – os primeiros tomam as flechas. Pode parecer estúpido mais eu olho para os lados, vejo o que meus amigos estão fazendo ou o que eles poderiam estar fazendo e eu corro para o outro lado. Não quero ser comparado com nenhum deles apesar de gostar do que eles fazem. Eu cresci ouvindo esse tipo de som e sempre tentava misturar Rockabilly com a New Wave.
O que você pensa do livre comércio de músicas pela internet, downloads de discos na íntegra e tal?
Eu não estou feliz com isso. Está dando prejuízo e afeta as pequenas gravadoras que não vendem tanto para começar.
Vocês tem shows marcado para o Brasil em julho. Quais expectativas para eles?
Bem, eu espero ter muitas garotas gritando esperando a gente no aeroporto (risos).
Depois de tantas turnês pelo mundo, é sempre uma sensação e motivação diferente estar em um país pela primeira vez?
Com certeza – sempre é legal ir para um lugar pela primeira vez. Estou ansioso, teremos uns dias a mais para conhecer a cultura local.
Paul, acha que falta realizar alguma coisa ainda com o Quakes? Quais os planos para um futuro próximo?
Sim! O que falta é o dinheiro! Cadê meu dinheiro? (risos). Meu plano para o futuro é continuar o que eu faço. Estou realmente vivendo meu sonho (sem o dinheiro e fama), mas esse é o caminho que eu escolhi seguir e estou feliz por conseguir ir para lugares como o Brasil e tocar minha música para os fãs daí.
Obrigado pela entrevista! Deixe um recado para os fãs brasileiros do Quakes!
Estamos ansiosos para tocar para vocês – a gente se vê em breve!
Continuem firmes!
www.thequakes.com
www.myspace.com/thequakes
Confira a entrevista na íntegra no:
“ Rockabilly Psychosis “ webzine
www.rockabillypsycho.blogspot.com
Há cerca de 40 anos, o então presidente da França, marechal De Gaulle, provocou polêmica ao declarar que o Brasil não era um país sério (‘sérieux’). Pode-se retribuir a afirmação. "Cahiers du Cinéma" não é uma publicação séria. No ano passado, a revista, em sua edição de junho, avaliando o Festival de Cannes, disse que "Independência", de Raya Martin, havia sido a obra a reter de todas as seções do evento. Um ano depois, "Independência" estreou em Paris (em maio) e "Cahiers", no quadro de outro Festival de Cannes, despachou Raya Martin com um par de linhas, rotulando seu filme como ‘formalista’.
"Independência" integra a mostra "Descobrindo o Cinema Filipino", que começou 4ª feira (9) - e vai até dia 27 - no CCBB. O filme de Raya Martin é deslumbrante. De forma estilizada, e por meio de quadros encenados numa floresta de estúdio, o cineasta conta a história de uma família - mãe e filho -, e por meio deles é a própria história do país que o cineasta consegue condensar. O próprio Raya Martin assina "Longa Vida ao Cinema Filipino", documentário cujo título bem poderia resumir o próprio sentido dessa programação.
Durante anos, as Filipinas viveram sob a ditadura de Ferdinand Marcus, cuja mulher, Imelda, ficou famosa por seus milhares de pares de sapatos. Nas Filipinas, Francis Ford Coppola filmou "Apocalypse Now", criando um novo Vietnã quase tão real quanto o de sua ficção. A figura histórica dessa cinematografia é Lino Brocka, espécie de neorrealista sem miserabilismo e com heroínas fortes. O enfant terrible é Brillante Mendoza, premiado em Cannes, no ano passado, com o transgressor Kinatay. Ambos têm filmes na mostra do CCBB.
DESCOBRINDO O CINEMA FILIPINO. CCBB. R. Álvares Penteado, 112,(SP). (11) 3113-3651. R$ 4. Até 27/6.
'A Ira' é resultado de uma oficina realizada na Grande Otelo em 2.000 Há dez anos, o cineasta Joel Yamaji comandou, na Oficina Cultural Grande Otelo, um projeto voltado à realização cinematográfica. Durante seis meses, cerca de 40 alunos desenvolveram as várias etapas de produção de um filme. Do roteiro, à direção de arte, passando pela preparação dos atores e captação de imagens, o grupo rodou o curta “A Ira”, que será exibido pela primeira vez em Sorocaba na próxima sexta-feira, dentro da programação do CineCafé. E no mesmo local em que tudo começou, com a participação do diretor, que hoje é coordenador do departamento de Cinema da USP. O filme será exibido depois da produção coreana “Primavera, Verão, Outono, Inverno e Primavera”, de Kim Ki-Duk. A entrada é franca.
O projeto em parceria com oSESC local tem como objetivo a formação de público. “A proposta é colocar um novo olhar nos olhos da pessoa.Queremos fazer com que ela entenda a expressão, a linguagem, que possa discutir, colocar suas impressões e posicionamentos”, explicam. Mais até do que isso, o empreendimento abriu caminho para a retomada do cineclube na cidade. Entre abril e maio, as sessões realizadas semanalmente levaram ao espaço média de 30 pessoas. Para uma atividade como essa o número é bastante expressivo. Isso, claro, sem considerar que o público tem participado ativamente.
A ação foi ambientada num casarão do Distrito de George Oeterer, em Iperó. A narrativa aborda os sentimentos de duas irmãs de temperamentos opostos e seus conflitos. O elenco destaca as presenças das atrizes Beth Pinn, Simone Moon e Nina Pessoa. Joel Yamaji também conversou com o Mais Cruzeiro e contou que “A Ira”, rodado em película no formato 35 milímetros, exigiu investimentos da ordem de R$ 15 mil. Por falta de espaço adequado, o curta não pôde ser apresentado na cidade.
O filme participou de festivais e foi premiado na edição de 2002 da mostra da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC) na categoria de melhor fotografia. O cineasta avalia como boas as perspectivas dos curtas-metragem. “O Brasil tem produzido muito, a evolução tecnológica tem contribuído para incrementar esse segmento. Eu diria que ainda precisamos melhorar o padrão da linguagem trabalhada, mas essa é uma opinião pessoal”, destaca Yamaji.
Para o diretor, a retomada do cinema brasileiro impactou positivamente a produção de curtas: “Não podemos trabalhar com paralelos e comparar nosso fazer cinematográfico com o dos Estados Unidos. Lá, a questão é tratada do ponto de vista da escala industrial. Mesmo assim, não acho que o Brasil fica a dever tanto”. Junto com Jader Gudin, Joel Yamaji rodou, no ano passado, na Fazendo Limoeiro da Concórdia, “O Diário de Simonton”, filme que conta a história da chegada da Igreja Presbiteriana no Brasil. O curta, ele disse, está em fase de finalização. “Trabalhamos, no momento, a edição de som. Até o final do ano, acredito, deveremos inscrevê-lo em algumas mostras competitivas”, conta. (Por José Antônio Rosa) SERVIÇO:
“A Ira” e “Primavera, Outono, Verão, Inverno e Primavera”
Sexta-feira, a partir das 19h
Debate coordenado por Joel Yamaji Oficina Cultural Grande Otelo (Praça Frei Baraúna, s/nº)
A entrada é franca.
Esse é um filme que vale a pena ser visto, muito rock`n`roll, amores zumbis, e muito sangue, um ser rejeitado em uma festa nos anos 50, sai revoltado com seu carango a milhão e se enfia em um lago com o carro... muitos anos depois recuperam o carro com o cara dentro , só que ele se torna um zumbi, que quer por a vida em dia e se vingar daqueles que que ferraram com sua vida e reconquistar seu grande amor, uma historia sensivel com uma poesia de tripas e sangue hauaahau
confiram o treiler e o site http://www.flickthemovie.com/
Estou ajudando o Instituto Itaú Cultural a divulgar a exposição Ocupação Rogério Sganzerla, o que deve ser maior retrospectiva do cineasta, que envolve um mix de exposição, mostra de filmes e uma série de debates.
Entre as atividades, que vão de 9 de junho a 18 de julho, gostaria de enfatizar neste contato os debates com transmissão pela internet. Assim, mesmo quem está longe da sede do Instituto, em São Paulo, pode conferir os debates em português. No site do Itaú Cultural haverá um link na home para ver a transmissão, onde além de assistir, pode-se participar com o envio de perguntas para a mesa.
Estamos provendo a melhor estrutura possível para que tenhamos um debate saudável e produtivo de Sganzerla e meu contato é no sentido de atrair a atenção para as pessoas na área de interesse do tema e que possam contribuir para o debate, seja na Av. Paulista ou em qualquer computador com internet.
Os debates são os seguintes:
No dia 9 de junho, haverá um debate com Helena Ignez, Joel Pizzini, Júlio Bressane e Roberto Turigliatto.
No dia 10 de junho, o debate é com Antonio Urano, Helena Ignez, Hernani Heffner e Maria Gladys.
No dia 18 de junho, o debate com Bill Krohn, Catherine Benamou, Ismail Xavier e Samuel Paiva será sobre a influência de Orson Welles no trabalho de Rogério Sganzerla.
Os debates serão feitos após a exibição de um filme da Mostra. Devido a questões de direitos de imagem, os filmes não serão transmitidos, apenas os debates - mas esses devem se basear mais nos relatos dos convidados (contemporâneos do cineasta e pesquisadores do Cinema Marginal) do que nos filmes em si, não prejudicando a compreensão de quem não viu o filme no dia.
A programação completa com outras sessões de filmes e a exposição pode ser consultada em http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2841&cd_materia=1340&mes=5&ano=2010
No dia do lançamento da exposição, 9 de junho também estará no ar um acervo complementar com depoimentos e outras mídias em www.itaucultural.org.br/ocupacao Assim, quem não puder vir à exposição também terá uma parcela de conteúdo a ser usufruído.
Você poderia repassar essa mensagem aos seus contatos que tenham interesse no tema?
Dica do FILMES PARA DOIDOS: a forma mais prática, rápida e barata (e segura) de se ter uma viagem lisérgica, sem a necessidade de tomar LSD, é assistir um filme turco. De preferência sem legendas, com os diálogos originalmente em turco e você sem entender bulhufas do que está sendo falado (até porque estes filmes são tão nonsense que os diálogos geralmente não fazem a menor diferença).
Nos primórdios do blog, eu escrevi sobre "3 Dev Adam", a clássica aventura em que Capitão América e El Santo enfrentam um Homem-Aranha malvado. Desde lá, fiquei devendo outras análises de clássicos turcos como "Dünyayi Kurtaran Adam" (o famosíssimo "Star Wars Turco", e um dos filmes mais absurdos já feitos pela humanidade).
Para compensar este longo hiato, vou dividir com meus nobres leitores a experiência verdadeiramente alucinógena que tive há algumas noites, quando fui inventar de ver o estrambólico "Ölüm Savasçisi", conhecido no Ocidente como DEATH WARRIOR.
O filme é de 1984 e circula em uma única cópia porca e mal-conservada, aparentemente gravada da TV turca. Não tem legendas em nenhum idioma compreensível pelo ser humano. Não tem créditos iniciais e nem finais, apenas um enorme "Fim" (no caso, em turco, "Son") que pipoca na tela de maneira abrupta. Não tem pé nem cabeça também, mas isso já era esperado.
Com duas taças de vinho na cachola, pus-me a apreciar esta maravilha sem grandes referências e sem saber sobre o que exatamente era a trama. A única coisa que eu sabia é que o filme era dirigido e escrito por Çetin Inanç, o mesmo diretor do "Star Wars Turco", e isso já era mais do que uma boa referência.
Mas, para completar o programa, DEATH WARRIOR foi produzido, co-escrito, co-dirigido e estrelado (!!!) pelo maior herói de ação turco, o indestrutível Cüneyt Arkin!!!
Cüneyt, que também estrelou o "Star Wars Turco" (isso fica cada vez melhor...), é um verdadeiro patrimônio do cinema da Turquia, embora seja tão valorizado hoje por lá quanto o Mojica é por aqui. Nascido no mesmo dia que eu (7 de setembro), mas em 1937, o ator apareceu em mais de 250 filmes (!!!), geralmente como galã, e ainda arrumou um tempinho para dirigir 26 deles.
Mesmo com o declínio da indústria cinematográfica turca, o velhinho continua na ativa até hoje, e sempre dando uma banana para os críticos. Em 2006, por exemplo, apareceu na continuação do "Star Wars Turco", chamada "Dünyayi Kurtaran Adam'in Oglu", quando estava com nada mais nada menos que 69 anos de idade!
Na época de DEATH WARRIOR, Cüneyt Arkin já estava chegando aos 50. Mas a idade parece não apresentar restrição alguma ao grande herói de ação da Turquia: ele aparece o filme todo lutando artes marciais desenfreadamente, como um Bruce Lee em overdose de ecstasy, e não é dublê não!
Logo, não é exagero dizer que Cüneyt Arkin é o Charles Bronson da Turquia. Até porque o olhar gélido dos dois atores é muito parecido, como você pode comparar nas fotos abaixo (Cüneyt em cima, Bronson embaixo).
Mas afinal, sobre o que é DEATH WARRIOR? Boa pergunta! O roteiro vai empilhando elementos e situações sem muito critério, e como eu não entendo nada de turco fiquei boiando nos diálogos - embora duvide que eles ajudem a explicar os muitos "mistérios" da trama.
Basicamente, o filme é uma versão turca de "Octagon", aquela produção norte-americana de 1980 que traz um jovem Chuck Norris enfrentando ninjas. A diferença é que aqui temos Cüneyt Arkin enfrentando ninjas. Logo, é um confronto muito mais desleal.
A história começa mostrando o treinamento de um grupo de ninjas, liderados por um mestre vestido de preto e com barba, praticamente um clone do próprio Chuck Norris. Vamos chamá-lo de "O Chefão". O sujeito é interpretado por Osman Betin, que também apareceu no "Tubarão Turco" ("Çöl", 1983) e no "Rambo Turco" ("Korkusuz", 1986).
Como todo bom vilão cinematográfico, O Chefão ensina seus "alunos" a serem ninjas dando porrada neles, e inclusive matando alguns no processo. Demonstra suas habilidades vendado, move pedras com a força do pensamento (mas vem cá, o cara é ninja ou Jedi?), e até ensina, na prática, como matar usando uma simples carta de baralho!
Os alunos ninjas então saem para uma onda de assassinatos numa cidade não-identificada dos Estados Unidos, provavelmente como "prova final" para passar no seu cursinho de ninjas. Vários cidadãos são assassinados brutalmente pelos vilões, que aparecem magicamente graças ao simplório efeito de "desliga a câmera-liga a câmera de novo".
Detalhe: ao invés de espadas ninjas, os vilões usam aquelas espadas árabes com lâmina em curva (creio que o nome é cimitarra), e obviamente de plástico, compradas em alguma loja de R$ 1,99 de Istambul...
Quando a polícia ianque percebe que não conseguirá lidar com a ameaça ninja, resta chamar o maior herói de todos os tempos: o Inspetor Kemal, da Polícia de Istambul (Cüneyt Arkin, claro). Mestre em todas as artes marciais possíveis e imagináveis, e até naquelas que ainda não foram inventadas, Kemal já enfrentou ninjas no passado, conforme mostrado em uma enorme cena de flashback.
Tal flashback já dá uma idéia do que esperar do restante do filme: ao som da trilha sonora de "Fuga de Nova York", do John Carpenter, Cüneyt troca porradas e espadadas com um sujeito, enquanto ambos trocam golpes impossíveis - trampolins, camas-elásticas e filme projetado em reversão ajudam a criar estes movimentos contrários a todas as leis da natureza.
Invencível, Kemal não se acovarda nem mesmo quando perde sua cimitarra: simplesmente bloqueia as espadadas do inimigo com as próprias mãos!!!!
Convocado pelo Governo Americano para dar um jeitinho nos ninjas de lá, Kemal deixa sua esposa (interpretada por Füsun Uçar, par romântico do astro também no "Star Wars Turco") e vai para os States, onde milagrosamente todos falam turco, inclusive o chefe de polícia (Hüseyin Peyda, outro saído do elenco do "Star Wars Turco"). Segue-se um festival de lutas e pancadaria até o confronto final de Kemal com O Chefão.
Até chegar ao final, entretanto, o caminho não é nada fácil. Ao que parece, doses cavalares de LSD eram consumidas pelos atores e realizadores de DEATH WARRIOR. O que no papel aparenta ser apenas uma aventura de artes marciais chupada de "Octagon" logo ganha ares de filme de horror (sem qualquer explicação lógica), quando os galhos de uma planta ganham vida e sufocam um sujeito (à la "Evil Dead"), e um monstrão tosco estilo Abominável Homem das Neves surge do nada e começa a assassinar pessoas (e desaparece sem mais nem menos).
No auge da doideira, Kemal vai parar numa casa assombrada (não pergunte...) onde encontra uma sensual moça (Necla Fide, que também apareceu em... adivinhe... "Star Wars Turco"!). Pois a garota, sem mais nem menos, se transforma num monstrinho voador (!!!), na verdade uma evidente estatueta de porcelana (!!!), que salta na jugular do herói!
E quando você acha que a coisa não pode ficar mais estranha, temos o hilário confronto final entre Kemal e O Chefão, digno de uma conclusão de slasher movie, já que o vilão simplesmente se recusa a morrer.
Generoso, coloquei o vídeo completo da luta final no final do texto, para que vocês possam ver com seus próprios olhos. Mesmo espancado até a morte pelo herói, O Chefão levanta duas vezes para apanhar mais. Finalmente vencido, tenta usar seus poderes Jedi para jogar uma pedra explosiva (novamente, não pergunte...) sobre Kemal, mas o feitiço vira contra o feiticeiro e o herói rebate a bomba para cima do vilão.
Parece que acabou, mas não será tão fácil: com o corpo totalmente em chamas, O Chefão continua lutando normalmente contra o mocinho (!!!), à la Michael Myers no final do "Halloween 2" de 1981. Claro que o ator foi substituído por um boneco de pano puxado por cabos, mas nem dá pra notar a diferença (sim, isso foi uma ironia). E se você não se mijar de rir ao ver Cüneyt Arkin lutando contra um boneco em chamas, definitivamente seu negócio é Glauber Rocha ou Godard.
(Repare também que a equipe parece ter aprontado uma grande sacanagem para o ator: o boneco incendiado fica um tempo imóvel no chão, como se estivesse morto, e o ator relaxa pensando que a cena de luta terminou, mas subitamente o "vilão" é novamente erguido pelos cabos, dando um susto VERDADEIRO no pobre Cüneyt!!! hahahaha. Só esta cena já vale pelo filme inteiro!)
Óbvio que não é nada fácil ver uma produção turca sem a devida preparação - ainda mais quando não se tem o alívio das legendas para ajudar a tornar a coisa toda menos bagunçada. DEATH WARRIOR começa meio lento e exige um pouco de paciência para seguir adiante.
Eu mesmo quase desisti no meio do caminho e iria perder o inesquecível confronto do astro com o Tocha Humana no final!
Pobre e mal-feito, DEATH WARRIOR também é um sinônimo do pior do cinema, e por isso certamente será considerado uma perda de tempo por 99% da humanidade. É preciso ser MUITO fã de trash movies, ou de FILMES PARA DOIDOS, para conseguir suportar até o fim. A propósito: para quem não quiser baixar, o filme inteiro está disponível no YouTube.
Com escabrosos erros de continuidade, efeitos bagaceiros (como fios de nylon erguendo as "pedras"), a sonoplastia roubada de filmes de artes marciais de Hong-Kong e a trilha sonora de diferentes sucessos de Hollywood (toca até a música do "Rambo"!), DEATH WARRIOR e boa parte dos filmes feitos na Turquia são uma prova incontestável de que Ed Wood, supostamente "o pior cineasta de todos os tempos", na verdade foi um grande injustiçado, e tem muita coisa pior e mais mal-feita por aí.
Aqui, a trama é tão desconexa e impossível de seguir (basicamente uma colagem de cenas malucas) que os rolos do filme poderiam ser projetados em qualquer ordem, sem prejuízo algum à "história".
Além disso tudo, a exagerada invencibilidade do herói de Cüneyt Arkin ajuda a transformar o filme numa hilariante comédia involuntária. Afinal, o sujeito bloqueia golpes de espada com as mãos nuas sem se cortar, enfrenta dezenas de ninjas de uma vez só sem suar ou perder sangue, agarra facas no ar para lançá-las de volta nos sujeitos que as atiraram, dispara dezenas de flechas certeiras em inimigos num intervalo de três segundos e sem sequer ajeitar a mira (melhor que o Legolas, de "O Senhor dos Anéis"!), bloqueia outra dezena de flechas disparadas contra ele usando uma simples espada (!!!), e por aí vai.
Graças a façanhas como estas, os "Chuck Norris Facts" deveriam se reescritos com Cüneyt Arkin no lugar do barbudão...
E para quem gosta justamente deste tipo de cinema maluco, estúpido e injustificável, DEATH WARRIOR é um verdadeiro achado, trazendo tudo de pior, mais tosco e mais maluco que se pode esperar de um diretor incapaz, de um astro exagerado e de um roteiro sem pé nem cabeça! Viva a Turquia!!!
O duelo final de DEATH WARRIOR
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Death Warrior / Ölüm Savasçisi
(1984, Turquia)
Direção: Cüneyt Arkin e Çetin Inanç
Elenco: Cüneyt Arkin, Osman Betin, Funda
Firat, Kemal Özkan, Kadir Kök, Nejat Gürçen,
Hüseyin Peyda e Necla Fide.